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Diversão

Praça lota em show do Oficina G3 e músicos cobram mais locais para tocar

Anny Malagolini | 10/04/2014 22:59
Praça do Rádio lotada na noite de quinta-feira (Foto: Cleber Gellio)
Praça do Rádio lotada na noite de quinta-feira (Foto: Cleber Gellio)

O diabo não é o pai do rock, dá para curtir o estilo mesmo sendo de Deus, com direito a roupa preta e bate cabelo. A quinta nem é véspera de feriado e a Praça do Rádio ficou lotada de evangélicos para ouvir a banda cristã “Oficina G3”, principal atração da 1ª Quinta Gospel deste ano.

Segundo os organizadores, 10 mil pessoas compareceram para assistir a banda que é o maior nome do rock cristão brasileiro, com fãs não só pela religião, mas também pelo som de qualidade. “Se a música tem uma letra que transmite algo eu vou ouvir, independente de ser religiosa”, diz o designer gráfico Valdir Silva, de 24 anos, que veio de Três Lagoas para o show.

Com direito a faixa na cabeça escrita o nome da banda, a estudante de 15 anos, Rebeca Duarte, apareceu acompanhada do namorado, o militar Jeferson dos Santos, de 20 anos. Os dois são da Igreja Adventista e reclamam que para os jovens evangélicos não há onde ir. Então, quando tem algum evento, o negócio é aproveitar. “Saímos uma vez ao mês, e em eventos da igreja. De resto não saímos, não tem isso de balada”, conta a estudante.

Se na Capital o problema é grande para os evangélicos, no interior é mais difícil ainda. Por isso, os namorados Sadir Ornelas, de 27 anos, e Paula Caroline, de 19, vieram de Três Lagoas. Não pensaram duas vezes em pegar a estrada quando souberam do evento, e trataram de alugar uma van, para a companhia de mais 7 amigos. “É raro ter evento gospel, e sentimos falta”, comenta Sadir.

Quinta Gospel, na praça do Rádio Clube(Foto: Cleber Gellio)
Quinta Gospel, na praça do Rádio Clube(Foto: Cleber Gellio)
A estudante de 15 anos, Rebeca Duarte mostrou na testa que é fã de rock. (Foto: Cleber Gellio)
A estudante de 15 anos, Rebeca Duarte mostrou na testa que é fã de rock. (Foto: Cleber Gellio)
 Juninho Afran acredita que a diferenciação entre bandas é ruim (Foto: Cleber Gellio)
Juninho Afran acredita que a diferenciação entre bandas é ruim (Foto: Cleber Gellio)

Com 55 anos, Dora Alves diz ser fã número do Oficina G3, desde os anos 80. Na mão, ela segura o primeiro disco da banda, de 1993. Espera desde 2001 – última vez que o grupo se apresentou em Campo Grande, para ver um show novamente. “Somos carentes de lazer, o evangélico não tem onde ir. O evangélico não vai a qualquer ambiente, então resta cada igreja fazer seu evento”.

Do outro lado do palco, no camarim, Juninho Afran, de 43 anos, é o único integrante que restou da formação original do Oficina G3. Para ele, isso de diferenciar eventos de rock de shows gospel acaba atrapalhando. “É ruim a diferenciação, é um preconceito”, argumenta.

Em 2001, a banda participou do Rock in Rio, festival que bandas do mundo, em diferentes estilos e não só de rock, algo digno de elogios e de ser tratado como exemplo, defende. “O certo seria incluir na agenda da cidade shows de música gospel, não criar eventos isolados”.

A “Area 77” também se apresentou nesta noite. A banda é de Campo Grande, liderada por Gabriel Britto, de 28 anos,e tem a batida do metal há três anos. Assim como as outras cristãs, o grupo reclama da falta de lugar para tocar. “Nós gostaríamos de nos apresentar no Bar Fly, por exemplo, falta convite”, diz Gabriel.

Para ele, além do rock ser minoria por aqui, ter uma banda cristã diminui ainda mais as chances de shows. O que os grupos querem é sair da igrejas e se apresentar para o público em geral. “Não é bom esse rótulo de gospel”, reclama Gabriel.

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