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Faz Bem!

Desafio prova à advogada que a felicidade está até no biscoito da sorte

Paula Maciulevicius | 23/06/2015 06:11
Até frase de biscoito entrou para os dias mais felizes. Prova de que não é preciso tempo para ser feliz. (Fotos: Arquivo Pessoal)
Até frase de biscoito entrou para os dias mais felizes. Prova de que não é preciso tempo para ser feliz. (Fotos: Arquivo Pessoal)

Um desafio que te propõe a reconhecer momentos felizes em 100 dias. Será que a gente consegue? A advogada Natália Saraceni, de 28 anos, mostrou que sim. Nos últimos 100 dias ela observou que mesmo quando acontece algo de ruim, existem inúmeras outras coisas boas ao nosso redor.

Nesse domingo ela encerrou o projeto #100happydays se sentindo mais leve, mais otimista e mais feliz. "Foi uma experiência muito legal. Eu já tinha visto em alguns Instagrams, é uma iniciativa que busca melhorar o mundo, uma corrente. Uma amiga me falou e eu comprei a ideia", conta.

A amiga é a funcionária pública Cláudia Diamante Gouveia, de 34 anos, que deu o pontapé dos 100 dias felizes uma semana antes. "Achei interessante, é um exercício que estimula você a superestimar os acontecimentos bons e não deixar que os infelizes estraguem o seu dia", resume.

Natália e a amiga Cláudia. Com 1 semana de diferença, elas postaram seus 100 dias felizes.
Natália e a amiga Cláudia. Com 1 semana de diferença, elas postaram seus 100 dias felizes.

Não que a gente vá excluir o que acontece de negativo, mas através das fotos, vai mostrar aos outros e a si mesmo que uma coisinha ruim não precisa, não deve e nem pode estragar todo o dia. "Você consegue ver também que a alegria está nas coisas mais simples. A gente não percebe as coisas só porque elas são rotineiras? É meio Pollyanna, mas realmente funciona", afirma Cláudia.

Nos 100 dias dela, a observação foi interna. Da própria vida e o que está sendo valorizado. "Uma vida feliz não pressupõe ausência de momentos infelizes. Ela pressupõe que você pode ser feliz, independentemente do acontecimento. Felicidade é realmente uma escolha".

É um desafio. No site da iniciativa #100happydays, eles argumentam que por conta dos horários cada vez mais apertados, há menos tempo para desfrutar os momentos e que a capacidade de saber apreciá-los é a ponta para a felicidade.

Quando completou a missão, Natália postou montagem com parte dos 100 dias mais felizes.
Quando completou a missão, Natália postou montagem com parte dos 100 dias mais felizes.
No aniversário dos cães Dalila e Sansão, advogada fez momento entrar para os 100 happy days.
No aniversário dos cães Dalila e Sansão, advogada fez momento entrar para os 100 happy days.

No entanto, o projeto explica, com base nas pessoas que se cadastraram, que 71% das pessoas tentaram completar o desafio, mas não conseguiram e ainda citaram a falta de tempo como principal motivo. Gente que não tem tempo para ser feliz. Aí que a hashtag entra, mais uma vez.

"Não precisa ter nada de excepcional. A ideia é essa, que você dê valor às pequenas coisas. Teve um dia que postei uma foto minha acordando, de cabelo bagunçado, com o cachorro. Tem coisa melhor que acordar com cachorro?" argumenta Natália.

A advogada 'comprou' a ideia da amiga por estar em um momento de transição e aberta às novidades. "Tinha me matriculado numa aula de dança. Voltei a estudar pra concurso, voltei pra igreja, era um momento meu, de me motivar às coisas novas", relata.

No #day32, Natália posta trecho de Clarice Lispector, com a legenda de que é preciso querer ser feliz.
No #day32, Natália posta trecho de Clarice Lispector, com a legenda de que é preciso querer ser feliz.
No #day77, a comemoração de 32 anos de casados dos pais.
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No 12º dia de projeto, "recordar é viver" e foto marca época de pedágio na avenida.
No 12º dia de projeto, "recordar é viver" e foto marca época de pedágio na avenida.

Natália descreve que estava desacreditada, desmotivada e sem vontade alguma de fazer nada. Nos primeiros dias, pensou que 100 levariam uma eternidade. Mas eles passaram tão rápido quanto um 'like'. "Eu fui vendo os amigos comentando, as pessoas dando força. Aumentou até minha interação com eles. Você começa a olhar para as coisas boas e percebe que todo dia tem uma, mesmo que pequena, mas tem", defende.

Revendo as fotos, ela não esconde o brilho nos olhos, como se voltasse à cada uma das 100 cenas vividas. "Muda a gratidão. Você dá valor às coisas simples, aos pequenos momentos com amigos, com a família. E quando você não tem o que postar, você lembra do desafio de ter de fazer acontecer uma coisa legal. Isso me motivava bastante", conta.

Como uma terapia, o projeto não exige mais do que vontade e disposição para olhar o lado bom da vida diária. As cenas de Natália são desde encontros com amigos, trechos de livros que marcaram, a foto tirada do baú do dia do trote na faculdade de Direito da UFMS, o reencontro com uma velha amiga e até o biscoito da sorte: "você possui uma estrutura de ferro".

"E várias coisas aconteceram neste período. Não foi coincidência. Uma energia boa atrai coisas boas. E olha, foram 100 dias que aconteceram tantas coisas boas que eu não lembro de acontecer em outra época", reflete Natália.

A lição que ficou foi de otimismo. Acima de tudo. "Eu me achava esperta em ser realista, que isso evitava a frustração. Dane-se se você se frustrar, não importa. Ser otimista te torna mais leve. Você começa a ver o lado bom, esperar coisas boas sempre".

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