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Política

Antônio João depõe sobre Bernal e diz que tem "gravação" do mensalão

Zemil Rocha e Viviane Oliveira | 12/03/2013 16:42
Antônio João dando entrevista na delegacia de polícia (Foto: Simão Nogueira)
Antônio João dando entrevista na delegacia de polícia (Foto: Simão Nogueira)

O presidente regional do PSD e dono do jornal Correio do Estado, Antônio João Hugo Rodrigues, prestou depoimento esta tarde ao delegado Dmitri Erik Palermo, da 3ª Delegacia de Polícia, em Campo Grande, em razão de queixa apresentada pelo prefeito Alcides Bernal (PP), que se sentiu ameaçado pelas postagens do empresário e de Jeferson Luiz Martins Mattos, no Facebook.

Antônio João ficou menos de 10 minutos com o delegado. Indagado sobre o depoimento, o delegado informou: “Só perguntei a ele se tinha ameaçado o prefeito e ele respondeu que não e que só fez um comentário irônico”.

À imprensa, Antônio João também falou sobre outras postagens em redes sociais e deu a entender que tem "gravação" da proposta de "mensalão" para os vereadores.

O diálogo que originou o pedido de abertura de inquérito, postado na página de Antônio João no Facebook (www.facebook.com/ajhugorodrigues), foi o seguinte: “Chávez morreu de câncer. E o Bernal vai viver por muitos anos, a menos que engasgue com uma bala de hortelã. Vamos ter muita diversão ainda”, escreveu o empresário na rede social, em resposta à declaração do seguidor Jeferson, segundo quem: “fim de ditador é morrer a bala!”.

Antes de Antônio João falar com o delegado, Jeferson tinha prestado depoimento e saído da delegacia sem falar com a imprensa.

Amanhã, segundo o delegado Dmitri Palermo, será encaminhado Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO), que foi assinado pelos dois investigados, ao Juizado Especial Criminal. “Lá os dois voltarão a ser ouvidos e o juiz vai decidir se vai dar continuidade ao caso”, explicou o delegado. Por se tratar de apuração de crime de menor potencial ofensivo, conforme Dmitri, não há mais nada a ser feito na área policial. “Se o juiz entender que houve crime, os dois responderão por ameaça”, informou.

Acompanhado de advogado, o empresário Antônio João disse à imprensa que não ficou intimidado com a notícia-crime apresentada pelo prefeito Alcides Bernal à Polícia Civil. “Não intimida. Isso para mim é coisa de doido. É uma molecagem”, reclamou o empresário. Disse que vai continuar postando críticas sobre Bernal. “Sempre fiz isso e não é por causa dele que vou parar”, garantiu.

Para Antônio João, é até normal que um governante processe alguém por algo que não gostou, mas considera que houve um exagero por parte de Bernal. “Achar que é ameaça de morte falar de uma bala de hortelã é demais”, declarou ele. Revoltado por estar na delegacia, por causa de Bernal, o empresário desabafou: “Vai para o inferno. Já enfrentei muito bicho, mas isso que está acontecendo é absurdo”.

Lembrou, então, dos enfrentamentos do passado.“Já enfrentei muita confusão até com governadores. Você não era nem nascida quando enfrentei o José Frageli”, afirmou à jornalista que o entrevistava.

Gravação sobre “Mensalão” – O empresário Antônio João Hugo Rodrigues disse também esta tarde, em entrevista ao Campo Grande News, que tem como provar que o prefeito Alcides Bernal ofereceu R$ 10 mil por mês para cada vereador que passasse a apoiá-lo na Câmara de Campo Grande. “O fato é que existe isso e eu tenho como provar”, garantiu ele.

Indagado se a informação sobre a proposta de “mensalão” ele recebeu dos vereadores do partido dele, o PSD, Antônio João agiu de forma mais cautelosa. “Não vou falar. Se foi alguém do meu partido não faz nenhuma diferença. Mas vamos ter uma surpresa muito grande ainda”, avisou o presidente regional do PSD. “E se eu provar com gravação? O que o Bernal vai fazer? Vai renunciar de vergonha ou vai dizer que é mentira?”, questionou.

Sobre a possibilidade de articuladores políticos de Bernal ainda estarem tentando fazer maioria na Câmara da Capital, através de “mensalão”, Antônio João considera que houve uma paralisação. “Acredito que parou”, disse.

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