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Lado B

Irreverente, Cibalena arrasta multidão no Carnaval de Corumbá

No maior bloco de rua da cidade, a brincadeira é homem se vestir de mulher e vice-versa

Aline dos Santos, de Corumbá | 09/02/2013 02:58
Bloco Cibalena leva milhares de pessoas para a rua. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Bloco Cibalena leva milhares de pessoas para a rua. (Foto: Rodrigo Pazinato)

No Cibalena é assim: homem que é homem desfila “trabalhado” no vestido curto, meia calça, peruca e adereços femininos. “Tem que ser bem periguete”, define Paulo Vitor Almeida, de 32 anos. Na abertura oficial do Carnaval de Corumbá, o maior do Centro-Oeste, ele trocou o uniforme de vigilante por um modelito com estampa floral.

Paulo conta que desfila há uma década. Nos últimos cinco anos o feriado de fevereiro é a senha para deixar Campo Grande e aproveitar a festa na terra natal. Ao lado de Paulo, a esposa Isabela Almeida, de 28 anos, se mostrava contrariada em ver o marido de vestido curto. “Acho horrível”, disse, ao contar porque não dá palpite na escolha do look carnavalesco do esposo.

Mas no espírito do “não me leve a mal, hoje é Carnaval”, Paulo é só mais um em meio à multidão. Na madrugada deste sábado, a expectativa do bloco era arrastar 25 mil pessoas. Pelas ruas, homens desfilam com estampa de oncinha, saias cor de rosa, tiaras com orelhas de pelúcia. Eles só não se arriscam a andar de salto alto nas ruas de paralelepípedo. Os pés vão firmes no chão, em tênis e sapatilhas.

No Cibalena, maior bloco de rua da cidade, a brincadeira é homem se vestir de mulher e vice-versa. Porém, entre o público feminino, a proposta tem adesão bem menor. E a fantasia é mais contida, como desfilar vestida de jogador de futebol.

Paulo apostou no vestido floral para cair no samba. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Paulo apostou no vestido floral para cair no samba. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Para não perder nenhum aspecto da brincadeira, uma foliã reuniu as duas fantasias de uma só. Em clima de festa, prefere dar apenas os nomes fictícios: de um lado é Aparecida, do outro, Juvenal. A fantasia caprichada – bombeiro para as mulheres e enfermeira sexy para os homens – chamava a atenção para um grupo de 22 pessoas. “A gente contrata uma costureira, que faz roupa para todos”, conta a turismóloga Carmem Toledo.

Já o traje de havaiana de Ederson Fernandes, de 39 anos, e a inscrição “bebê a bordo” na barriga saliente foram ideia da esposa. Ilka Fernades, de 38 anos, relata que não consegue ficar longe do Carnaval da Cidade Branca. Ela se mudou para o Mato Grosso, mas retorna para aproveitar a festa. “Vim com a minha família, que são cinco pessoas, e mais três amigos de lá”, diz.

Tradição – O bloco que reúne milhares de pessoa nasceu há 33 anos, fruto da amizade de Valério e Manduca. O uso do nome de um remédio para batizar o grupo veio de uma brincadeira. Manduca apelidou a cerveja com o nome do medicamento. E a moda pegou, dos pedidos de “me dá uma Cibalena” feitos nos bares surgiu o nome do bloco.

No começo, o Cibalena reunia, no máximo, 15 pessoas, que seguiam um radinho colocado em um caminhãozinho de madeira. Agora, tem carro de som e bandinha. “Como já tinha a banda, os outros blocos foram se unindo”, explica o presidente do Cibalena, Elias Ferreira da Silva.

Para cair na folia, não precisa comprar abadá e nem usar fantasia, basta chegar e seguir junto com a multidão. Sem perder o clima de diversão, o presidente planeja tornar o bloco uma grife, com venda de camisetas e produtos.

Mulatas deram show com a bateria da Mangueira. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Mulatas deram show com a bateria da Mangueira. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Poderosas – De tão grande, o Cibalena ganhou uma ramificação: As Poderosas. Mantendo a irreverência e a cada ano com uma fantasia nova, os foliões saiem na frente do Cibalena. A ideia foi de Luiz Antônio Martins, proprietário do hotel Nacional.

Os hóspedes vêm para o Carnaval e participam do desfile de rua. Em 2013, o grupo escolheu homenagear Carmem Miranda. “A maioria dos turistas vem de Campo Grande. Mas tem hondurenho, chileno, boliviano, paraguaio, venezuelano, mexicano”, conta.

Mangueira – A diversão na primeira noite oficial do Carnaval 2013 também teve apresentação da bateria da Mangueira. Ao som de samba-enredos que fizeram história, o público lotou a praça Generoso Ponce. No palco, o samba no pé marcou o show das passistas.

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