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Faz Bem!

Para quem está disposto, academia também serve como santo casamenteiro

Angela Werdemberg | 16/12/2013 06:11
Paulo e Mary se encontraram em uma academia  há 32 anos.
Paulo e Mary se encontraram em uma academia há 32 anos.

Se você tem limitado sua busca por um novo amor em baladas, o Labo B tem uma dica que deu certo para algumas pessoas em Campo Grande e que, com certeza, faz bem ao coração.

Eliminar gordurinhas e ganhar massa muscular são os motivos que mais atraem frequentadores às academias e grupos de modalidades específicas, como ciclismo e corrida de rua. As horinhas de treino são úteis para queima de calorias, mas podem, inclusive, servir para alavancar um relacionamento. "A prática do esporte é o momento diário de descontração para muita gente. O ambiente de academia é ainda mais fácil para paquera do que uma boate, por exemplo”, dá a dica o educador físico Juliano Bortolato.

Nas academias, ele afirma que já viu de tudo. “Já vi relacionamento começar e terminar, mas já vi muita gente casar também”. Se a pessoa estiver aberta para relacionar-se, durante o revezamento de aparelho ou uma caminhadinha na esteira dá para puxar papo, estreitar relação e se rolar interesse, passam para a segunda fase. “Daí entra em ação as redes sociais e um lanchinho saudável no pós-treino”, ensina Juliano.

E tem mais um detalhe importante nesta conquista que ajuda os mais tímidos e menos atirados: na academia, as pessoas se encontram com frequência. “Na boate, o homem ou a mulher tem só algumas horas para a conquista. Já nas academias, essa conquista pode levar algumas semanas e acontecer mais tranquilamente”, avalia o educador.

Se você já encontrou a sua metade e não quer azaração, o esporte também pode ser um bom momento a dois. Juntos há 32 anos, Paulo e Mary, fogem à normalidade dos casais na casa dos cinquenta. O brilho nos olhos dos dois ao contar como se conheceram e o nome dela tatuado no braço esquerdo do marido já os entregam.

O romance começou numa academia em Cascavel (PR). Ela treinadora e ele trabalhava com material de construção e foi fazer uma visita à academia que estava reformando. “Quando cheguei vi a Mary de malha azul. Só pensei: nossa que gata! Mas não falei com ela e ela nem me viu também”. Dois anos depois, Paulo foi à Foz do Iguaçu e decidiu visitar a filial desta academia, sem saber que Mary estava lá.

“Quem tem sorte, tem. Enquanto aguardava para ser atendido, vi a Mary de malha preta vindo à recepção para pegar a ficha de um aluno. Quando o dono da academia me atendeu, disse que eu iria ao Paraguai e, por coincidência, a Mary havia falado que precisava comprar um secador de cabelo para a irmã dela que morava em Toledo. Era a oportunidade que eu precisava”.

Três meses depois Paulo e Mary estavam casados. Ela fazia musculação e ele sempre nas corridas. “Há 13 anos, ele me inscreveu numa corrida e passei a acompanhá-lo nas competições também. Mais uma atividade juntos”, comenta Mary, que também é companheira do Paulo na administração da empresa em Campo Grande.

Medalhas e troféus, dele e dela.
Medalhas e troféus, dele e dela.

Os empresários do ramo de persianas iniciam o dia às 4 quatro horas da manhã. Correm juntos, voltam para casa e começam a trabalhar às seis e meia. Na casa deles, um verdadeiro arsenal de medalhas e troféus decoram as paredes. Tudo em dose dupla. Uma medalha dela, outra dele."Nos acostumamos a treinar juntos. Quando a Mary não vai comigo, sinto falta do barulho da pisada dela com a minha. É legal ouvir a pisada dos dois juntos", conta Paulo.

Mesmo um casal super afinado como Paulo e Mary tem suas diversidades. Numa conversa rápida com o Lado B, conseguiram elencar detalhes simples. Ele gosta de doce. Ela prefere alimentos salgados. Ele é alucinado por rock. Já ela fica com os ritmos mais clássicos. Adora MPB.

Dizem por aí que manter o casamento sempre feliz não é tarefa nada fácil. Ceder, respeitar as individualidades, dividir os espaços e entrar num acordo no modo como educar os filhos. Fazer atividade física a dois, respeitando a diferença de desempenho entre a mulher e o homem também não é para qualquer casal. Mary e Paulo correm há quase 20 anos e sabem muito bem disso. “Às vezes, saio alguns minutos antes dele para deixá-lo correr mais rápido. Outras vezes, ele cede e faz o treino todo no meu ritmo”, diz ela.

Ainda como dica para quem ficou inspirado com a história, o educador físico Juliano lembra que o esporte aproxima as pessoas e fortalece o relacionamento quando ambos gostam. Não precisa, necessariamente, treinarem juntos. Só o fato dos dois gostarem de conversar sobre treino em casa e cuidarem da alimentação juntos já é o suficiente para aproximá-los.

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