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Lado B

Sem a opção dos clubes, foliões se divertem nos blocos de rua

Mariana Lopes | 10/02/2013 22:01
Com fantasias, o Carnaval de blocos está de volta e invade Campo Grande (Foto: João Garrigó)
Com fantasias, o Carnaval de blocos está de volta e invade Campo Grande (Foto: João Garrigó)

De quem nasceu na época do axé a quem viveu os tempos de glória das marchinhas carnavalescas. O quintal da Confraria do Choro foi pequeno para unir essas duas gerações, mas isso não foi problema para os fãs do Carnaval e que estavam lá para brincar a festa mais popular do Brasil.

Para quem julga que o Carnaval de Campo Grande está “morrendo”, o psicólogo Baldinir Bezerra da Silva, 53 anos, dá o recado: “Estamos resgatando as origens, hoje temos muito mais blocos de rua do que há alguns anos”, observa.

Bingo! É justamnete esse um dos principais objetivos da criação do Bloco do Choro, que pelo primeiro ano reúne os frequentadores da Confraria para trazer de volta a verdadeira essência do Carnaval. "É só alegria, sem drogas, excesso de bebida alcoólica e violência", pontua a professora Marlene Cristina Oliveira Batista, 50 anos.

Só sorrisos, Marlene relembra o bom tempo das marchinhas carnavalescas (Foto: João Garrigó)
Só sorrisos, Marlene relembra o bom tempo das marchinhas carnavalescas (Foto: João Garrigó)
O grupo Tambores Vento Bom invadiu o quintal da Confraria e soltou o braço na bateria (Foto: João Garrigó)
O grupo Tambores Vento Bom invadiu o quintal da Confraria e soltou o braço na bateria (Foto: João Garrigó)

Com o sorriso estampado no rosto e uma energia contagiante de dar inveja a qualquer jovem de 20 anos, Marlene se deixou levar pelas marchinhas e não parou sequer um segundo de dançar. Para ela, Campo Grande vive um tempo de resgatar a cultura carnavalesca. "O funk até que é legal, mas não é Carnaval", opina, relebrando a época que as famílias iam para os clubes e para a rua fantasiadas. "O velho não é tão velho assim, olha isso daqui, é o pulsar da vida", diz, admirada em ver as gerações unidas na batida da mesma marcha.

Por falar em fantasias, elas também não faltaram no Bloco do Choro. Das mais simples às mais incrementadas, valia de tudo. Homem vestido de mulher, São Francisco, pirata, cigana, Rebeldes, máscaras, e teve até algumas que foram difíceis de identificar. Mas isso também não problema, pois o importante mesmo era apenas a festa e a brincadeira.

"O legal é deixar a criatividade fluir, tem que ser engraçado mesmo, é até uma maneira de aproximar as pessoas, fazer amizade", acredita o editor Felipe Augusto Fernandes, que não se intimidou em colocar um vestidinho e cair na folia.

Quem animou a noite também foi o grupo da casa, Agemaduomi. No meio da festa, uma participação especial, do grupo Tambores Vento Bom, que soltou o braço na bateria e levou os foliões a afiar o samba que todo brasileiro traz no coração.

Agemaduomi, grupo oficial da Confraria do Choro, mudou um pouco o repertório hoje e fez a festa com as marchinhas carnavalescas (Foto: João Garrigó)
Agemaduomi, grupo oficial da Confraria do Choro, mudou um pouco o repertório hoje e fez a festa com as marchinhas carnavalescas (Foto: João Garrigó)
Fantasiado de São Francisco, Baldinir acredita que o Carnaval de Campo Grande está sendo resgatado (Foto: João Garrigó)
Fantasiado de São Francisco, Baldinir acredita que o Carnaval de Campo Grande está sendo resgatado (Foto: João Garrigó)

O bloco começou por volta das 17h30, no mesmo quintal onde funciona a Confraria do Choro, na avenida Madri, na Vila Alba. As pessoas também eram praticamente as mesmas que costumam frequentar o local. Mas conforme a noite foi caindo, o Bloco do Choro foi crescendo, e até a rua passou a ficar pequena.

"A expectativa era essa mesmo, veio quem gosta do Carnaval de rua", comenta a idealizadora do bloco, Jackeline Fernandes. Incentivada pelo confrade Daril Pires e também pelo Bloco Valú, ela decidiu se unir aos que sonham em resgatar o Carnaval.

"Fizemos uma agenda dos blocos, para não deixar nenhum dia sem folia", explica Jackeline. Na quinta-feira foi a vez do Bloco Maracangalha, na sexta foi o Bloco do Rockers, ontem foi o Bloco Valú, hoje o Bloco do Chor, amanhã é a vez do desfile oficial dos blocos, que está marcado para sair da Esplanada Ferroviária, e na terça-feria encerra com o Bloco Valú novamente, em frente ao Bar do Zé Carioca, ao lado da Feira Central.

E assim, o Carnaval de Campo Grande se renova. Os blocos crescem e as marchinhas tomam conta das ruas. De volta às origens, a maior festa do País ganha um novo tom na bateria. É o Carnaval de antigamente, que une gerações, raças, gostos, estilos e pessoas.

O quintal da Confraria do Choro foi pequeno para os foliões (Foto: João Garrigó)
O quintal da Confraria do Choro foi pequeno para os foliões (Foto: João Garrigó)
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