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Musculação vira "queridinha" de brasileiros e futebol fica em 2º plano

Michel Faustino | 25/10/2014 09:18
Pesquisa do Ministério da Saúde aponta que a pratica de exercícios foi a que mais cresceu. (Foto: Marcelo Calazans)
Pesquisa do Ministério da Saúde aponta que a pratica de exercícios foi a que mais cresceu. (Foto: Marcelo Calazans)

Pesquisa inédita do Ministério da Saúde aponta que a prática de exercício em academias foi a que mais cresceu no país, inclusive entre os homens, deixando para trás até mesmo o futebol, a paixão nacional. O estudo aponta ainda que a caminhada também caiu no gosto do brasileiro.

A pesquisa encomendada pelo Ministério da Saúde aponta que hoje 33,8% da população pratica atividade física regularmente, um crescimento de 12,6% nos últimos cinco anos. Os dados inéditos, do estudo Vigitel 2013, indicam uma mudança no comportamento da população adulta, que está mais atenta às mensagens de promoção à saúde e preocupada em adotar estilo de vida mais saudável.

Na busca por atividades físicas, a musculação tem ganhado cada vez mais adeptos no Brasil, enquanto o futebol reduz a participação na rotina da população. O percentual de entrevistados que disseram praticar musculação cresceu 50% entre 2006 e 2013, enquanto o índice dos que jogam bola caiu 28% no período. Segundo a pesquisa, 18,97% dos adultos hoje optam pelas academias, contra 14,87% que dizem praticar futebol.

Entre os homens, o futebol continua sendo o esporte preferido. Na hora de se exercitar, 26,75% da população masculina recorre à paixão nacional. Mas, mesmo nesse grupo, o índice caiu: oito anos atrás, 35% diziam jogar bola regularmente. Em segundo lugar, esse público realiza mais caminhadas, seguido da musculação.

Apesar das mudanças no perfil da atividade física da população, com a crescente participação da musculação, a pesquisa mostrou que a caminhada permanece como o exercício mais frequente entre os brasileiros. Do total de entrevistados que pratica alguma atividade física, 33,79% disseram fazer caminhadas. Em 2006, o índice era 10% maior. O público feminino é o mais fiel nesse exercício, com 43,98% de adeptas, seguida pela musculação e pela ginástica.

Educador físico atribui aumento na procura pela acadêmia a preocupação com a estética e saúde. (Foto: Marcelo Calazans)
Educador físico atribui aumento na procura pela acadêmia a preocupação com a estética e saúde. (Foto: Marcelo Calazans)

Entre os sul-mato-grossense a pratica da musculação têm ganhado cada vez mais adeptos. Conforme dados do CREF-MS (Conselho Regional de Educação Física), o aumento do número de praticantes refletiu diretamente no número de estabelecimentos. Houve aumento de 40% na quantidade de academias em dois anos. Em 2012 haviam 603 estabelecimentos em todo o Estado. O número subiu para 749 em 2013, e este ano, ao todo, existem 850 estabelecimentos registrados junto ao CREF-MS.

Na opinião do educador físico, Humberto Rocha, 35 anos, o aumento no número de praticantes e por consequência a preocupação com o corpo e com a saúde é visível. Humberto diz que “se encontrou” na musculação há cerca de 16 anos, e hoje é um incentivados da pratica esportiva.

“Eu pratico faz muito tempo, e hoje eu oriento as pessoas e incentivo a pratica da musculação não só como um meio de trabalhar a questão estética, mas também visando a melhoria da saúde”, disse.

O bacharel em direito Gustavo Casarin Corrêa, 24 anos, diz que começou a praticar musculação há dois anos. De lá pra cá, Gustavo afirma que teve uma melhora na qualidade de vida, e prática auxiliou até mesmo nas tarefas mais simples do dia a dia.

“Eu senti que eu tive uma melhora muito grande na minha qualidade de vida, depois que eu comecei a malhar. Não só pela questão de estética, mas pela saúde também. Me ajuda até a subir uma escada. Antes eu precisa caminhar ou subir degraus e me sentia ofegante. Hoje faço isso com mais facilidade”, diz.

Gustavo diz que pratica da musculação ajudou nas atividades do dia a dia. (Foto: Marcelo Calazans)
Gustavo diz que pratica da musculação ajudou nas atividades do dia a dia. (Foto: Marcelo Calazans)
Luana acredita que a pratica dentro das acadêmias é democrática. (Foto: Marcelo Calazans)
Luana acredita que a pratica dentro das acadêmias é democrática. (Foto: Marcelo Calazans)

Responsável por orientar e motivar os praticantes, a educadora física Luana Vilalba, 26 anos, acredita que o “sucesso” da musculação e a ampla aceitação é devido a pratica ser “democrática”. “Tem gente de todas as idades, geralmente com objetivos diferentes. Mas, eu acredito que as pessoas mais velhas são mais dedicadas, não faltam uma aula. Eu acho que isso contribuiu no aumento da procura pela acadêmia”, relatou.

Para a diretora de Vigilância e Promoção da Saúde do Ministério da Saúde, Deborah Malta, o crescimento da prática da musculação demonstra maior interesse da população brasileira em ter melhor qualidade de vida e mais saúde.

“A caminhada, geralmente, é muito popular junto ao publico feminino, e a primeira atividade física que a população escolhe para começar a se exercitar. Já o futebol é preferido pelos homens, mais jovens, e está muito arraigado na cultura do país. Não raro, amigos se encontram para jogar uma partida de futebol no fim de semana. Já a musculação, é uma atividade contratual, em que é necessário se matricular, buscar um estabelecimento e passa a ser um compromisso agendado na semana”, frisou.

O estudo Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), realizado em parceria com o Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde da Universidade de São Paulo (NUPENS/USP), ouviu 53 mil pessoas nas 26 capitais e no Distrito Federal.

Impacto na saúde A Organização Mundial de Saúde estima que pessoas sedentárias têm entre 20% e 30% de aumento do risco de mortalidade, em especial por doenças crônicas. A Atividade física regular reduz o risco de doença cardiovasculares, como hipertensão, diabetes, câncer de mama e de cólon, além de depressão.

Pelas considerações da OMS, entende-se atividade física suficiente no tempo livre a prática de, pelo menos, 150 minutos semanais de atividade física de intensidade leve ou moderada ou de, pelo menos, 75 minutos semanais de atividade física de intensidade vigorosa.

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