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Games

Em tempos de smartphones e tablets, ainda vale a pena ter um videogame portátil?

Ângela Kempfer | 03/07/2014 06:50
Em tempos de smartphones e tablets, ainda vale a pena ter um videogame portátil?

Nas décadas de 90 e 2000, os videogames portáteis eram quase uma necessidade para os amantes dos games. A possibilidade de poder jogar seus games prediletos “on the go” era irresistível. Mesmo que os games não tivessem a mesma qualidade dos games dos consoles normais, como era o caso do primeiro Game Boy, com sua telinha monocromática, em comparação com as cores oferecidas pelo NES 8bit.

Mas um fenômeno recente vem afetando esse mercado de forma significativa: o surgimento dos smartphones e tablets. Claro, os celulares mais antigos também possuíam joguinhos, mas eram games rudimentares (quem não lembra do jogo da cobrinha da Nokia?), que tinham o papel de apenas distrair e divertir por poucos minutos o proprietário do aparelho, sem compromisso com enredo, gráfico ou personagem carismático para cumprir esse papel. Porém, com os smartphones e sua capacidade maior de hardware, a indústria viu que poderia trazer a experiência do videogame portátil para o celular.

A própria Nokia vislumbrou isso em 2003, lançando o N-Gage, um aparelho que misturava telefone celular com videogame. O erro foi que o N-Gage acabava por não fazer nenhuma das duas funções de forma satisfatória, pois como videogame possuía poucos jogos de qualidade diante do que a concorrência (Game Boy Advance) apresentava e como celular era algo que de tão desajeitado e inapropriado, acabou virando motivo de chacota na internet (digite “n-gage fail” no google e veja as fotos).

Com essa experiência desastrada da Nokia, o mercado então sentiu que as funções de telefone tinham que ser o foco principal do aparelho, com a possibilidade de utilização de jogos (de qualidade) como uma função secundária, e dessa forma agradar um público que vai desde o gamer “hardcore”, até pessoas que não tem costume de jogar videogames (quem tem smartphone que nunca jogou Candy Crush?).

Considerando que nos dias atuais é quase que obrigatório possuir um telefone celular, estava evidenciado o potencial que esse mercado de games para celulares teria. Hoje é raríssimo um proprietário de smartphone que não possua pelo menos 1 jogo instalado em seu aparelho. O mesmo se pode dizer dos tablets, que conquistaram não só adultos, mas também as crianças (deve ser o presente mais pedido nos aniversários atualmente).

E como fica o mercado de videogames portáteis? Será que a venda de portáteis foi afetada com o aparecimento dos smartphones e tablets? Primeiramente temos que separar o gamer casual do gamer inveterado. O casual, que eventualmente poderia comprar um console portátil, com certeza desistiu. Agora o gamer de verdade, esse continua comprando os portáteis. E com o nível de crescimento do mercado de games atualmente (em especial no Brasil, que cresceu no ano passado incríveis 300%!!), a tendência é que as vendas desses consoles continuem muito bem, justificando o investimento das empresas nesse tipo de mercado.

Porém, um fato pode contribuir para que no futuro os consoles portáteis sejam esquecidos e virem apenas peças de museu: a migração do público infantil dos consoles para os tablets. Difícil uma criança hoje em dia que não entende tudo de joguinhos em tablets. Isso se deve principalmente pela facilidade de manuseio desses jogos, todos jogados nas telas sensíveis a toque (“Touch Screen”) desses aparelhos.

Tudo isso claro, depois de um bom “test drive” no tablet ou smartphone do papai e da mamãe. À medida que essas crianças forem crescendo, caberá à indústria do videogame se reinventar, para oferecer um produto que se encaixe na vontade desse futuro adolescente/adulto, que ao contrário deste colunista e dos games das décadas mencionadas, não jogou Game Boy, Game Gear, PSP, Nintendo DS...

E como está a qualidade dos consoles portáteis atualmente no mercado? Tanto Nintendo 3DS como PS Vita possuem excelentes jogos, aparelhos bem construídos e constantes lançamentos de games, principalmente nas redes de vendas online Nintendo E-Shop e PSN. Sem contar consoles que utilizam a plataforma android, como o N-Vidia Shield.

Se nosso caro leitor do Lado B tem vontade de investir em um console portátil, pode comprar um sem medo. Mas se você está satisfeito com os games que tem em seu smartphone e sente que ele supre suas necessidades de jogos portáteis, dá pra economizar essa graninha do console.

A coluna de games do Lado B é patrocinada pelo Museu do Videogame.

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