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Meio Ambiente

Impacto de agrotóxicos no meio ambiente e na saúde mobiliza autoridades

Luciana Brazil | 09/05/2014 13:34
Vera faz alerta sobre a compra de produtos falsificados pela internet. (Foto: Marcos Ermínio)
Vera faz alerta sobre a compra de produtos falsificados pela internet. (Foto: Marcos Ermínio)
Encontro quer discutir impacto no meio ambiente e na saúde.
Encontro quer discutir impacto no meio ambiente e na saúde.

Para discutir o impacto do uso dos agrotóxicos no meio ambiente e na saúde, o Fórum de Saúde, Segurança e Higiene do Trabalho de Mato Grosso do Sul convocou autoridades para uma reunião ordinária que aconteceu na manhã de hoje (9), na sede do MPT (Ministério Público do Trabalho), em Campo Grande. A intenção é debater desde a correta prescrição do produto até o descarte das embalagens.

Hoje, segundo a Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), são 1,5 mil produtos de uso agrícola, cadastrados, e que podem ser comercializados no Estado.

A Agência, responsável por vistoriar a aquisição, o uso e o descarte da embalagem de agrotóxicos, faz um alerta sobre a venda, pela internet, de produtos falsificados, o que tem sido comum. Além disso, o Paraguai passou a ser destino dos produtores que procuram agrotóxicos no país vizinho, atraídos pelo preço. Entretanto, nem todos são autorizados no Brasil, como explicou a fiscal estadual agropecuária, Vera Lúcia Amaral de Oliveira, chefe do Núcleo de Agrotóxico da Iagro.

Segundo Vera, o órgão encontrou recentemente embalagens que foram descartadas em uma rodovia, próximo a Selvíria, a 404 quilômetros de Campo Grande.

“Nós estamos fazendo um levantamento para descobri qual produtor fez este descarte irregular. Já sabemos que 11 produtores utilizam este tipo de agrotóxico. Agora, vamos continuar investigando”. As multas podem chegar até mil Ufirs.

Apesar da escassez de profissionais, a fiscalização nas propriedades tem sido efetiva, garante Vera. Segundo ela, aproximadamente 20 fiscais são responsáveis por vistoriar o uso destes produtos nas grandes e pequenas propriedades.

“O número de fiscais é bem escasso porque, além da fiscalização das propriedades, os profissionais têm outras atividades da defesa sanitária”. Cada um deve fazer aproximadamente 80 fiscalizações por ano, como lembrou Vera Lúcia.

Outro destaque da reunião é o manuseio do material tóxico. O uso de equipamentos de segurança, como máscara e roupa adequada, são essenciais para o trabalhador, ressalta a coordenadora do Fórum, a procuradora do Trabalho Simone Rezende. “As vezes o trabalhador nem sabe o que está manuseando”, frisou.

Para partilhar experiências do Paraná, o engenheiro agrônomo e fiscal de defesa agropecuária da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná), Adriano Riesenberg, participou do encontro hoje pela manhã.

Dois temas, segundo ele, serão tratados de forma específica. "Vou mostrar como foi o trabalho desenvolvido no Paraná em relação ao controle do uso de agrotóxicos e também o que poder ser feito no recolhimneto de produtos obsoletos, já adquiridos pelo produtor". Ao todo, 1,2 mil toneladas do produto BHC, utilizada em plantações de café, precisaram ser recolhidas pela Adapar. "Tivemos que realizar um trabalho grande que envolveu até as cooperativas"

O engenheiro alertou ainda para a prescrição dos agrotóxicos, feito por engenheiros agronômos, ou em alguns casos florestais. "Se as prescrições forem feitas de forma adequada, baseada em um diagnóstico real, o uso de agrotóxicos vai gerar menos impacto", disse ele. A preocupação é também com o uso abundante dos produtos.

O Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo, cerca de 1 bilhão de litros por ano. Estima-se que um adulto consuma por ano cerca de 20 litros de agrotóxicos no consumo de alimentos.

O encontro reuniu o presidente do Fórum Nacional de Combate aos Impactos de Agrotóxicos, Pedro Serafim,  que faliou sobre o rastreabilidade de defensivos agrícolas em hortifrutigranjeiros, membros do MPF (Ministério Público Federal) e MPT, além de outras entidades civis e governamentais.

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