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Sabor

Mesmo sem nome ou publicidade, pastelaria consegue ser tradição

Paula Maciulevicius | 28/06/2012 08:53
Nunca teve propaganda, nem o nome na fachada e ainda assim a pastelaria nunca esteve vazia. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Nunca teve propaganda, nem o nome na fachada e ainda assim a pastelaria nunca esteve vazia. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Tradicional na cidade, o pastel do japonês na verdade leva o sobrenome do dono, o mesmo há 27 anos. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Tradicional na cidade, o pastel do japonês na verdade leva o sobrenome do dono, o mesmo há 27 anos. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Nunca teve o nome na fachada e aposto "um pastel" que você não saberia identificar aonde fica a pastelaria Taijó.

Há quase três décadas, abre de domingo a domingo na avenida Afonso Pena em frente à praça do Rádio Clube e, aqui denuncio a minha idade, dos 27 anos de existência da pastelaria, compartilho 22 deles comendo um dos melhores pastéis da cidade.

Para o lugar existem vários nomes, que com certeza o campo-grandense já falou ou ouviu de alguém: pastel do japonês, pastel da Afonso Pena e casa de suco. "Acho que japonês é porque o pessoal só vê japonês, ou melhor, descendentes aqui, aí ficou. Mas tem nome né", brinca o funcionário que fica no caixa, Márcio Antônio Arakaki, 44 anos.

Taijó é o sobrenome do dono da pastelaria. Eu só acreditei vendo um bloco de notas com o nome "Taijó Pastelaria".

Primo do dono, Márcio está ali desde que abriu, as somas para fechar as contas ele faz de cabeça e brincando: "27 anos fazendo isso, tinha que aprender né?".

Encho a boca para dizer que não tem pastel igual. Pode até ter parecido, mas recheio e crocância não há, na minha opinião. É queijo puxando na hora de morder e guardanapo sequinho, mostrando que o óleo fica apenas na panela. Os sabores que mais saem são os tradicionais: carne e queijo.

Um dos descendentes de japonês, Márcio cai na risada na hora de explicar o porquê da pastelaria ganhar esse nome. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Um dos descendentes de japonês, Márcio cai na risada na hora de explicar o porquê da pastelaria ganhar esse nome. (Foto: Rodrigo Pazinato)

É comum se ver em dias de semana gente encerrando o expediente ao sabor do pastel e de sucos naturais e nos finais de semana, é até difícil achar lugar. Mas cliente ali nunca fica sem sentar.

Por estar estrategicamente posicionado na principal avenida da cidade, a pastelaria tem em si uma particularidade, o cliente come olhando o movimento, a barulheira e, à noite, as luzes dos carros.

Que a pastelaria da Afonso Pena virou ponto turístico de gastronomia virou. Administrada pela mesma família desde janeiro de 1985, volta e meia um japonês ali faz falta. Quando um deles vai ao Japão para uma temporada de trabalho, é um primo que substitui.

Receita - A massa não tem mistério. Feita ali mesmo, junto com o recheio, tudo é fresquinho e da hora. Receita ensinada às funcionárias pela irmã do dono. O que reforça que mesmo com o passar dos anos, a estrutura familiar não foi influenciada.

As funcionárias anotam os pedidos em bloquinhos que são, desde sempre, grudados com ímã no freezer atrás do balcão. Para serem feitos, os sabores são anotados em uma lousa, já dentro da cozinha.

A pastelaria do japonês serve gerações. "Tem gente que vinha aqui antes de namorar, casou, engravidou e agora vem com o filho adolescente já", conta Márcio, e tudo isso sem nunca ter feito uma propaganda sequer.

"O dono nunca se interessou", comenta Márcio. O marketing hoje já seria dispensável, a propaganda é de boca em boca.

Virou um dos sabores da Cidade Morena e até já faz parte dos textos publicitários para quem vem a Campo Grande "Não deixar de comer o pastel do japonês".

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