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Meio Ambiente

Chorume a céu aberto se mistura com açude e MP investiga o caso

Renata Volpe Haddad | 22/01/2016 17:45
Chorume se mistura com água de açude do aterro sanitário. (Foto: Marcos Ermínio)
Chorume se mistura com água de açude do aterro sanitário. (Foto: Marcos Ermínio)

O extravasamento da lagoa de detenção do chorume localizado no aterro sanitário no bairro Dom Antônio Barbosa II mais uma vez é noticiado e o Ministério Público instaurou nesta sexta-feira (22) Procedimento Administrativo para investigar o caso.

A 26ª Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Histórico e Cultura de Campo Grande instaurou inquérito contra a Solurb e a Prefeitura de Campo Grande para apurar os motivos causadores do extravasamento da lagoa de detenção do chorume que atende o aterro.

Conforme a publicação no Diário Oficial, o Ministério Público vai averiguar se autoridades competentes vêm desenvolvendo medidas para impedir que novos extravasamentos ocorram, bem como investigar eventual ocorrência de dano ao meio ambiente, decorrentes do extravasamento ocorrido.

A reportagem do Campo Grande News foi até o local para conferir o que acontece e constatou que a lagoa de chorume se mistura com um açude de água limpa que tem no aterro. Ao redor está o Presídio Federal, o Presídio da Gameleira, além de matas ciliares, pássaros e urubus que se esbaldam no chorume.

Segundo o ambientalista Haroldo Borralho, não é a primeira vez que o Ministério Público investiga o caso. "Me surpreendi quando vi no Diário Oficial de hoje essa recomendação, pois isso é um problema antigo e em 2003, entrei com uma ação no MP para que o presídio federal não fosse construído devido aos inúmeros problemas que o cheiro, as moscas e outros problemas poderiam causar para os funcionários e presidiários", alega.

Um caminhão da Solurb estava com um cano no açude, mas não se sabe se estava captando água, ou liberando algum dejeto. (Foto: Marcos Ermínio)
Um caminhão da Solurb estava com um cano no açude, mas não se sabe se estava captando água, ou liberando algum dejeto. (Foto: Marcos Ermínio)

Conforme o ambientalista, quando o presídio foi construído em 2006, foi feito um ramal para que o chorume fosse levado até a estação de tratamento de esgoto da Águas Guariroba. "Não sei qual é o problema que está acontecendo agora, já que é para ter um ramal ali e é necessário também ter uma manta impermeabilizadora embaixo da lagoa de chorume, pois se cair no lençol freático, tudo será contaminado em Campo Grande", informa.

Caso o chorume entre no lençol freático, os metais pesados como chumbo e enxofre que contém na composição dos dejetos, toda a população de Campo Grande será contaminada, de acordo com o ambientalista.

A assessoria da Águas Guariroba afirma que o tratamento de chorume está funcionando normalmente que é tratado na estação ETE do bairro Los Angeles.

Urubus ficam em volta de chorume. (Foto: Marcos Ermínio)
Urubus ficam em volta de chorume. (Foto: Marcos Ermínio)
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