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Sabor

Alemães experimentam jantar em CTG e aprovam jeito brasileiro de fazer chucrute

Anny Malagolini | 09/06/2014 09:32
Cuca alemã, que por lá é servida com a janta.
Cuca alemã, que por lá é servida com a janta.

Quando o país de origem fica longe, a gastronomia tem o poder de matar saudades. Em Campo Grande, a Alemanha surge em jantares realizados por descendentes e convence até os germânicos que há pouco tempo chegaram por aqui. No final de semana, o teste foi feito no CTG Farroupilha, em um dos jantares regados a joelho de porco, cuca e chucrute.

Há sete anos, o programador Oliver Doreischalf, de 43 anos, veio de Frankfurt com a esposa brasileira e não nega a saudade da terra natal, principalmente, da comida. Mas a experiência com o cardápio reproduzido aqui acabou em balanço positivo. Ele diz que 90% dos pratos ficaram como os originais. “É um pouco diferente até por conta dos produtos, mas confesso que meu coração volta para a Alemanha”.

Até nos detalhes o alemão diz que os brasileiros acertaram. “Para acompanhar, serviram cerveja germânica, não há nada melhor”. Para Oliver, o 'Knodel', bolinho de pão com especiarias, foi o que mais lembrou o sabor típico da Alemanha.

Oliver veio de Frankfurt com a esposa brasileira há 7 anos.
Oliver veio de Frankfurt com a esposa brasileira há 7 anos.

Para fazer um jantar tipicamente alemão, que aconteceu no Centro de Tradições Gaúchas, os preparos começam com antecedência. O chucrute (repolho em conserva), por exemplo, levou 15 dias para ficar pronto. Como em Mato Grosso do Sul não existe para vender, a maioria dos produtos necessários para o preparo do jantar teve de ser comprado em São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Traude Dreischar, de 60 anos, vive há 30 anos em Campo Grande. Ela e o marido são filhos de alemães, nasceram no sul do Brasil e com a família aprenderam as principais tradições germânicas.

Na noite de sábado, os pratos favoritos estavam na mesa, como o joelho de porco frito, chamado 'Eisbein', e a cuca que, diferente do hábito brasileiro, é servida para acompanhar o jantar. “Lembro dos nossos pais, da família, é tudo muito parecido”, diz.

A cozinha alemã tem disso, mistura doces e salgados de maneira gritante, como a salada de alface, por exemplo, que segundo Traude é servida com açúcar, ao invés de sal.

Ela aprendeu a cozinhar com a família e como são genuinamente alemães, diariamente em casa a culinária segue os costumes da Alemanha. Do Brasil, ela diz que sabe preparar alguma coisa, como churrasco. Traude comenta que até a forma de jantar, rodeada de várias pessoas, também é um costume dos alemães reproduzido no evento do CTG. “Fazíamos almoço entre os vizinhos, até nisso se parece”.

Quem preparou o jantar foi o médico veterinário José Roque Leite, de 56 anos, que é um dos colaboradores do Centro. Descendente de alemães, ele traz de lembrança da família, algumas receitas, que foram usadas para o jantar. “Fazia em casa de curioso que sou”, comenta, sobre os dotes culinários.

Na mesa, a maioria dos pratos levavam carne suína, a mais ingerida pelos alemães. E de sobremesa Apfelstrudel de maçã, que é uma massa recheada com maçãs adoçada com açúcar, canela, passas e migalhas de pão.

O jantar acontece duas vezes ao ano, no CTG Farroupilha, que fica na avenida Ernesto Geisel, 930. O próximo está previsto para acontecer em novembro.

Jantar farto no CTG Farroupilha.
Jantar farto no CTG Farroupilha.
O casal Wilson e Traude Dreischar.
O casal Wilson e Traude Dreischar.
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