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Diversão

Maior bairro de Campo Grande sofre para turbinar escola de samba

Ângela Kempfer | 14/02/2012 11:30
Comunidade se reúne todos os dias para acabar fantasias. (Fotos: Marlon Ganassim)
Comunidade se reúne todos os dias para acabar fantasias. (Fotos: Marlon Ganassim)

Há 13 anos um grupo pequeno tenta empolgar a comunidade para engrossar as alas da escola de samba Unidos do Aero Rancho, mas sem muito sucesso. Em 2011, apenas 100 pessoas desfilaram em Campo Grande, muitas de outras agremiações. “A maioria vem de outras escolas e aqui a maioria é do Jardim das Hortênsias, daqui mesmo, tem pouca gente”, comenta Maria dos Santos, a Mariazinha.

Fundadora da escola, ela e o marido Jonísio dão duro no barracão para aprontar as fantasias, a quatro dias do Carnaval. Nos preparativos, o casal tem o apoio da baiana mais antiga da agremiação, do mestre-sala e da porta-bandeira e até do mestre de bateria, que sozinho conseguiu produzir parte de um dos carros alegóricos.

“Nem sabia que eu era capaz”, sorri o auxiliar de pedreiro que comanda o samba nesta época, Mauro da Silva.

O trabalho reúne famílias. A esposa de Mauro é a primeira porta-bandeira da escola. Depois de anos como passista e sete filhos em casa, Miriam ganhou um dos principais destaques no Carnaval e dá duro no barracão ao lado de uma iniciante, a segunda porta-bandeira Nayane. “Na primeira vez eu fui chorando para avenida, de medo. Agora é ela que fica tremendo”, brinca.

Mestre de bateria e a rena que vai simbolizar o Natal.
Mestre de bateria e a rena que vai simbolizar o Natal.

Dona Florentina vive o Carnaval de rua há 30 anos, primeiro na Cruzeiro, agora também no bairro onde mora, o Aero Rancho. Aos 69 anos, ela desfila nas duas escolas, como baiana. “Meu filho não gosta não. Sempre diz: lá vai ela se matar. Mas para mim isso é viver”, comenta sentada em uma das três máquinas de costura em funcionamento na tarde de domingo.

O prédio abandonado do Centro Comunitário virou sede da Unidos do Aero Rancho, logo na entrada do Aero Rancho, o maior bairro em habitantes de Campo Grande.

No ano em que o desfile de rua da Capital volta ao marco zero, quando todos farão parte de um só grupo, a escola do bairro teve de quase triplicar o número de componentes para cumprir o mínimo de 250 integrantes e agora começa a ter esperança em turbinar o Carnaval.

“Foi difícil, mas conseguimos na base do convite de boca a boca. Me surpreendi, porque pela primeira vez os vizinhos começaram a frequentar os ensaios”, diz Mariazinha.

Miriam é a principal porta-bandeira da Unidos do Aero Rancho.
Miriam é a principal porta-bandeira da Unidos do Aero Rancho.

Com o enredo “De janeiro a janeiro, faço festa o ano inteiro”, a escola terá 3 carros alegóricos, o primeiro para falar do Carnaval, o segundo da Abolição e o terceiro do Natal.

A agremiação volta a ter carnavalesco, um “luxo” também possível graças às mudanças nas regras deste ano. A escola, pela primeira vez, recebeu uma verba considerável, pelo menos, para a realidade local. O governo repassou R$ 15 mil, uma fortuna para quem sempre fez tudo na base da colaboração. “Pela primeira vez temos condições de participar de igual para igual”, avalia Maria.

Maria ao telefone, o esposo e a baiana mais antiga da escola, dona Florentina.
Maria ao telefone, o esposo e a baiana mais antiga da escola, dona Florentina.
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