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Meio Ambiente

População alerta para perigos ao redor de córrego na avenida Interlagos

Paula Vitorino | 01/07/2011 16:08
Para o funcionário público Silvio Carlos Serpa, de 58 anos, passar pelo local é “um perigo”. (Foto: Marcelo Victor)
Para o funcionário público Silvio Carlos Serpa, de 58 anos, passar pelo local é “um perigo”. (Foto: Marcelo Victor)

Erosões, lixo, desmatamento e descaso são algumas das situações denunciadas por moradores da região do córrego Bandeira, no prolongamento da avenida Interlagos – próximo a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

No cruzamento com a rua Portuguesa, já não existe mata ciliar – como em vários outros trechos do córrego, e o cenário é composto por restos de entulho, lixo e erosões.

Para o funcionário público Silvio Carlos Serpa, de 58 anos, passar pelo local é “um perigo”. Ele alerta que a calçada está ficando oca e a qualquer momento pode desmoronar, além de também poder afetar a via toda.

“Só tem a camada de cima da calçada, praticamente está ficando oco embaixo. Meu medo é uma hora alguém passar por aqui e isso tudo desmoronar. Não vai resistir às próximas chuvas”, alerta.

Já o estudante Haislan Bernardes, de 23 anos, passa pelo local todos os dias e teme que a situação na via alcance proporções maiores, como já aconteceu em outros pontos de Campo Grande.

“Pode acontecer igual na avenida Ceará, que desmoronou tudo e aí a situação realmente crítica”, diz.

Ele resume o problema dizendo que “falta sistema de drenagem na Capital, não tem isso aqui”, constata.

Começo - O funcionário público ainda lembra que todo o estrago no local começou com as chuvas do início do ano, mas até agora nada foi feito e a situação só piora.

“Aqui alaga tudo quando chove e aí foi derrubando a calçada”, diz.

Por conta do assoreamento, o nível do córrego é diferente de uma extremidade para a outra que corta a rua Portuguesa. Para o morador, as manilhas embaixo da via não estão mais sustentando o volume de água e por isso a água transborda.

Outro sinal de erosão é o leito do rio, que ano após ano está ficando mais largo. A falta de mata ciliar é o que desencadeou todo o problema, acredita o morador.

“Essas árvores que hoje tem aqui não são as naturais. São árvores de porte menor, que foram nascendo naturalmente, mas não sustentam o solo e nem resistem as chuvas”, diz.

(Foto: Marcelo Victor)
(Foto: Marcelo Victor)

Perigo - Além dos problemas naturais, o comerciante Evilasio Duarte, de 50 anos, reclama do mato alto e sem nenhuma proteção no cruzamento da Interlagos com a Gury Marques, além do acúmulo de entulhos.

“Isso aqui virou ponto de uso de drogas, de jogar lixo. Um perigo para gente trabalhar até durante o dia”, afirma.

A situação também preocupa o comerciante José Barreiro Leite, de 38 anos, que há poucas semanas comprou um terreno na área atrás do córrego.

“Está entrando gente pelo terreno para usar drogas, muitos marginais aqui da região”, diz.

Ocupação - Outro problema é a ocupação ao redor do córrego. Por ser uma área de APP (Área de Preservação Permanente), 30 metros a partir do leito do córrego tem que ser preservados, mas o restante da área pode ser utilizado para construção, segundo a Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano).

José comprou o terreno no local, mas agora diz que encontrou dificuldades para limpar a área, pois segundo ele, precisa de autorização da Prefeitura Municipal para mexer no terreno.

Outros terrenos particulares ao redor também estão sendo limpos e preparados para construção.

A diretora de licenciamento e monitoramento ambiental da Semadur, Denise Nane, explica que o proprietário do terreno pode construir na área, mas o projeto depende da aprovação da secretaria.

Ela frisa que o dever da Prefeitura Municipal é fiscalizar se a construção respeita os 30 metros além da APP e se a obra está afetando o leito do córrego.

“Se ele compra, o terreno é dele, o proprietário pode fazer o que quiser, contanto que respeite a legislação ambiental”, explica.

Segundo a diretora, existe um projeto na Semadur para replantar a vegetação nativa das áreas de APP na cidade, mas quando houver erosão o local precisa antes ter o solo corrigido.

O secretário da (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação), João De Marco, afirmou que a erosão no local não oferece risco. Mas garantiu que uma equipe irá até o trecho para verificar a situação e tomar as devidas providências.

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