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Diversão

Fotógrafos de Instagram mostram que olhar vale mais do que filtro ou edição

Paula Maciulevicius | 19/05/2014 06:47
Pela primeira vez, Campo Grande teve participantes no Instameet. Grupo que se conheceu pelas fotos postadas no Instagram. (Fotos: Marcelo Victor)
Pela primeira vez, Campo Grande teve participantes no Instameet. Grupo que se conheceu pelas fotos postadas no Instagram. (Fotos: Marcelo Victor)

Amadores, profissionais e acima de tudo, apaixonados pela fotografia e a arte de retratar de modo incomum, o que nos é mais familiar. Neste final de semana, Campo Grande também teve participantes no 9 º Instameet, encontro mundial de usuários do Instagram. O resultado, são fotos com sombra, efeito e reflexos que despertam os olhos para aquilo que você sempre viu, mas nunca enxergou.

Foi um grupo pequeno de participantes, a maioria, amigos que se conheceram através do Instagram e que já tinham uma certa sintonia para os cliques pelos rolês marcados mensalmente.

Um dos organizadores e divulgadores do encontro, foi o editor de fotografia Eberson Arruda, de 29 anos. Pelo nome de registro, ninguém conhece, mas os 13,6 mil seguidores no Instagram curtem o conceito “queriatividade” aplicados às fotos, sabem bem que é Dick Arruda.

No Instagram, Eberson é Dick Arruda, fotógrafo com mais de 13 mil seguidores.
No Instagram, Eberson é Dick Arruda, fotógrafo com mais de 13 mil seguidores.

“O Instagram é uma forma de interagir com a galera que gosta e é usuário mais ativo. Eu não sou fotógrafo, sou amador e usuário do aplicativo”, se define Dick. O apelido o segue há mais de 10 anos, na época do auge dos chats, o nome veio do personagem Dick Vigarista, do desenho A Corrida Maluca.

Nascido em Rio Verde, o jovem está há sete anos na Capital e mora na região do Jardim Seminário. Mas nem bairro e nem a cidade são os limites para as fotografias dele. “Eu trabalho mesmo como editor de fotografia, minha profissão é essa. Tem dois anos que tenho a conta no Instagram. Com a influência da edição, acabei buscando evoluir esse olhar que eu já tenho pela parte do editor”, explica.

De ferramenta, ele só usa o celular, por política própria, explica. Dentro das regras também está não dizer qual aparelho usa e nem os aplicativos de edição que tratam as fotos. “O que eu prezo é a mensagem que eu quero passar. Marca de celular e aplicativo não vão fazer a diferença. A sensibilidade está na pessoa, eu valorizo a boa foto e não o que ela usa”, reforça.

Foto tirada no Instameet, no Parque das Nações Indígenas. (Foto: Dick Arruda)
Foto tirada no Instameet, no Parque das Nações Indígenas. (Foto: Dick Arruda)

No último um ano é que ele pôs em prática a ideia de melhorar os retratos com criatividade do dia-a-dia. Nesta mesma época de 2013, ele não tinha mil seguidores. “Hoje são mais de 13,6 mil. Eu era conhecido fora do Estado, aqui na região, não era tanto. Aí eu criei uma estratégia, de apresentar para as pessoas que moram aqui, o que elas veem todos os dias”, resume.

O resultado foi o boom de seguidores. Dick Arruda é seguido até mesmo pelo próprio Instagram e aparece como sugestão aos usuários. Isso, sem nunca ter postado um selfie em que aparecia o rosto mesmo. “Ninguém me conhece, é a primeira vez que eu mostro o rosto. Primeiro porque eu não sou nenhum Brad Pitt para fazer selfie todos os dias e porque o grande lance é apresentar o cotidiano”, completa.

Mas as cenas do dia-a-dia, por mais que estejam prontas, não são retratadas a nu e cru, envolvem a “queriatividade”. “É querer atividade, atividade do querer e querer com criatividade. Acabou ficando a minha bio (descrição do perfil dos usuários do Instagram). É o que eu gosto e aprecio. Sempre coisas novas, corriqueiras, mas com um pouco de criatividade”, conceitua. A tal “queriativiade” acabou virando tag do Dick Criativo e concentra fotos não só dele, como de vários seguidores que se identificam com o perfil de fotografia do Eberson.

Para provar que a boa fotografia está no olhar, ele exemplifica com uma das 853 fotos postadas, a que mais gosta. “É uma foto de Sonora. Aí você fala, mas o que tinha em Sonora para fotografar? Tinha chovido e a gente passava por um campo, eu estava no carro e pedi para pararem. Um menino passava ali de bicicleta. A foto tem o reflexo do garoto e o sol se pondo numa simples poça d’água”, observa.

De seguidores a amigos, Dick fez escola com o perfil, “New 75” é um deles. Personal trainer e apaixonado por fotografia, Lindomar José Teixeira Júnior, de 38 anos, passou a fotografar há pouco mais de 12 meses.

O começo foram fotos de comida que evoluíram para as cenas do cotidiano do Parque das Nações Indígenas. Como trabalha com um grupo no parque, boa parte das imagens começaram ali. Mas sem ser o clichê, adverte.

“O que eu vejo e busco é tentar outro olhar. Viro até a câmera de ponta cabeça, foco outros campos que a visão normal não focaria. O olhar, nunca para. Se estou no trânsito e vendo uma cena, paro o carro e tiro”, conta.

Ele também compartilha da ideia de que filtro não salva e que depois de feita a foto, 90% do trabalho está ali, sobrando 10% para edição. “O que eu acho bacana do Instagram é que é só um quadrado e todo mundo se mata para tirar foto só naquele quadrado. Só aí você já consegue melhorar a sua técnica. Fotografia é treinável, é perspectiva”.

O grupo se dividiu em duas equipes e seguiram pela região do Parque das Nações Indígenas para cliques. As fotos expressam o olhar de cada um e evidenciam como é possível retratar o comum com criatividade. Para ver as fotos do Instameet, basta buscar a tag #instameet_cg.

Para evidenciar que olhar vale mais que edição, está aí, a foto preferida de Dick, tirada num campo de futebol de Sonora.
Para evidenciar que olhar vale mais que edição, está aí, a foto preferida de Dick, tirada num campo de futebol de Sonora.
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