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Faz Bem!

Quem quer ver arco-íris tem que enfrentar a tempestade e passar muita vontade

Liziane Berrocal | 16/05/2016 06:25
O antes e o depois são os maiores incentivos,
O antes e o depois são os maiores incentivos,

A vida é um eterno recomeçar, afinal, temos que levantar todos os dias. Uma frase tão clichê como essa define bem o sentido de recomeçar. Ontem, fez um ano e quatro meses que minha vida recomeçou. Eu estava num churrasco, era aniversário do meu marido e do pastor da igreja, e lá eu queria comer. Queria comer bastante, mas eu não ia conseguir, eu já sabia que não. Até que uma irmã da igreja me abordou e veio elogiar toda motivação que tenho desde que comecei a escrever às segundas-feiras nesta coluna.

Lembrei da minha semana, quando eu novamente acordei cedo e fui para a academia. Lembrei que tem coisas que eu consigo fazer hoje em dia e que não conseguia fazer quando pesava 170 quilos. Acordo às 6h, levanto às 6h15, com três dálmatas na cama: Rui Marcelo, Morena Flor Heloisa e Nico Rosberg. Para me animar, eles começam uma aula de alongamento e logo em seguida fazem jump, em cima de mim, claro!

A academia de verdade começa às 7h e vamos aos números: 1 km na esteira (não fazia nem cem metros, melhorou bem) na velocidade 5.5. Na esteira, conversa com Deus. "Deus, o senhor é tão maneiro, eu tenho mesmo que fazer dieta?" Deus nem responde, manda eu lembrar do "antes e depois" e continuar correndo!

Daí lá vem 120 abdominais de prancha, com peso 5. Não sei bem o que é isso, mas tá lá, antes era menos. Outras 80 abdominais no colchonete (a esperta só conseguiu a proeza porque errou, era pra fazer duas séries de 20, fez 4 de 20 alternadas). E eu  que falava que colchonete não era de Deus, é sim, é abençoado.

Dá-lhe mais duas séries de 30 segundos na prancha. Acha pouco? Experimenta segurar a bunda de nós tudo em cem quilos fazendo aquilo! É de lascar minha gente! Corrige essa prancha que na foto tava torta! Fernandinho já chega falando! Contrai o abdome diz a Bruna.

Ainda tem umas trocentas séries de bíceps, tríceps, interno de coxa, externo de coxa, nem sabia que tinha tanta coxa assim, mas está valendo. Puxa assim, cotovelos assado, ops, não cotovelos corretos. 

Contrai o abdome. Contrai o abdome. Empina o bumbum! Empinaaaaaa o bumbum! Mas gente, se eu empinar mais a bunda vai bater na coleguinha atrás. Abre o peitoral, inspira, respira, transpira. Contrai o abdome. 

Anima, ânimo! Daí, tem um trem que eu não sei o nome, que coloca um peso de 4 quilos no tornozelo, e você se sente Cerveró com a tornozeleira de preso, com a diferença que você tem que fazer exercício de glúteo.

Isso, balança a perna, isso... Duas séries de vinte. Moleza! Em casa perna!

Meu Jesus, socorro! Finaliza com a esteira.

Saindo dali, anda oito quadras para chegar no ponto de ônibus. A alegria de passar na catraca faz o sorriso ser largo, largo... Pega o bus pra ir trabalhar e desce nada menos que 12 quadras mais longe. Coloca "Você é de Deus" no som e segue o trecho! Afinal, no pain no gain, e agora sim eu começo a entender o que é isso! Afinal, desde que “aprendi a andar” eu realmente passei a ter mais liberdade.

Há momentos – como ao vestir uma calça 46, que eu começo a rir sozinha. Porque até o recomeçar tomou outro sentido, a ponto de minhas pelancas do braço, que tanto me incomodam, passarem a ser motivo de orgulho olhando as pessoas que inspiramos no dia a dia, olhando meu antes e depois.

Com os 70 quilos que foram embora, veio uma liberdade nunca antes imaginada, e pensando nisso tudo, diante do churrascão, fiz meu pratinho de criança e lembrei que quem quer ver arco íris tem que aprender a enfrentar a tempestade e talvez a minha tempestade seja vencer minhas vontades dia após dia, porque afinal, em todos os dias é preciso recomeçar.

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