ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  18    CAMPO GRANDE 19º

Meio Ambiente

Jornal diz que empresa de agrotóxico foi contratada para fazer inspeção veicular

Aline dos Santos | 12/01/2013 11:56

A Ivex Inspeção Veicular - líder do consórcio Inspecionar, que venceu processo licitatório em Campo Grande - mudou seu objeto social e ampliou o capital de R$ 100 mil para R$ 12,5 milhões um mês antes da licitação. Conforme reportagem da Folha de São Paulo, antes, a empresa se chamava Agro Química Genérica Ltda e foi criada para fabricar agrotóxico. A Ivex pertence ao médico anestesista Francisco Ilgenfritz.

Na avaliação das outras empresas interessadas no contrato, houve direcionamento, como por meio da exigência de certificações específicas das licitantes. Ainda segundo a reportagem, no endereço de registro da Ivex em Campo Grande, nada funcionava até a última segunda-feira, quando um pintor começou a arrumar o imóvel de três cômodos. O consórcio também é formado pela Cotran, que faz inspeções de segurança no Rio de Janeiro, e Otimiza, que desenvolve softwares em Minas Gerais.

Oito empresas apresentaram impugnações ao edital, sem sucesso. Elas alegaram que a prefeitura atrasou em uma semana a disponibilização do edital; que o edital estabeleceu o critério de maior valor de outorga, ante compromisso assumido em audiência pública de considerar "melhor técnica com maior valor"; e que exigiu que a empresa fornecedora dos softwares para a inspeção tivesse certificação internacional (a CMMI) ou nacional (a MPS.BR), expedida pela Softex.

Ontem, a prefeitura oficializou a suspensão do contrato, assinado no fim de 2012. A licitação foi aberta em novembro e concluída em 19 de dezembro. Cerca de 25 empresas retiraram o edital, mas apenas o consórcio Inspecionar apresentou proposta, se sagrando vencedor. A concessão é válida por 20 anos. O lucro estimado é de R$ 503 milhões, ou seja, R$ 25 milhões por ano.

O processo chegou a ser contestado na Justiça. A empresa paulista Ice Cartões Especiais tentou suspender a licitação, mas o pedido foi negado. Questionamento feito pela Assembleia Legislativa e OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil) apontou que a resolução do Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente) sobre a inspeção só exige o serviço para cidades com frota de veículos maior que 3 milhões. Campo Grande possui 400 mil veículos.

O valor da inspeção é de R$ 67, que deverá ser pago anualmente, junto com o licenciamento. Representante do consórcio, o advogado Rogelho Massud Júnior declarou nesta semana que o grupo cumpriu sua parte e pagou, inclusive, R$ 1 milhão ao assinar o contrato. O valor corresponde a 10% do preço de outorga, que totaliza R$ 10 milhões. O restante do valor será pago em 19 anos.

Nos siga no Google Notícias