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Lado B

Meninas gays não escondem os carinhos. A cidade ficou mais tolerante?

Ângela Kempfer e Anny Malagolini | 26/09/2012 14:00
As meninas não aparecem por decisão do Jornal, porque a maioria é menor de idade. Mas por conta própria escancaram a decisão de ser gay nas ruas.
As meninas não aparecem por decisão do Jornal, porque a maioria é menor de idade. Mas por conta própria escancaram a decisão de ser gay nas ruas.

Para mim é uma boa novidade. Tenho visto muitas meninas assumirem a homossexualidade em público, na hora do almoço no Shopping Norte Sul, na saída do trabalho na Rua da Paz, em um sábado no Shopping Campo Grande e em finais de semana no Parque das Nações Indígenas. É um chamego, as mãos dadas, um abraço diferente, um beijo na boca.

A mesma liberdade nunca presenciei entre os meninos, o que me fez pensar: Campo Grande anda aceitando mais a homossexualidade? Ou será que a intolerância só é menor com as garotas?

Na rua, o Lado B conversou com todos os lados do que parece ser uma eterna polêmica. A intenção não é provar nada. É sim abrir a discussão e registrar o que parece ser bacana para qualquer lugar com disposição à diversidade.

As amigas Maria Gabriela, Lucieli, Karine e Tatiane, não têm nenhum constrangimento. São gays, namoram firme e dividem isso com qualquer um. Até em entrevista são claras, bem resolvidas. Mas como a maioria é menor de idade, os rostos das meninas lindinhas, de cabelos e olhos brilhantes, serão preservados.

Já quando a decisão só cabe a elas, nenhuma passa vontade. Na rua ou em festas, trocam carinhos como casal convencional e acham estar em situação mais confortável, porque para “meninas é mais fácil andar por aí de mãos dadas ou ter qualquer tipo de afeto em ambientes públicos”.

Tatiana não acredita que a avaliação das pessoas em geral sobre a homossexualidade mudou, o que ocorre, na visão dela, é que muitos nem percebem a diferença no tipo de relacionamento, confundem com amizade entre garotas. "Desde criança as meninas costumam andar de mãos dadas, sempre foi cabível esse tipo de atitude."

Mas a namorada Karina pensa diferente. "Acredito que a sociedade tem aceitado mais as mulheres homossexuais porque acham dois homens juntos vulgar. Para alguns, duas mulheres juntas é algo até excitante".

Entre os homens, a teoria é confirmada. O estudante Alex Renan, de 24 anos, também acredita que a diferença entre homens e mulheres gays começa lá na infância.

“Andar de mãos dadas com as amigas em shoppings, na escola é normal. Talvez por conta disso as pessoas tenham outra visão. Para mulher é mais fácil sim sair por aí de mãos dadas, por exemplo, para os homens é diferente...”, reforça.

Mais experiente, a cozinheira Célia Benjamin, de 47 anos também é homossexual e, para ela, realmente fica mais fácil assumir carinhos em público pela confusão, mas isso depende da idade. Só serve para as mais novas, já que até a juventude as garotas têm a mania de trocar carinhos com as amigas.

Mas nem para os garotos a trégua surge em determinadas idades, diz Célia. "As meninas sempre brincam juntas, brincam de casinha, as vezes uma até brinca que é o marido, agora imagina dois meninos brincando assim?".

Maura Isaura da Silva, de 74 anos, é uma senhorinha com a típica cara de avó. Mesmo com a idade, não tem nada de conservadora e diz que dá é força. “Não tenho nenhum preconceito”, garante.

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