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Meio Ambiente

Pesquisadores querem melhorar eficiência de painéis solares e deixar mais barato

Mariana Rodrigues | 27/08/2015 16:22
Atualmente a eficácia comprovada é de 30% de aproveitamento nas placas para a produção de energia solar. (Foto: Revista Qual Imóvel)
Atualmente a eficácia comprovada é de 30% de aproveitamento nas placas para a produção de energia solar. (Foto: Revista Qual Imóvel)

Um grupo de pesquisadores da Uems (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul)já conseguiu desenvolver um material que apresentou condições favoráveis para melhorar a eficiência de aproveitamento da luz solar. Atualmente a eficácia comprovada é de 30% de aproveitamento nas placas para a produção de energia. O objetivo dos trabalhos é melhorar a eficiência de painéis solares na produção de energia elétrica.

Segundo os professores da Uems, Luis Humberto Andrade e Sandro Marcio Lima, responsáveis pelo Geof (Grupo de Espectroscopia Óptica e Fototérmica), o objetivo não é criar uma nova tecnologia, mas melhorar a eficiência dessa, para que as placas possam ser também menores e mais baratas. Eles explicam que painéis solares para aquecerem água já são uma tecnologia bastante divulgada, o desafio está em ampliar o uso das placas solares para que a população utilize esta fonte de energia regularmente em residências.

A utilização de combustíveis fósseis que poluem o meio ambiente, podem se esgotar, portanto pesquisadores de todo o mundo estão buscando formas mais sustentáveis de geração de energia. A solar é uma das mais populares alternativas às fontes energéticas mais poluentes, porém seu custo ainda é alto e sua eficiência de conversão em energia elétrica tornam a tecnologia ainda pouco utilizada.

Em Campo Grande, Claudinei Varas de Freitas, 50 anos, planejou a arquitetura da sua casa e investiu R$ 12 mil no projeto e ainda economiza cerca de R$ 80 por mês na conta de energia com a implantação do sistema de placas de energia solar. Mas ele alerta que é caro e trabalhoso deixar uma casa sustentável, já que as placas são caras, custam mais de R$ 1 mil. "Leva tempo para retorno com aquilo que foi investido, pois é muito caro e difícil de encontrar no Brasil", comenta.

O grupo de pesquisa da UEMS já conseguiu desenvolver um material que apresentou condições favoráveis para melhorar a eficiência de aproveitamento da luz solar. “Preparamos este material aqui na Unidade da UEMS de Dourados e já começamos os primeiros testes em laboratório. Tudo indica que o material poderá ser acoplado às placas de célula solar comerciais para melhorar sua eficiência”, esclareceu o professor, Sandro Lima.

Placas solares já são utilizadas para gerar energia elétrica em radares e lâmpadas de jardim e apesar de serem uma energia limpa e inesgotável, já que se alimenta do Sol, ainda há pouco incentivo fiscal para que a população “compre” a ideia e implante nas residências. “A tecnologia ainda aparenta ter um custo elevado, mas se considerar que é uma energia limpa e eficiente, vale a pena implantar nos estabelecimentos residenciais e comerciais”, falaram Lima e Andrade.

Os pesquisadores enfatizam que se as pessoas produzirem mais energia elétrica em suas casas, o Brasil poderá ter economia neste setor, pois não será necessário aumentar a quantidade de usinas hidrelétricas ou termoelétricas. O Grupo Geof aprovou junto ao Fundect-MS (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul) um projeto de desenvolvimento de pesquisa nessa linha. Ao término o que se espera é apresentar à sociedade um dispositivo que melhora a eficiência de aproveitamento da luz solar para geração de energia elétrica sem aumentar o custo do dispositivo.

Exterior - Em países como Alemanha, França e Inglaterra existe incentivo público e fiscal para motivar a população a produzir e vender energia elétrica para as distribuidoras. “Existem casas que as pessoas instalam estes painéis e a energia que sobra é vendida – repassam para a distribuidora. A casa não é autossuficiente, em determinado período a empresa usa o que sobra da energia da casa, e quando a energia não está sendo suficiente a distribuidora repassa a dela, o resultado vem em economia e desconto na conta de energia”, explicaram os docentes.

De acordo com o professor Luis Humberto Andrade, na Europa, a Alemanha é o país que mais explora a energia solar, mas as características de radiação solar em sua área geográfica nem se compara às do Brasil, o qual possui grande área com intensa radiação solar. "Estas condições naturais do nosso país fazem com que acreditemos ser possível melhorar este aproveitamento de energia, mas para isto precisamos pesquisar as melhores formas para deixar a placa mais eficiente, já que a tecnologia não é nossa”, explicou.

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