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Política

"Vamos resolver a Saúde com a população", afirma Edson Giroto

Fabiano Arruda | 22/10/2012 11:15
Candidato Edson Giroto concede entrevista ao Campo Grande News. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Candidato Edson Giroto concede entrevista ao Campo Grande News. (Foto: Rodrigo Pazinato)

“Não vou resolver a Saúde só contratando médico. Vamos resolver a Saúde com a população”, afirmou o candidato do PMDB à Prefeitura de Campo Grande, Edson Giroto, ao falar sobre suas propostas para a saúde pública em entrevista concedida ao Campo Grande News, a sete dias da votação.

Ainda dentro de um dos temas mais criticados durante a campanha para prefeito da Capital, Giroto afirmou ser fundamental a contratação de mais profissionais, além da parte estrutural do atendimento. Para ele, o Hospital do Trauma é necessidade diante do crescimento da cidade.

Ao abordar assuntos relacionados ao trânsito, o peemedebista defendeu a importância das intervenções previstas no PAC Mobilidade Urbana, bem como outras intervenções que considera emergenciais. “São 2,5 mil quadras para fazer recapeamento“, pontuou.

Giroto destacou ainda a vantagem de contar com base de sustentação, caso eleito, na Câmara de Vereadores e Assembleia Legislativa.

O candidato do PMDB também falou das ações que considera primordiais na educação e enalteceu o projeto que trata como um dos diferenciais de sua campanha, o Coração de Mãe.

“São centros de atendimento às crianças para tirá-las das ruas e integrar com o ensino da Prefeitura; serão 35 mil crianças no Coração de Mãe”.

Entrevista – O Campo Grande News tentou agendar entrevista com o candidato Alcides Bernal, do PP. Desde quarta-feira da semana passada nossa equipe procurou, todos os dias, o candidato e representantes de sua assessoria de imprensa, porém, não conseguiu marcar uma conversa.

A assessoria de imprensa informou ao jornal, nesta manhã, que não conseguiu espaço na agenda de Bernal, tomada por conta de compromissos de campanha. O Campo Grande News definiu como prazo esta segunda-feira a publicação da entrevista, por conta da proximidade com a eleição.

Esta é a terceira entrevista que o jornal faz com os candidatos nestas eleições, como forma de ajudar o eleitor a decidir seu voto no domingo, quando Campo Grande tem sua primeira eleição em dois turnos desde 1996.

Veja abaixo a conversa com Edson Giroto.

"Vamos resolver a Saúde com a população", afirma Edson Giroto

Em relação à Saúde, um dos pontos mais criticados nessa campanha, qual é o eixo central que marca suas propostas para o setor?

Tenho dito que quero ser reconhecido como o prefeito da Saúde, porque é um problema nacional e que aflige Campo Grande também. Por isso vamos ter um tratamento especial. É prioridade para mim. E eu não vou resolver a Saúde só contratando médico. Vamos resolver a Saúde com a população. Com quem precisa para me ajudar a resolver. Para isso tem que valorizar o servidor através de remuneração justa, de contratação de mais profissionais, não só os médicos, mas todos os profissionais que forem necessários. Fazer uma capacitação, treinamento. Através do plano de carreira e remuneração, que eles tenham como passar de um posto a outro e ir vencendo as adversidades. Fazer com que a população saiba que estaremos do lado deles, dando a humanização no atendimento. Vamos monitorar as recepções por meio de câmeras para filmar o atendimento e dirimir qualquer conflito. A cura não se faz só por meio do medicamento, mas do bom atendimento.

Em relação à estrutura da Saúde, qual a concepção do candidato sobre questões como a Santa Casa, Hospital do Trauma, por exemplo.

Em 2005, a Santa Casa estava com corrente e cadeado. Todos os servidores em greve, é que nós esquecemos. A Prefeitura teve que tomar medidas para reabri-la e implantou um processo para melhor administrá-la. E está praticamente em fase final para mudar a maneira administrativa de associação para fundação, instituída pela sociedade, que vai gerir e administrar; com o Estado, o Município, o MPE (Ministério Público Estadual). Então estamos fazendo com que todo o processo de atendimento vá em busca de um único objetivo: o cidadão.

O Hospital do Trauma é importantíssimo, porque aumentou muito o traumatizado em Campo Grande em virtude do crescimento da cidade. O número de UBSF (Unidade Básica de Saúde da Família e UPA (Unidade de Pronto Atendimento) aumentou, mas ainda é pouco.

"Vamos resolver a Saúde com a população", afirma Edson Giroto

Quais os principais desafios de Campo Grande para os setores de transporte e trânsito?

Campo Grande nos últimos dez anos perdeu clientes no transporte público. As pessoas passaram a ter uma condição de salário maior e passaram a comprar seu veículo ou sua moto. Com isso perdemos a capacidade de melhorar o serviço e baixar a tarifa ou manter a tarifa mais baixa.

