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Lado B

Idosos modernos, eles vivem a juventude por mais tempo

Mariana Lopes | 01/10/2012 13:56
Com o dia-a-dia agitado, Marlene garante que a vida não tem rotina
Com o dia-a-dia agitado, Marlene garante que a vida não tem rotina

Nada de vózinhas sentadas no sofá da sala, assistindo televisão e fazendo tricô. A “Melhor Idade” hoje faz jus ao título. Chegar aos 60 anos, de uns tempos para cá se tornou sinônimo de “voltar a aproveitar a vida”. Da maneira de pensar e se vestir, assim como a rotina, tudo mudou, e isso é perceptível.

A maioria dos idosos de hoje trocou as agulhas de tricô e as cruzadinhas por mídias sociais e até baladas, e acabaram ganhando uma rotina agitadíssima. “Na verdade, não temos rotina, tem dias que vamos em casa só para dormir”, diz a artesã Marlene Machado Holsbach, de 62 anos.

Ela e o marido criaram os filhos e agora, enquanto esperam os netos, aproveitam cada segundo da aposentadoria. “Participamos da UMI (Universidade da Melhor Idade), fazemos atividades físicas, somos voluntários dos Vicentinos, ajudamos famílias carentes”, conta.

De óculos escuros, salto alto, camiseta regata da UMI, chapéu e uma maquiagem caprichada, ela afirma que o importante é manter a auto-estima. “Antes as pessoas tinham a ideia de que ‘velho’ tem que ficar em casa, assistindo televisão, mas é agora que começamos a viver para valer, nosso compromisso é só com a gente mesmo”, enfatiza a artesã, que hoje trabalha apenas por terapia.

A vitalidade das amigas Marisa Jatte de Pauli, 63 anos, e Maria Fernanda Perdomo, 65 anos, é invejável e se percebe desde os trajes. Com roupas típicas de ginástica, elas mostram a boa forma e o ânimo na pista de dança, durante evento do Dia Nacional da Pessoa Idosa.

Apesar de o rosto enganar a idade, elas contam com orgulho que se conheceram na UMI, em atividades voltadas aos idosos. “Participamos de ações do grupo, viajamos muito, vamos à academia três vezes por semana, e ainda cuidamos da casa”, conta Marisa.

Amigas se conheceram na Universidade da Melhor Idade
Amigas se conheceram na Universidade da Melhor Idade
Antônio e o seu alto-falante inseparável
Antônio e o seu alto-falante inseparável

Além da rotina movimentada, as duas dizem que são internautas assíduas de Facebook e Badoo. “Fico muito tempo conectada à Internet, converso com meus filhos, meus netos, e faço novas amizades, é muito legal”, conta Marisa.

Mas não são apenas as mulheres que deixaram de lado a imagem de vózinha para “curtir” a vida. Um bom exemplo disso é o poeta e divulgador de eventos Antônio Alberto Teruel, de 66 anos.

“Hoje eu não aguento mais ficar até muito tarde na rua, mas ainda vou para a balada, me divirto vendo a meninada dançar, já que não sobra nada para mim”, conta, aos risos.

Ele diz que não rola paquera, por causa da diferença de idade, então fica só observando. “Até vejo mulheres mais velhas com rapazes bem novos, mas ao contrário não acontece, é muito difícil, eu respeito”, comenta Antônio.

Nas noites que não vai para os eventos que ele mesmo divulga, aproveita o tempo para trabalhar em uma de suas maiores paixões: a poesia. “Publico no meu blog e no Facebook”, diz.

Embora confesse que não consegue acompanhar muito o avanço tecnológico, o alto-falante de pendurar na cintura e com microfone, além da máquina fotográfica digital, são companheiros fieis dele, seja lá onde for. "Alguma coisa eu até que sei mexer, mas estou querendo contratar uma secretária para me ajudar, as coisas mudam muito rápido".

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