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Sabor

Casa inclui no cardápio Tacacá com Tucupi, prato quente típico do Pará

Elverson Cardozo | 12/05/2015 06:45
Imagem ilustrativa de um Tacacá. (Foto: Reprodução/Internet)
Imagem ilustrativa de um Tacacá. (Foto: Reprodução/Internet)

Tacacá com Tucupi. O nome é quase um trava-línguas, mas não é nem de longe um xingamento. Trata-se de um prato típico da culinária paraense, que em Campo Grande entra no cardápio da Tapioca do Bosque, no bairro Parati.

Os proprietários do estabelecimento, Klebson Bosque, 40, e Cristiane Bosque, 39, resolveram incluir a iguaria ao menu porque, por aqui, ninguém ou pouca gente conhece a novidade, descrita por ele como “uma goma tipo mingau, feito da seiva, que é o polvilho, e com caldo de mandioca, que é o tucupi”.

“Também leva uma erva, chamada Jambu (planta típica da região norte do Brasil)”, acrescenta e, no embalo, avisa: “Ela provoca a sensação de anestesia. Formiga a língua. É tida como um remédio para o aparelho digestivo”.

Para um sul-mato-grossense acostumado com o churrasco, como eu, Klebson recorre a um prato “adotado”, de origem japonesa, na tentativa de explicar a receita que faz sucesso na terra dele, que nasceu em Macapá, no Amapá.

“Se for comparar com o que tem mais próximo da nossa cultura, é tipo o Sobá. Só que, ao invés do macarrão, a gente usa a goma de mandioca (também chamada de tucupi), que vira tipo um mingau, uma papa, e substituiria o shoyu. A erva do jambu (que é o "agrião do Pará") seria a cebolinha. Ao invés da carne, pode colocar peixe ou camarão”, exemplifica.

É claro que a comparação é bem grosseira. Ele mesmo diz isso, mas afirma que, didaticamente falando, seriam essas as “semelhanças” com algo produzido aqui. A verdade é que o prato é um tipo de sopa, um caldo de mandioca, que pode receber outros temperos como, por exemplo, alho e pimenta.

A mistura é tradicionalmente servida em cuias, mas não são aquelas de tomar tereré que os sul mato-grossenses conhecem. São tipo cumbucas. “É feita de uma cabaça chamada cuieira, específica do Pará. É no formato de um abacate partido ao meio. Não existe servir o Tacacá sem ser na cuia”, explica Cristiane.

No região amazônica brasileira, no norte do país, o Tacacá reina. É como o acarajé na Bahia. “Em Rio Branco, no Acre, as tacacazeiras ficam no meio da rua, mas o ponto forte é o Pará”, diz, ao comentar que a comida tem origem indígena.

Montada na hora, a iguaria é bastante consumida no inverno. “O sabor é fora do comum”, valoriza Klebson. Os campo-grandenses, acostumados a outros aromas e sabores, podem não ter a mesma impressão, mas vale a experiência.

Na Tapioca do Bosque, uma porção de Tacacá custa R$ 15,00, mas, por conta dos ingredientes, nem todos os dias será servido, por isso, é bom conferir antes.

O estabelecimento fica na Rua da Divisão, 482, no bairro Parati, próximo ao residencial da mesmo nome. Funciona de terça a domingo, das 18h30 às 22h30. Outras informações podem ser obtidas pelo telefone (67) 3046-6654 ou no Facebook.

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