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Diversão

Tawanda, o grupo que "forma" passistas em uma cidade de pouco Carnaval

Elverson Cardozo | 30/01/2013 08:00
No Twanda, meninas aprendem a ser verdadeiras passistas. (Foto: João Garrigó)
No Twanda, meninas aprendem a ser verdadeiras passistas. (Foto: João Garrigó)

A idéia de criar um grupo de passistas em uma cidade sem um forte Carnaval surgiu por acaso. Cabeleireiro, Pedro de Jesus Camargo, de 49 anos, mais conhecido como Pedrinho, penteava e maquiava garotas que queriam ser Rainha do Carnaval em Campo Grande. Era procurado pela direção de vários clubes da cidade que torciam para ver suas candidatas impecáveis, dando um show na avenida.

Com o tempo, incentivado pelas clientes que acabavam virando amigas, acabou montando o próprio time de mulatas. Nasce, então, o Tawanda, grupo que agita a folia na Capital há 15 anos, “exporta” e forma rainhas.

O nome, segundo o idealizador, representa força e foi inspirado em um filme. Quem sugeriu foi uma de suas várias clientes. O grupo começou com aproximadamente 12 dançarinas. Hoje são apenas 6.

Todo ano alguma é indicada para concorrer ao título de Rainha do Carnaval. Pedrinho, que ainda mantém a profissão depois de 25 anos, diz, orgulhoso, que “fez pelo menos 7 rainhas”.

A última foi Evelise Silva Lima, de 20 anos. A operadora de caixa que “reinou” por um ano, durante 2012, entregou a coroa neste sábado (26) à educadora física Helen Ferrari, de 29 anos, eleita a nova Rainha do Carnaval campo-grandense.

No Tawanda desde os 17 anos, a jovem diz que não se vê fora do grupo, mas conta que tem que ser disciplina. Pedrinho, afirmou, é exigente.

“A gente se prepara o ano todo, enquanto todo mundo está descansando”, declarou, ao comentar que faz de 2 a 3 eventos por mês. Os ensaios, para apresentações em clubes e festas, por exemplo, acontecem todos os domingos, na casa do cabeleireiro.

Luana Cristina foi a candidata deste ano, mas não levou o título. (Foto: João Garrigó)
Luana Cristina foi a candidata deste ano, mas não levou o título. (Foto: João Garrigó)
Evelise Silva, a Rainha do Carnaval de 2012. (Foto: João Garrigó)
Evelise Silva, a Rainha do Carnaval de 2012. (Foto: João Garrigó)

Pedrinho continua a maquiar e pentear as “meninas”, mas quer resultado. Afinal de contas, a maioria das escolas de samba da Capital, quando precisam de passistas, correm atrás dele porque sabem que as garotas são bonitas e tem samba no pé. Manter o boa forma e andar sempre de salto alto são duas regras básicas, indispensáveis.

Recepcionista, Luana Cristina Santos de Oliveira, de 24 anos, sabe bem das exigências. Teve de se preparar para sambar e tentar impressionar os jurados no lançamento do Carnaval este ano.

A candidata que representava a escola Deixa Falar não levou a coroa, mas conquistou a segunda posição e o título de primeira princesa, com 224 votos, 13 a menos que a primeira colocada. Diferença de 16,5 da segunda, Rosiane Ribeiro, de 28 anos.

Em poucas palavras ela resume a importância do “grupo de mulatas” para a cidade: “É uma grande oportunidade para o samba e para o carnaval”.

Pedrinho, o “padrinho” de todas elas, pensa da mesma maneira e acrescenta, alfinetando de leve. “O samba tem que ter critério, elegância e alegria. A passista é formada para isso”.

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