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Meio Ambiente

Em desafio sustentável, catadores produzem 5 mil bolsas para evento

Renata Volpe Haddad | 25/02/2016 10:23
Catadoras de lixo mostram orgulhosas as bolsas confeccionadas por elas, para o 12º Congresso Internacional da Rede Unida. (Foto: Alan Nantes)
Catadoras de lixo mostram orgulhosas as bolsas confeccionadas por elas, para o 12º Congresso Internacional da Rede Unida. (Foto: Alan Nantes)

Catadores de materiais recicláveis de Campo Grande receberam um desafio: confeccionar 5 mil bolsas retornáveis que serão distribuídas em um congresso. Além de aprender um novo trabalho, de baixo custo e valor agregado, os cooperados desenvolveram uma nova fonte de renda.

A ideia surgiu da organização do 12º Congresso Internacional Rede Unida, que ao invés de pagar uma empresa especializada em confecção, decidiu incentivar as cooperativas que tiveram um mês para entregar o trabalho pronto. As mulheres que até então nunca haviam trabalhado com confecção, aprenderam uma nova profissão. 

As cooperadas receberam instrução e ajuda da consultora de design, Isabel Muxfeldp. "Fizemos 33 mil flores com saco de laranja, que é material reutilizável e eu criei o desenho do Ypê em todas elas, que é um símbolo de Campo Grande", alega.

O primeiro trabalho realizado fora da coleta seletiva, encheu a presidente da Cata, Lúcia Rodrigues, de orgulho. "Essa foi uma oportunidade para a gente mesmo saber que somos capazes e agora não queremos mais parar e estamos recebendo encomendas", conta.

Lúcia Rodrigues, presidente da Cata/MS, se diz orgulhosa com o novo trabalho que aprendeu. (Foto: Alan Nantes)
Lúcia Rodrigues, presidente da Cata/MS, se diz orgulhosa com o novo trabalho que aprendeu. (Foto: Alan Nantes)

De acordo com a presidente do congresso e coordenadora da área de saúde da Fiocruz, Vera Lúcia Kodjaglanian, cada bolsa custou R$ 10. "Levamos a ideia para as cooperativas que toparam e receberam R$ 50 mil para confeccionar as bolsas. As mulheres que nunca fizeram nenhum trabalho parecido, conseguiram entregar as bolsas antes do prazo", comenta.

As mulheres das cooperativas Cata/MS, Novo Horizonte, Coopermaras e da associação Atimara, foram dividas em dois grupos para realizarem a confecção das bolsas em três modelos diferentes.

O Ide (Instituto de Desenvolvimento Evangélico) participou da costura de 1,5 mil bolsas, feitas através de parceria com a ITCP da UFMS (Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares).

O instituto possui máquinas de costura e outros equipamentos que finalizam a montagem dos objetos. "Foram 16 pessoas do instituto envolvidas na produção das bolsas e achamos que não seria necessário de fazer todas iguais e essa é a ideia do congresso, diferença sim, desigualdade não", explica a supervisora de geração de renda do grupo produtivo Arteiras do Ide, Ivani Grance.

Foram cinco mil bolsas produzidas em um mês, em três modelos diferentes. (Foto: Alan Nantes)
Foram cinco mil bolsas produzidas em um mês, em três modelos diferentes. (Foto: Alan Nantes)

Congresso – Pela primeira vez em Campo Grande, o 12º Congresso Internacional da Rede Unida será realizado na UCDB (Universidade Católica Dom Bosco) com público esperado de cinco mil pessoas, de 21 a 24 de março, com participantes de 15 países, além do Brasil.

Durante o congresso, serão debatidos sete fóruns sobre saúde e como melhorar essa questão social. Em um dia do congresso, terá a Vivência do Território, onde congressistas serão levados até as comunidades para conhecer a realidade da população de Campo Grande, além de Corguinho, Jaraguari e Miranda. Estes municípios foram escolhidos com objetivo de qualificar os processos de extensão que já existem nestes locais.

Conforme a presidente do congresso, nos quatros dias de evento, 40 stands estarão montados para que as cooperativas e outros entidades, como Hospital Nosso Lar, Associação Fibras e Caps (Centro de Atenção Psicossocial) possam expor os artesanatos que produzem.

"Essa é uma oportunidade para que as cooperativas e outras entidades possam mostrar os trabalhos que são realizados e que possam lucrar com as vendas, sendo que todo artesanato vendido, o dinheiro fica para entidade", informa.

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