ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 23º

Meio Ambiente

Promotores se dividem sobre arrancar ou não jatobá centenário em sede

Mariana Lopes | 02/10/2013 11:04
Segundo laudos, jatobá centenário coloca em risco o salão de festas da Associação e também de pessoas que frequentam o local (Foto: João Garrigó)
Segundo laudos, jatobá centenário coloca em risco o salão de festas da Associação e também de pessoas que frequentam o local (Foto: João Garrigó)

Um jatobá centenário, de 20 metros de altura e 3,5 de largura, ganhou a atenção e causou polêmica entre os promotores de Justiça de Campo Grande. A árvore fica no terreno da ASMMP (Associação Sul-Mato-Grossense do Ministério Público), localizado no bairro Carandá Bosque, e a discórdia é que, mesmo diante de quatro laudos que apontam o risco de ela cair, alguns servidores são contra que ela seja derrubada.

A discussão começou quando o presidente da associação,  promotor Alexandre Magno Benites de Lacerda, convocou, na sexta-feira (27), uma assembleia com os demais promotores da Capital para posicioná-los da situação e da decisão em derrubar o jatobá. Porém, uma minoria dos servidores foi contra o comunicado.

“Vou esperar acontecer algum acidente, alguém morrer, para então tomar uma atitude? A responsabilidade é minha se algo acontecer, ainda mais com esses laudos em mãos”, pontuou Alexandre Lacerda. O presidente da ASMMP entende que há um valor sentimental na árvore por parte dos promotores, pelo fato de ela estar no terreno desde quando a sede da associação foi construída, em 1983, porém, Lacerda ressalta a preocupação dele com o risco de o jatobá cair e acabar machucando alguém.

"Como promotor, já realizei muitos trabalhos nos quais defendi o meio ambiente, jamais pensaria em derrubar o jatobá se realmente não houvesse o risco de ele cair a qualquer momento", esclareceu presidente da associação.

A árvore foi condenada por quatro órgãos, Semadur (Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano), Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) e por um empresa particular chamada Toposat Ambiental.

"É significativo o risco de ocorrência de acidente com mortes tendo em vista as dimensões,localização e isolamento da árvore, e a grande concentração de pessoas em eventos no salão de festa. Esse risco se acentua durante ocorrência de chuvas com ventos fortes, muito comum em Campo Grande no verão, agravado pelo fato de o jatobá estar isolado", aponta o laudo do Ibama.

No mesmo laudo, o órgão federal afirma que "a espécie não consta na listagem em vigor do Ministério do Meio Ambiente que relaciona as ameaçadas de extinção e também não foi tombada pela Prefeitura Municipal como exemplar com atributos que recomendam a sua preservação".

Nos quatro laudos também são apontados os danos que a árvore já causou, confirmando o risco existente. No interior do salão de festas, por exemplo, a parede que fica próximo ao jatobá está rachada, assim como o piso. Segundo o presidente da associação, o local é utilizado praticamente todo final de semana para eventos.

Outra polêmica que foi desencadeada é sobre a possibilidade de o salão ser ampliado. Contudo, o promotor Alexandre Lacerda garantiu que isso foi só uma hipótese levantada, mas que se ocorrer, a ampliação será feita para o lado oposto de onde está o jatobá.

Segundo o presidente da ASMMP, aindanão há deta definidapara derrubara árvore, mas afirmouque não irádemorar."Estou com todos os laudos em mãos que comprovam o risco, não vou esperar acontecer um acidente para tomar providências", frisou o promotor.

Nos siga no Google Notícias