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Lado B

Um dia, a sala de parto se transformou no melhor lugar do mundo

Paula Maciulevicius | 12/05/2013 08:45
Sem nem saber que faria deste, o melhor Dia das Mães de Jaqueline, João Lucas se adiantou em torná-la mãe. (Foto: João Garrigó)
Sem nem saber que faria deste, o melhor Dia das Mães de Jaqueline, João Lucas se adiantou em torná-la mãe. (Foto: João Garrigó)

“Eu não sei te explicar, não tem como dizer. Você olha o rosto do seu filho, é seu. Antes era só uma imagem até sair de você”. É entre lágrimas que a mãe Jaqueline das Neves da Silva, 23 anos tenta, em vão, por em palavras a maior e melhor sensação que já viveu. A de entrar paciente e sair mãe. A de estar no melhor lugar do mundo: na sala de parto.

João Lucas veio como presente para este domingo. Era para ter nascido dia 23, mas se adiantou. Sem nem saber que faria deste o melhor Dia das Mães da vida de Jaqueline. “Eu estava nervosa, com muito medo, ansiosa e feliz. Tudo ao mesmo tempo”. O antes da entrada foi assim, o depois, ao ouvir o primeiro choro da criança, ela não se conteve. “Eu não pensei em nada. Não consegui pensar em nada, eu só chorava. É uma coisa que só Deus mesmo para botar na gente”.

Ser mãe ou virar mãe envolve etapas. Começa com um atraso, a confirmação de um exame, o crescimento da barriga, sentir mexer, ver na ultrassom até o aviso das contrações, de que a sua vida nunca mais será a mesma.

No hospital, entre a mala com as primeiras roupinhas e os últimos exames médicos, as falas das avós, tias, do próprio pai da criança parecem ficar longe e o corredor que leva do quarto até o centro cirúrgico, se torna enorme. É o último andar de passos como uma pessoa, para que ao primeiro choro ela se torne outra.

Os minutos antes de ter a vida mudada para sempre ao ouvir o choro do bebê são vividos em frente ao centro cirúrgico.
Os minutos antes de ter a vida mudada para sempre ao ouvir o choro do bebê são vividos em frente ao centro cirúrgico.

“Eu me vi mãe quando comecei a perceber que a barriga crescia e ele começou a mexer. Mas a gente imagina muito e chega na hora é tudo diferente. É tudo mais”, comenta Jaqueline. A versão ‘plus’ que a realidade de ser mãe apresenta não tem palavra que define. Ser mãe é mesmo o melhor papel do mundo.

“A responsabilidade é muito grande e a gente não nasce sabendo, vai aprendendo no dia-a-dia. Hoje eu só sei que a gente se sente muito dependente dele”, diz Jaqueline.

Os olhos brilham de falar dele. De tocar nele. De rir com ele. Entre tudo o que gente assimila na rotina, não tem melhor imagem do que a de uma mãe nos braços de um filho e um bebê no colo de uma mãe.

E pode acontecer uma, duas, três e por aí vai para quem tem coragem, que a sensação será diferente em todas elas. Será única. Eterna. Pode já ter cruzado a sala de parto uma vez, mas a experiência não acalma.

Tudo de novo. A emoção é mais forte quanto à primeira cesariana para quem é mãe pela segunda vez.
Tudo de novo. A emoção é mais forte quanto à primeira cesariana para quem é mãe pela segunda vez.

“É a mesma coisa. Tudo parece que é novo de novo”. A explicação é da assistente administrativa, Dayane Dutra Primo Meiato, 28 anos. Ela falava com naturalidade há poucos minutos antes de entrar para ganhar Geovanna, a segunda menina. Mas os olhos não mentiam. As mãos também não. Os exames médicos que ela levou para o centro cirúrgico tremiam acompanhando o ritmo do nervoso que as mãos expressavam.

“Hoje eu estou mais tranquila. Mas fiquei nervosa pela pressão alta”, disse. A última noite antes de ter a Geovanna só foi dormida a base de remédios, tamanha ansiedade que Dayane vivia.

“Emoção. É isso que a gente sente. Querendo ou não é outra vida que vem e ainda mais saindo da gente. A primeira coisa que eu quero fazer é beijar ela, eu sofri tanto, que eu quero beijar. Estou doida pra ver o rosto”. Pela ultrassonografia, Geovanna é buchechudinha e na imaginação da família, se assemelha à irmã Isabella.

Os minutos que definem uma mulher de uma mãe são passados ali, em frente à porta branca do centro cirúrgico. Ali que quem está a um corte de ser mãe ouve da enfermeira “vai com Deus que eu já volto pra te buscar”. Dali por diante, a sinfonia que toca o coração para sempre vem do choro do recém chegado.

O presente de Jaqueline chegou pesando 3,4 quilos e medindo 48 cm, o da Dayane, 3,5 kg e 49,5 cm. Surpresa, ou planejado, elas viveram no final de semana da sua data especial, a chegada do bebê e de uma nova mãe. Do primeiro choro, dos olhos se abrindo e das mãozinhas se mexendo, elas viveram o que é ser mãe.

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