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Sabor

Apesar da moda gourmet, lanchonetes mantêm orgulho de ser "podrão"

Naiane Mesquita | 15/08/2016 06:10
X-Bola tem tudo dentro e só custa R$ 21,00 (Foto: Naiane Mesquita)
X-Bola tem tudo dentro e só custa R$ 21,00 (Foto: Naiane Mesquita)

Na era dos lanches gourmet, cheios de queijo brie e um monte de coisa de nome gringo, alguns trailers em Campo Grande são a resistência. Não tem essa de frescura não. Por aqui, o carro-chefe tem dois hambúrgueres, dois ovos, duas salsichas, catupiri, bacon e custa R$ 21,00. 

O Lado B saiu pela cidade para ver o que tem de melhor no estilo "podrão" por aí. Um jeito que parece agressivo, mas é a forma como quem curte chama com a boca cheia aquele lanche enorme, super recheado e barato.

Há 11 anos, o Bola Lanches mantém essa tradição na região do Trevo Imbirussú, permanecendo aberto até às 6 horas da manhã, melhor que muito fastfood da cidade.

Chapa do Bola Lanches funciona até às 6h da manhã (Foto: Naiane Mesquita)
Chapa do Bola Lanches funciona até às 6h da manhã (Foto: Naiane Mesquita)

O Bola, ou melhor, Leonardo Miranda, 38 anos, nasceu em Presidente Venceslau e mudou-se para Campo Grande em 2000, para gerenciar um posto de gasolina, mas acabou enveredando para o lado dos hambúrgueres. “Eu comecei com um carrinho, um trailer e eu emprestava um carro para levar e trazer de volta. Não tinha dinheiro para nada, era na luta mesmo. Comecei na esquina aqui, do Trevo Imbirussú, até ter esse ponto. O pessoal gosta mesmo é o X-Bola e do molho de alho, não tem jeito”, explica.

Da alcunha de podrão, que é como algumas pessoas chamam os lanches não-gourmet, Bola não se importa. “Tenho orgulho do que eu conquistei. Os lanches são criação minha, o X-Gordinho foi uma ideia minha e de um cliente, conheço a maioria das pessoas que vem aqui. O interessante é que se coloco o chapa para dentro diminui o movimento, se coloco para fora aumenta de novo. Não sei por que, acho que locais fechados inibem o público”, afirma Bola.

Leonardo mantém o Bola Lanches aberto de sexta à sábado, das 18 horas às 6 horas da manhã. Quarta-feira é o dia de folga. “É no meio da semana para dar um gás aos funcionários, que tem todo o final de semana pela frente”, explica. Domingo, segunda e terça-feira, o horário é das 18 horas às 3 horas da madrugada.

Cachorro quente de prato do Elvis Lanches (Foto: Divulgação)
Cachorro quente de prato do Elvis Lanches (Foto: Divulgação)

Esse jeitinho nada gourmet não significa lanche sem inovação.

No Elvis Lanches, que fica na avenida Parati, há várias novidades para atrair o público.

“O cachorro-quente sempre chamou a atenção no Elvis, mas com a queda de 30% no movimento nos últimos meses, o jeito foi inovar. Criamos o cachorro-quente no prato, que vem tudo que tem no cachorro quente, mas no prato e em maior quantidade. Uma pessoa está sofrendo para comer”, ri o proprietário, Elvis Greff, 38 anos.

A história começa no bairro Coophavilla há nove anos. Depois, Elvis que já rodou vários Estados brasileiros, decidiu voltar e fazer um novo ponto, no bairro Parati.

A concorrência chegou, com fast foods na região, mas mesmo assim, ele continua firme e forte. “Estamos investindo em porções agora e penso em colocar refeições. Queremos sempre melhorar e evoluir, como foi com o açaí na tijela e o cachorro-quente de prato”, diz Elvis.

Sobre ser podrão, ele confessa que nunca ouviu os clientes falarem isso, mas que não se importa. “É mais com os trailers que estão na antiga rodoviária né. Aqui você tem uma estrutura para receber o cliente, eu investi nisso”, diz, orgulhoso.

Outro ponto que é famoso e agrada os clientes campo-grandenses é o Pit Lanches. Aberto há cerca de dez anos na Mascarenhas de Moraes, o estabelecimento tem como carro-chefe o x-alguma coisa, sempre acompanhado da tradicional maionese caseira. O preço dos lanches varia de R$ 12,50 a R$ 16,50.

"Gosto de comer ali porque é uma opção para quem sai da balada e quer algo rápido, barato e sem muita frescura. O molho, maionese deles é muito bom. Sempre peço o Filé Mignon Super. Nem sei quantas vezes eu sai de noite para comer lá. Acredito que as vezes um lanche sem muita frescura é bem melhor que esses gourmetizados", afirma o arquiteto Luis de Souza, 35 anos. 

Você tem preferência por uma lanchonete no estilo podrão? Então manda a sugestão para gente pelo Facebook.

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