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Meio Ambiente

Entidades querem unidades de preservação, mas pedem rigor em fiscalização

Caroline Maldonado | 07/06/2016 12:11
Projeto para criação de unidades de preservação em Bonito inclui rios Formoso e da Prata (Foto: Divulgação/Prefeitura)
Projeto para criação de unidades de preservação em Bonito inclui rios Formoso e da Prata (Foto: Divulgação/Prefeitura)

Entidades que representam os diversos setores do município de Bonito, a 257 quilômetros de Campo Grande, são a favor da criação de unidades de conservação na cidade, mas pedem alterações no projeto da prefeitura e rigor na fiscalização para resolver, de fato, os problemas de degradação ambiental. O assunto foi discutido ontem (6), em audiência pública realizada pelo MPE (Ministério Público Estadual).

A 2ª Promotoria de Justiça de Bonito pretende avaliar os argumentos de quem se manifestou e, em seguida, expedir recomendação à prefeitura para que o projeto seja executado da melhor maneira, segundo o promotor Matheus Macedo Cartapatti.

“Ouvimos vários segmentos e todos estão convergindo na preservação. Agora, vamos analisar com todo o cuidado e fazer recomendação”, explicou o promotor, ao destacar que a criação de unidades não interfere no turismo local.

A princípio, a prefeitura elaborou projeto para criar três unidades de conservação para proteger as áreas dos rios Formoso e da Prata. O Sindicato Rural e outros representantes da sociedade acreditam que a delimitação não resolve o problema de degradação dos rios.

O presidente do Sindicato Rural do município, Marcelo Bertoni, é a favor da crianção da área prevista para unidade de conservação, mas lembra que o local já é devidamente conservado e reclama falta de fiscalização.

“Esse projeto estava sendo feito errado, de um jeito que não resolve os problemas que temos aqui, mas só com interesse no ICMS Ecológico (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços). O produtor quer preservar e já preserva. Não devemos julgar por conta de 1% que não cuida das áreas. O que tem que ter é fiscalização”, comentou Marcelo ao mencionar o incremento no imposto, que cada prefeitura recebe ao criar unidades de conservação em seu território.

Biólogo e gerente de pousada no município, Breno Teixeira, é um dos que participaram da audiência. Ele divulgou, recentemente, imagens que mostram a situação do lixão da cidade, que ameaça o solo e o lençois freáticos. Esgoto de ligações clandestinas que é despejado no córrego Bonito também preocupa os moradores.

“O que vai resolver é a fiscalização e a repressão aos empresários que cometem crimes ambientais. Já ocorreu casos de criação de unidades e mesmo assim continuarem com a degradação”, argumentou o biólogo.

Segundo Breno, a prefeitura incluiu nova área, que não estava na primeira proposta. “Foi inclusa a área da fazenda Arco Íris, que tem área de banhado. A audiência foi boa, teve uma conversa bem franca e ficou claro que todos querem a preservação”, disse.

A assessoria da prefeitura não detalhou o projeto, mas informou que o prefeito “está aberto ao diálogo com as entidades e quaisquer outras pessoas que possam trazer uma ideia para discussão”. 

Em maio deste ano, o prefeito de Bonito, Leonel Lemos (PT do B), que é dono da fazenda Arco Íris, foi multado em R$ 520 mil por degradação de várzea e nascentes do Rio da Prata, desmatamento e por enterrar a madeira. 

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