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Com codinomes e clima de espetáculo, mulheres criam campeonato de roller derby

Lucas Arruda | 03/10/2015 07:34
O time de roller derby de Campo Grande começou a ser formado em 2013 (Foto: Eliza Mustafa)
O time de roller derby de Campo Grande começou a ser formado em 2013 (Foto: Eliza Mustafa)

Pouco popular no Brasil, o roller derby ficou mais conhecido por aqui no cinema, com lindas mulheres de patins com figurinos divertidos. Aqui na cidade, só nove meninas entraram nesse jogo, mas para mostrar que o esporte é sério. Sem muitas adeptas, a professora de Biologia Jaqueline Mesnerovicz criou o primeiro Campeonato Aberto de Roller Derby de Campo Grande, marcado para dezembro.

O esporte, que surgiu nos EUA na década de 20 e é bastante conhecido por lá, tem dois times, com cinco integrantes cada, patinando numa pista oval. Quatro são blockers (bloqueadoras), que devem impedir a passagem da outra jogadora que é a jammer (pontuadora). Quanto mais vezes a jammer furar o bloqueio mais pontos o time faz. Normalmente, quem joga são só mulheres, ele ainda é pouco popular entre os homens.

Fora as regras, o jogo é um espetáculo por si só. Cada uma das jogadoras tem um codinome, o derbyname. “Quando se entra para uma liga a jogadora é batizada com um novo nome. Você deixa der a pessoa que era no momento em que entra na quadra, dá tudo de você no jogo, se torna sua própria heroína”, explica Jaqueline, conhecida como Jackie Tequila no roller derby.

O codinome de Jaqueline no jogo é Jackie Tequila
O codinome de Jaqueline no jogo é Jackie Tequila

Ela jura que o nome não tem nada a ver com a bebida, foi por causa da música do Skank mesmo. “Até gosto de tequila, mas o nome ficou pela música mesmo, gosto bastante”, frisa.

O jogo é um pouco violento e não é para mulheres muito delicadas. “Durante muito tempo as participantes foram taxadas de sapatão, porque tem muito contato, às vezes até nos machucamos”, comenta Jaqueline.

Nos eventos não oficiais realizados nos Estados Unidos, elas vão com roupas chamativas, como short, meia arrastão, bastante maquiagem justamente para perderem este rótulo e mostrar que são femininas.

Jaqueline comenta que conseguir adeptas para o jogo, já que é muito pouco conhecido por aqui. Ela mesma, só o conheceu há dois anos, quando assistiu o filme “Garota Fantástica”. Depois procurou saber se havia algum time no País e achou um pequeno movimento, então decidiu começar um time aqui. “Eu já gostava de patinar, mas na época não estava fazendo esporte nenhum e procurava algo para me exercitar. Então fui atrás”, lembra.

Como para fechar um jogo é necessário no mínimo dez mulheres, os times tem amigos das jogadoras. “Eles são os árbitros também, mas acabamos formando um time misto”, pontua Jaqueline.

A formação de uma atleta também leva tempo, já que é exigido um bom nível de patinação para a prática do esporte. “Nós até temos o time, mas nem todo mundo está no mesmo nível, já que algumas garotas começaram a patinar depois que outras, no Brasil a patinação não é comum. Isso é um grande empecilho para formar um time de qualidade”, revela Jaqueline.

Outra grande dificuldade para se conseguir gente para o esporte é o alto custo dos equipamentos. Eles são todos importados e, segundo a jogadora, o mínimo que uma quem está começando vai gastar é R$ 700. “Esse valor é com um patins não muito bom, depois terá que ser trocado”, afirma.

O evento será realizado justamente para isso, para ver se conseguem novas garotas e também para chamar a atenção de times de outros lugares do Brasil, fazendo com que sejam feitos campeonatos em outras regiões também.

No campeonato poderão participar times mistos ou não e até algum que for montado na hora. Ele será no dia 5 de dezembro na Q1 Esportes, que fica na rua Maranhão, 372, Vila Rica.

Ideia é bloquear a pontuadora.
Ideia é bloquear a pontuadora.
Cena do filme Garota Fantástica” (“Whip It”).
Cena do filme Garota Fantástica” (“Whip It”).
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