No PAC (Mobilidade Urbana) existe um financiamento público para a mobilidade, que é transporte público, melhorar as vias, o transporte público, tornando-o mais atrativo para aquele que utiliza o transporte se sinta mais confortável e seu tempo de percurso diminua. A Prefeitura fez um projeto, nós ajudamos a defender no Ministério das Cidades. Como relator do Orçamento no ano passado, defendi investimentos em transporte público no Brasil inteiro e, claro, para Mato Grosso do Sul e Campo Grande, que tem, de fato, o enquadramento e a necessidade de fazer investimento para melhorar o transporte público.

Com isso, nessa defesa, Campo Grande foi a primeira cidade brasileira a conseguir a liberação de recursos para a mobilidade urbana, cidades entre 700 a 1 milhão de habitantes, fora das sub-sedes da Copa, a garantir investimentos para um transporte público de qualidade, que são os corredores exclusivos de ônibus. Cada quilômetro de um metrô custa R$ 200 milhões. O metrô de superfície, que o candidato opositor, que meu concorrente diz que vai fazer, eu digo que não vai fazer. Porque o metrô de superfície custa de R$ 40 a R$ 50 milhões, o quilômetro. E o que já está aprovado (corredores exclusivos, no PAC Mobilidade), custa R$ 5 milhões e transporte do mesmo o jeito o passageiro, com o mesmo tempo de percurso e com a mesma qualidade.

Outras intervenções são apontadas como necessárias para a Capital, como viadutos. Além dessas, quais as obras urgentes que o trânsito precisa receber?

Dentro do projeto do PAC estão aprovadas algumas obras para dar agilidade ao trânsito, como o viaduto na saída para São Paulo. Estamos envolvidos no projeto para que ele não seja apenas uma ponte, mas uma obra de arte para que ela não agrida visualmente a cidade. Aí temos outras obras: melhorar a qualidade das vias urbanas, através de recapeamento; a sinalização tem de ser eficiente com semáforos inteligentes para que eles mesmos possam comandar, através de sinais de pulso e câmeras de monitoramento para abrir o sinal dependendo do fluxo de veículos maior ou menor; temos que fazer os pequenos túneis como, por exemplo, na frente da Uniderp, na Mato Grosso com a Via Parque; continuar a fazer as avenidas com capacidade de escoamento maior; buscar melhorar as vias urbanas, comerciais nos bairros, com processo de alargamento; todos os acessos de Campo Grande serem remodelados e sinalizados.

E asfalto nos bairros que não têm. São 2,5 mil quadras para fazer recapeamento em vias como a Guaicurus, como a 14 de Julho, como a Pontalina, a Zumira Borba, avenida Marinha; e mais de 5 mil quadras de novo asfalto nos bairros. Região grande que tem que fazer é do Canguru ao Mário Covas; aquela grande região Sul de Campo Grande que precisa de infra-estrutura. Portal Caiobá, Santa Emília, São Conrado, Itamaracá, Rita Vieira, são regiões que precisam e vão ter atenção da Prefeitura.

"Vamos resolver a Saúde com a população", afirma Edson Giroto

O senhor considera ter vantagem como candidato a prefeito por ter base de sustentação, por exemplo, na Câmara de Vereadores?

Nenhuma capital brasileira consegue, hoje, fazer investimentos apenas com recursos próprios. Se não tivermos as parcerias com o Governo do Estado, senão tivermos bons profissionais com conhecimento em Brasília (DF) e apoio dos deputados federais e senadores, a cidade não cresce. Falo com conhecimento de causa de secretário que fui desde 1997. Tivemos que aprender rápido, ter apoio da bancada para trazer os investimentos para Campo Grande para que ela pudesse ser a Campo Grande de hoje.

A minha diferença é que tenho mais experiência, mais apoio político. Tenho 21 vereadores, seis deputados federais, dois senadores, seis ministros, um vice-presidente da República, tem o Governo do Estado, 18 deputados estaduais. Essa base é muito importante.

Olha só a infraestrutura que nós todos fizemos, a mudança de perfil econômico de Campo Grande, que propiciou para que, hoje, só no setor de infraestrutura imobiliária, o mercado privado aplica R$ 500 milhões por ano; são quatro mil alvarás por mês; quatro mil novas obras de moradia por mês; são 25 mil empregos diretos e mais de R$ 700 milhões por ano do Poder Público tanto municipal, estadual e federal. É R$ 1,2 bilhão por ano que estão sendo investidos em Campo Grande. Isso por causa do apoio. Se você não tem, não faz.

Ceinfs e escolas em tempo integral são os principais desafios na Educação?

