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Lado B

Loja de colchão, farmácia, boteco... O que sobra e o que falta em Campo Grande?

Ângela Kempfer | 27/09/2012 14:00
Ravi Amorim e Mariana Maia param diante da pergunta e respondem:
Ravi Amorim e Mariana Maia param diante da pergunta e respondem:

O empresário Joel Dibo levantou a bola há meses e agora resolvi pesquisar. Desiludido, depois de fechar uma casa noturna de Campo Grande, ele soltou a frase que ficou na cabeça de muita gente: “Aqui é a terra das farmácias e das lojas de colchão”. Mas não é bem assim.

É só olhar pela cidade para perceber. Tem muito pet shop, academias em pencas, lanchonetes. O casal Ravi Amorim e Mariana Maia não acha que a cidade tem algo de sobra. “Só sertanejo, que tem demais”. Já sobre o que falta, a resposta é na lata. “Precisamos de delivery que funcionem 24 horas. Não tem nada para comer de madrugada aqui”, lembra Ravi.

As amigas Camila Valensuellos e Jessika Ferreira também parecem ter combinado a resposta. “Sobra igreja. Meu Deus, têm demais”, diz Camila. Mãe de uma menina de um ano e meio, ela reclama não ter nada para fazer no Jardim Itamaracá, bairro onde mora. “tenho de levar ela em shopping ou em praça em outro lugar, longe”.

Segundo JUCEMS, existe 1 ótica para cada mil habitantes.
Segundo JUCEMS, existe 1 ótica para cada mil habitantes.

Para não ficar apenas na constatação visual ou na base da opinião pública, o Lado B procurou fonte oficial, a JUCEMS (Junta Comercial de Mato Grosso do Sul), o que embaralhou ainda mais a história.

As informações são de comércio ativo em Campo Grande, de empresas que continuam abertas ou não pediram a exclusão no sistema do órgão.

Para a surpresa de quem achava que campo-grandense só gosta de tomar remédios e dormir, a onda do momento são as óticas.

Na avaliação do presidente da Junta, Wagner Bertoli, houve uma proliferação desse tipo de comércio, principalmente na periferia. “É impressionante”, comenta.

Enquanto são 585 farmácias registradas e 563 lojas que vendem colchões, a cidade tem oficialmente 832 óticas. Isso inclui qualquer loja que venda óculos, inclusive as lojas de vestuário.

Os empresários do setor acham que o número é exagerado. “Sei que são dados da JUCEMS, tá certo, mas não tem mais de 200 óticas aqui. Será que estão na periferia”, comenta o dono de ótica na 14 de Julho, Roberto Nakasse.

O vizinho de ponto também discorda. Nilton Fernandes é gerente da ótica que há 40 anos funciona no mesmo prédio da 14 e aposta no mesmo número. “São 200. Não entendo esses dados porque óticas não fecham muito, então nem tem como dizer que a maioria está inativa”, avalia.

Bem, relembrando a reportagem que deu origem à pesquisa, as estatísticas colocam no topo justamente o setor que o empresário da noite diz que menos vinga por aqui. O recordista são bares, lanchonetes e restaurantes, com 1032 empresas registradas.

Anderson Pelintro é garçom e confirma. “Tem muito boteco. Não sei como sobrevivem”. Sobre o que falta em Campo Grande ele vai bem longe. “Praia, né. Com esse calor, o que falta é praia”.

Em tempo - Os números da Associação Comercial de Campo Grande são muito diferentes, mas confirmam. Tem mais ótica na cidade do que lojas de colchão ou farmácias. São 63 óticas associadas, 34 farmácias, 24 lojas de colchão e 22 bares.

As amigas Camila Valensuellos e Jessika Ferreira dizem que sobra igreja.
As amigas Camila Valensuellos e Jessika Ferreira dizem que sobra igreja.
Anderson Pelintro é garçom e confirma. “Tem muito boteco.
Anderson Pelintro é garçom e confirma. “Tem muito boteco.
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