ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 19º

Diversão

Guimarães Rosa inspira festa mensal em chácara, com rock e sem frescura

Anny Malagolini | 16/04/2014 06:21
Festa tem ambiente bem escuro.
Festa tem ambiente bem escuro.

A obra de Guimarães Rosa “Sagarana” já é nome de festa ao ar livre há 2 anos em Campo Grande. Assim como na literatura, quem gosta garante: é uma realidade diferente. “A ideia é relaxar, não extravasar. Aqui tem uma contemplação”, afirma um dos organizadores, o produtor musical Heitor Menezes, de 27 anos.

A festa acontece na chácara Sagarana, no Parque dos Poderes. O público é "alternativo", para resumir os frequentadores que aparecem sem grandes produções de balada. Já o som preferencial é o rock, de bandas da cidade. Outro ambiente da casa tem DJ, lugar para ouvir de música eletrônica a Cindy Louper.

Heitor explica que a Sagarana se transformou em um coletivo, onde várias pessoas organizam e também um espaço para os músicos. “A intenção é resgatar as bandas alternativas, estamos sem lugares assim na cidade”, explica, lembrando que na maioria dos bares o que toca é cover. 

Mas o que é realmente vantagem, na opinião de quem frequenta, é justamente o público, desprovido de frescuras.

O estudante Valente Neto, de 24 anos, considera como maior "mal campo-grandense" o fato de "todo mundo reparar em todo mundo" nas baladas, o que não tem vez na Sagarana, garante. "Aqui na festa, isso não acontece. Todo mundo pode fazer o que der na telha e ninguém vai se preocupar com isso. Ninguém vai ficar olhando ou cuidando da sua vida”, avalia.

Para Rodrigo Rosa, de 24 anos, a mistura de estilos é o que o atrai na balada. “O ambiente é desprendido de preconceitos”, comenta.

A chácara pertence aos amigos de Heitor, que alugavam o espaço para ele tocar um estúdio musical. Entre tantas reuniões, foram acontecendo saraus e enfim a festa, uma vez por mês. 

O primeiro evento aconteceu em setembro de 2012, com poucos amigos. Agora, a média de convidados é de 300 pessoas, com entrada a R$ 10,00.

Gosto regional - Na cozinha da chácara, a comida é preparada por Batatinha Sousa de Almeida, de 57 anos. Ela e o marido são os donos da propriedade e, além de alugar, também entram no clima vendendo arroz carreteiro, caldos e a Chipaguassú, uma sopa paraguaia com mais queijo.

A chácara é um "patrimônio" no pleno sentido da palavra, diz ela. Há dez anos o casal mora ali, na casa que fica nos fundos do sobrado onde acontece a festa.

A mineira Marina Miranda mora em Campo Grande há menos de um ano e, empolgada, recomenda: "Primeiro lugar que gostei de verdade na cidade. É livre, não tem modinha e tem rock, o que é difícil de achar".

A festa acontece na rua Ataulfo de Paiva, 578. A próxima edição ainda não tem data confirmada, mas vai estar na agenda do Lado B.

"Batata' é quem faz os lanches para vender na festa
"Batata' é quem faz os lanches para vender na festa
Um dos ambientes da festa tem música eletrônica (Foto: Divulgação)
Um dos ambientes da festa tem música eletrônica (Foto: Divulgação)
Edição da festa realizada no ano passado (Foto: Divulgação)
Edição da festa realizada no ano passado (Foto: Divulgação)
Nos siga no Google Notícias