Educação tem que ser investimento estratégico, gera dignidade, oportunidade, conhecimento. Hoje temos uma rede de 96 escolas municipais. Quando eu entrei com o André (Puccinelli, ex-prefeito da Capital por dois mandatos) eram 47. A cidade cresceu e os investimentos em educação também. Temos que investir em escolas de tempo integral. Infelizmente o Governo Federal não remunera a Prefeitura para dois turnos. Paga por aluno um turno e na escola em tempo integral a Prefeitura tem que subsidiar um turno. Nós temos que fazer mais cinco escolas em tempo integral. É pouco? É, mas é o que se pode fazer em médio prazo. Temos 116 Ceinfs (Centro de Educação Infantil). Em 113 anos de Campo Grande, tem 116 creches. Em quatro anos vamos fazer mais 50; 30 que está no meu programa de trabalho, assinado em cartório, e 20 que a atual gestão começou e vou terminar no ano que vem. Então em quatro anos vamos aumentar a capacidade de atender as crianças em 50%. Se temos 15 mil hoje (crianças nas unidades), vou aumentar no mínimo mais 7,5 mil, fora os Ceinfs que vou reformar e ampliar. Então vamos aumentar 10 mil novas vagas em quatro anos. Em 113 anos nós atendemos 15 mil e em quatro vamos passar para 10 mil; 25 mil (na soma).

A creche antiga só cuidava. Hoje o Ceinf cuida de zero a três anos e educa de três a cinco para que, depois, aos seis anos, entrar no primeiro ano do ensino básico. E vai muito melhor preparada (criança). Os melhores alunos da rede municipal, que competem hoje com qualquer escola privada, foram os alunos que vieram do Ceinf. E aí se valoriza todo o quadro de professores, de funcionários do Ceinf com valorização, com salário melhor, capacitação, com pedagogo de manhã e à tarde, professores de Educação Física que levam para a recreação. Então tudo isso é parte de um novo conceito que nós vamos fazer.

Giroto diz que, caso eleito, implantará novo asfalto em mais de 5 mil quadras em Campo Grande.
Giroto diz que, caso eleito, implantará novo asfalto em mais de 5 mil quadras em Campo Grande.

O senhor prometeu fazer uma revisão tributária, caso eleito.

Claro que sim. Com a expansão imobiliária, com o crescimento da cidade, os imóveis passaram a valer muito mais. Terreno no bairro Noroeste que valia R$ 600 hoje vale R$ 50 mil. E a cobrança do imposto é uma alíquota de um valor percentual em cima do valor do imóvel. Só que temos que fazer uma revisão; justiça fiscal e tributária é como nós vamos rever todo o valor do imóvel, ver a capacidade de pagamento que a pessoa dona do imóvel tem, qual é a renda familiar para poder estabelecer um imposto. Senão vamos estar sendo injustos. E aí que surge o imposto social. Para que o contribuinte pague de acordo com o que ele ganha, senão ele paga o imposto ou dá comida para o seu filho? Isso que é justiça social e nós vamos fazer.

O ISS também vamos rever em algumas categorias. Você pega para o mototaxista, ele tem que pagar o mesmo imposto que o taxista paga. Você não pode ter dois pesos e duas medidas. Porque o motoentregador e o mototaxista pagam mais que o taxista? Aí você não é justo e nós temos que ser.

Vamos fazer o pólo tecnológico, que é importantíssimo. Somos um estado mediterrâneo, nossa logística é mais complexa. Tenho que trazer para cá, através de investimentos em indústrias limpas, a indústria de alta tecnologia. Para poder dar esperança e oportunidade para aqueles que saem da universidade. Para dar emprego aos jovens, com cursos de formação profissional. Isso se faz com a Prefeitura construindo e induzindo pólos de alta tecnologia. Aí você cria toda a infraestrutura necessária para as empresas virem. E parceria com as universidades. E nós vamos fazer.

Na área de assistência social, caso eleito, como será o projeto Coração de Mãe?

Como não vamos ter condição de abrigar todas as crianças matriculadas na rede municipal de ensino em escolas em tempo integral, porque hoje temos 96 mil crianças matriculadas e abrigamos 5,4 mil crianças, então vamos fazer oito centros, um será na região do Dom Antônio e outro no Los Angeles, denominados Coração de Mãe. São centros de atendimento às crianças para tirá-las das ruas e integrar com o ensino da Prefeitura. E aí a criança que for de manhã no centro Coração de Mãe, vai à tarde na escola; aquele que foi à tarde na escola vai de manhã no Coração de Mãe. Para fazer tarefas, prática de esportes, aula de informática, de música, artes. Isso é importantíssimo na formação da criança. As mães e os pais vão ficar tranquilos que seus filhos estarão abrigados conosco. Não vai estar na rua. A mãe e o pai pode ir trabalhar, porque a oferta de emprego hoje em Campo Grande é muito grande. E aí que vem todas as escolas de capacitação e formação para que os pais possam trabalhar e melhorar a vida da família e seu filho vai estar seguro.

Serão 35 mil crianças no Coração de Mãe; em dois mandatos vamos conseguir zerar o déficit de crianças abrigadas no Coração de Mãe. Aí vamos começar a fazer uma escola diferente. É uma escola não integral, mas integralizada. Escola que vai integrar as ações do Coração de Mãe com a educação básica. Serão necessários, no mínimo, a contratação de mais 800 profissionais entre pedagogos, professores de Educação Física, secretários, recreadores, coordenadores, supervisores, administradores, atendentes; isso é geração de emprego, social. Obra eu sei fazer. Vou buscar a qualidade de vida das pessoas. Nós, fazendo isso, certamente, daqui a cinco anos, os índices de criminalidade virão abaixo.

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