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Diversão

Uma cidade com teleférico e cheia de feiras recheadas de produtos super baratos

Lucas Arruda | 09/06/2015 06:56
Teleférico sobre La Paz.
Teleférico sobre La Paz.

Rodeada de montanhas e picos nevados dos Andes, La Paz foi uma grande surpresa para mim. É uma cidade grande, com cerca de 1 milhão de habitantes, mas é muito diferente do que estamos acostumados no Brasil.

De Uyuni a La Paz, foram doze horas de viagem em um ônibus confortável, uma das poucas vezes na Bolívia que paguei Bs 100 (R$ 45). Ao chegar, o primeiro baque: mais uma vez um trânsito caótico, com motoristas buzinando a cada segundo. É como Santa Cruz, que incomoda muito pessoas como eu, acostumado com um trânsito mais silencioso.

Nos três primeiros dias na cidade, me separei do casal suíço e do francês que me acompanhavam, pois fiquei na casa de um amigo do Couchsurfing, o norte-americano Steve Nathe, que vive em La Paz há nove anos. Nos encontramos pouco, por conta de seu trabalho, mas tive uma boa estadia e ele me ajudou ao indicar alguns lugares para conhecer na cidade boliviana.

La Paz é um contraste de prédios modernos, na região central, e casas com tijolos à vista no resto da cidade. Os moradores optam por não pintá-las, deixando assim, em eterno estado de construção. É uma forma de não pagar mais impostos ao governo.

Venda de produtos baratos em comércio popular.
Venda de produtos baratos em comércio popular.
Lhamas na feira de El Alto.
Lhamas na feira de El Alto.

Mas o que me impressionou realmente na cidade foi a grande quantidade de feiras. Em todas cidades bolivianas existem feiras por todos os lados, mas em La Paz o número é muito maior.

Em minhas andanças pela cidade, encontrei feiras em praticamente todas as ruas, onde se vende de tudo. A maior e mais interessante delas é a feira 16 de Julho, que fica em El Alto, região metropolitana de La Paz.

Nesta feira, que parece não ter fim, você encontra de tudo, desde peças para carro, eletrônicos, comida, roupas, entre outras milhares de coisas por um preço muito baixo. Eu consegui comprar uma calça de moletom usada por Bs 5 (R$ 2,30), praticamente nada.

Para chegar à feira, tem de pegar o teleférico por Bs 3 (R$ 1,40), que é muito moderno, uma surpresa também, já que o transporte público boliviano é muito precário. Do teleférico, você tem uma linda vista de toda a cidade. Na feira é necessário ter cuidado, pois muitos turistas são roubados.

Outra feira que não pode deixar de ser visitada em La Paz é o Mercado de Las Brujas, onde se pode comprar presentes, artigos para viagem e ervas usadas pelos povos indígenas há milhares de anos, como Ayahuasca e o cacto San Pedro, além de conhecer um pouco mais da cultura indígena boliviana.

Praça Eduardo Espinoza, no centro histórico de La Paz.
Praça Eduardo Espinoza, no centro histórico de La Paz.

La Paz também oferece diversos roteiros culturais e a arquitetura do centro histórico é esplêndida, contrastando com os prédios modernos. No Museu de Arte Nacional pude conhecer o maravilhoso trabalho do artista Eduardo Espinosa, que pintou, principalmente, as atrocidades cometidas nos regimes militares sul-americanos, inclusive brasileiro.

Depois de sair da casa de Nathe, fiquei dois dias no Loki Hostel, que custa Bs 45 (R$ 20) o quarto com dez camas, não incluso café da manhã. No Loki, há festas todo dia, onde conheci diversas pessoas. Lá também reencontrei meus amigos de viagem.

A noite da maior cidade boliviana também é repleta de opções. A boate mais famosa é a Mithology. Mas a bebida, como em toda a Bolívia, é muito cara, uma garrafa de 600 ml não sai por menos de Bs 25 (R$ 11,50), em qualquer lugar.

A cidade também oferece vários passeios. O mais famoso é a Death Rote, uma descida de bicicleta em uma estrada sinuosa de montanha nos arredores da cidade. Eu não consegui ir à Death Rote, mas é uma excelente opção para os corajosos que visitam La Paz.

Depois de passar cinco dias na cidade é hora de conhecer o famoso Lago Titicaca. O destino agora é Copacabana.

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