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Política

“Lula ministro” toma conta de Assembleia e divide opinião de deputados em MS

Minutos depois da posse de ex-presidente na Casa Civil, Justiça suspendeu nomeação

Mayara Bueno e Leonardo Rocha | 17/03/2016 12:50
À esquerda, deputado Beto Pereira (PSDB), com Lídio Lopes (PEN) e o presidente da Assembleia, Junior Mochi (PMDB). (Foto: Victor Chileno e Roberto Higa/ALMS)
À esquerda, deputado Beto Pereira (PSDB), com Lídio Lopes (PEN) e o presidente da Assembleia, Junior Mochi (PMDB). (Foto: Victor Chileno e Roberto Higa/ALMS)

Discussão sobre a situação vivida pelo País, em especial a nomeação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), na Casa Civil, tomou conta dos discursos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, na última sessão da semana, que foi marcada por divulgações bombásticas e reviravoltas na política brasileira.

Líder do PMDB na casa de leis, Eduardo Rocha, afirmou que a atitude da presidente da República, Dilma Rousseff (PT), em indicar Lula para seu governo, deflagrou um “momento muito delicado” no País, levando multidões às ruas em protesto. “Tornou o embate mais acirrado”, discurso reforçado pelo deputado Lídio Lopes (PEN), que teme, inclusive, confronto mais acirrado e até guerra civil.

Já em vias de romper com o PT, o PMDB criticou o deputado federal Mauro Lopes, nomeado para chefe da Aviação Civil. Inclusive, o líder do partido afirmou que estuda chamar os colegas de bancada para apresentar moção de repúdio contra ele.

A nomeação de Lula, apesar da suspensão da Justiça minutos depois, foi um “tiro no pé” do governo Dilma, avaliou o deputado Rinaldo Modesto, líder do governo em MS. “Só fez com que as pessoas se unissem mais em busca do impeachment”, diz. Para ele, a presidente tentou salvar o governo que está “paralisado”, mas só “piorou a situação”.

A repercussão do ex-presidente na Casa Civil tem movimentado o País. Manifestantes foram às ruas ontem e prometem mais protestos hoje, inclusive em Campo Grande. Na posse de Lula, em Brasília, grupos fizeram manifestos na frente do Palácio do Planalto; também houve “panelaços” em algumas cidades do País. Em MS, os parlamentares acompanharam as notícias nacionais e discurssaram na tribuna.

Grampos – A divulgação da conversa entre Lula e Dilma sobre o termo de posse como ministro dividiu a opinião dos parlamentares. Há quem acredite ser legal, do ponto de vista jurídico, pois trata-se de assunto de interesse público, segundo o deputado Marcos Trad (PSD). Para os petistas da Assembleia, Pedro Kemp e Cabo Almi, o grampo foi ilegal, pois só poderia ser autorizado pelo STF. “Essa ação do juiz Sergio Moro é ilegal e irresponsável”, disse Kemp. 

Segundo ele, isto só acirrou os ânimos e incentivou as manifestações. “Ação orquestrada para criminalizar o PT e derrubar o governo, feito por aqueles que perderam a eleição”. Ele conclui que as divulgações geram “instabilidade social no Brasil”. Cabo Almi disse que as manifestações "são legítimas", mas que Lula no ministério ajudaria resgatar a "auto estima e as ações políticas do governo"

Com efeito imediato até uma decisão final, a Justiça do Distrito Federal suspendeu a posse, sob o argumento de indício de crime de responsabilidade. Governo prometeu recorrer ainda hoje.

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