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Meio Ambiente

Falta de manutenção em alambrados ameaça animais de reserva ambiental

Adriano Fernandes | 20/11/2016 08:52
Com os alambrados rompidos os macacos também pela a avenida ao invés da passarela construída no local. (Foto: Amape/Facebook)
Com os alambrados rompidos os macacos também pela a avenida ao invés da passarela construída no local. (Foto: Amape/Facebook)

Animais que vivem na APA (Área de Preservação Ambiental) Lageado correm risco de atropelamento por conta da falta de manutenção nos alambrados instalados para conter os quatis e macacos que vivem na região. Em muitos pontos, a cerca está rompida e a falta de manutenção da passarela, construída para que os bichos atravessem a Avenida Marinês de Souza Gomes, pelo alto, já não impede que os animais que viraram atração pelo bairro atravessem a rua e se tornem “presas” fáceis.

Há pelo menos quatro anos o professor Jânio Batista de Macedo que também é presidente da Amape (Associação de Moradores do Parque Residencial Maria Aparecida Pedrossian) solicita junto à prefeitura a manutenção da estrutura da área de preservação, sem sucesso. “Já mandei dezenas de ofícios à Semadur, entreguei pessoalmente na central de atendimento e nada foi feito até hoje”, se queixa. 

Ele explica que alguns dos trechos dos alambrados e até mesmo uma das placas de sinalização que indicam a passagem de animais, foram comprometidos. Mas pelo local, em alguns pontos, nota-se que a terra foi levada sob a cerca, abrindo espaço para o acesso dos animais à avenida.

Em outros pontos, a cerca foi mesmo rompida e aparentemente de propósito, por vândalos. “É comum ver eles sendo atropelados. Em alguns casos o motorista até para, tira o bichinho da rua e joga no meio do mato. Aquele trecho precisa de uma sinalização melhor, talvez redutores de velocidade porque senão eles vão continuar morrendo”, ele comenta.

A cerca parece ter sido rompida propositalmente. (Foto: Adriano Fernandes)
A cerca parece ter sido rompida propositalmente. (Foto: Adriano Fernandes)
A cerca está com defeito há aproximadamente 15 dias. (Foto: Adriano Fernandes)
A cerca está com defeito há aproximadamente 15 dias. (Foto: Adriano Fernandes)

A diarista Fátima de Souza, de 49 anos, também trabalha perto do local onde os macacos são atropelados com frequência. Ela comenta que a frieza de alguns motoristas impressiona. “Os quatis são os que mais morrem. Os motoristas vem em alta velocidade e nem sequer notam aquela sinalização que indica que ali tem os bichinhos”, comenta.

Fátima sente pela morte dos bichinhos que são muito queridos no bairro. “Aos fins de tarde é comum ver gente indo ali levando frutas para eles, eles chegam perto dá até para passar a mão. Eu acho, inclusive que teria de plantado mais árvores frutíferas ali pelo entorno, para eles, mas infelizmente ocorre essa situação”, conta.

A dona de casa Cleuza Flores, de 57 anos, culpa não só os motoristas mas também os próprios moradores pelo descaso com o local. “Dá para perceber que o alambrado em alguns locais foi cortado de propósito. Tem gente que ainda joga lixo ali. Esquecem que aquela área é deles e que isso pode comprometer ainda mais o habitat”, se queixa.

O aposentado Namir Santana, de 62 anos, conta que desde que o alambrado foi construído, há pelo menos quatro anos ele nunca passou por algum tipo de reparo. Na época, ele ainda era um dos funcionários do residencial de luxo Damha, construído ao lado do APA Lageado e que também dá nome a reserva.

Ele relata que todo o serviço teria sido custeado pela associação de moradores do residencial, incluindo o alambrado que cerca a reserva. A passarela construída sobre a via para os macacos atravessarem, foi reformada em agosto do ano passado pelos funcionários do condomínio, mas já está se deteriorando e sendo afetada pelas árvores.

“Foram eles que cercaram toda a reserva, construíram uma guarita, o mirante e a passarela, mas a manutenção nunca foi frequente. Como o tempo e até devido a alguns moradores que até cortavam a cerca, tudo foi se deteriorando e sendo tomado pelo mato”, comenta.

A reportagem entrou em contato com a prefeitura do município, mas não teve retorno sobre alguma previsão de reparos nos alambrados que cercam o APA Lageado. Também não tivemos uma confirmação do residencial sobre as obras de cercamento na área de preservação.

Enquanto não se resolve o impasse de quem é a responsabilidade pelas reformas os animais acabam sendo atropelados tentando atravessar a avenida. (Foto: Amape/Facebook)
Enquanto não se resolve o impasse de quem é a responsabilidade pelas reformas os animais acabam sendo atropelados tentando atravessar a avenida. (Foto: Amape/Facebook)
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