Operação do Ibama contra esquema ilegal multa madeireiras em R$ 473 mil
Órgão federal investigou 20 madeireiras e descobriu que 12 não passavam de empresas de fachada
A operação “Malha Verde”, realizada pelo Ibama desde o último dia 19, já emitiu R$ 473 mil em multas contra oito madeireiras em Mato Grosso do Sul. Ontem, em Campo Grande, uma única empresa, a Ramires e Ramires Ltda, foi multada em R$ 200 mil por inserir informação falsa no sistema fiscal de controle.
O órgão federal investigou 20 madeireiras e descobriu que 12 não passavam de empresas de fachada, criadas somente para fornecer documentação que “esquentam” a madeira que entra de forma ilegal no Estado. A suspeita é de que a madeira venha dos Estados do Amazonas e Mato Grosso, líderes de desmatamento, além de material contrabandeado do Paraguai.
Segundo o fiscal do Ibama, Werneck Almada, agora, a investigação é para localizar, por meio do contrato social, os donos das empresas de fachada. “A ação vai ter prosseguimento com a análise das notas fiscais”, explica.
No esquema, é criada uma empresa de fachada que informa possuir um total de metros cúbicos de madeira em estoque. No entanto, a madeira só existe no papel e a documentação – o DOF (Documento de Origem Florestal) - é utilizada para legalizar a madeira que entrou de forma ilegal.
Ontem, por exemplo, a empresa multada em Campo Grande deveria existir 226 m³ de aroeira, o que corresponde a aproximadamente seis carretas bitrem carregadas, mas não havia sequer quantidade que indicasse que ali se tratava de comércio de madeiras.
Além de Campo Grande, a ação foi realizada em Coronel Sapucaia, Naviraí, Nova Andradina, Sete Quedas e Água Clara.
A operação “Malha Verde”, realizada em todo o Brasil, é para coibir irregularidades na emissão e recebimento de produtos florestais no sistema de controle DOF.
