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Política

Após notificar prefeito, vereadores e secretário, mistério ainda cerca caso

Josemil Arruda | 22/04/2014 16:03
Otávio Trad (PT do B) foi um dos convocados pelo Gaeco para testemunhar (Foto: arquivo)
Otávio Trad (PT do B) foi um dos convocados pelo Gaeco para testemunhar (Foto: arquivo)

Há um clima de mistério em torno da investigação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) que foi deflagrada no dia 11 de março com o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão em Campo Grande, inclusive na casa do prefeito Gilmar Olarte, e a prisão de Ronan Feitosa na capital paulista. Além dessa investigação do Gaeco, Ronan, que foi ex-assessor do gabinete da vice-prefeitura na Capital, já responde a processo por estelionato.

Está claro que Olarte vem sendo investigado pelo Gaeco, já que o processo tramita no Tribunal de Justiça do Estado, em razão do foro privilegiado do prefeito, e que, para o órgão, os vereadores podem ajudar a esclarecer os fatos. Corrobora também nesse sentido o fato de o secretário municipal de Governo, Rodrigo Pimentel, que é o articulador político do prefeito, ter sido chamado a prestar esclarecimentos no mesmo procedimento.

Nesta terça-feira (22), com a notificação dos três vereadores do PT do B (Eduardo Romero, Otávio Trad e Flavio Cesar) para prestarem declarações como testemunhas, amplia-se a espectro da investigação e surgem indícios de que o objeto do procedimento do Gaeco gira em torno da cassação de Alcides Bernal, no dia 12 de março. Aliás, Bernal tem falado desde que as investigações começaram que a apuração ocorre em torno de um vídeo que levou ao Ministério Público sobre a armação de um esquema para tirá-lo do poder.

Mesmo o prefeito já fez declaração nesse sentido. No dia em que houve apreensão de documentos em sua residência, o progressista declarou à imprensa: “Não sei precisar, mas deve ser sobre esses vídeos que estão circulando na internet. Tenho certeza que é isso”, ressaltou.

A um vereador de sua base na Câmara, Gilmar Olarte afirmou que está tranquilo quanto ao desfecho da investigação, argumentando que sempre procurou agir com lisura em sua vida profissional e política. “Falei com prefeito e ele me disse: Estou muito tranquilo. Não devo nada”, contou o parlamentar.

Um dos vereadores convocados pelo Gaeco para testemunhar, Otávio Trad afirmou hoje que não sabe em que poderia contribuir com a investigação. Disse que não sabe o motivo de ter sido chamado e informou que vai pedir adiamento do seu testemunho, marcado para o próximo dia 25. “Pretendo ver se posso mudar o depoimento para antes ou após o período. Do ponto de vista jurídico, entendo que testemunha é para colaborar com a investigação”, afirmou Trad, alegando que já tinha viagem marcada dois meses antes.

Dúvidas na Câmara - O presidente da Câmara de Campo Grande, vereador Mário Cesar (PMDB), afirmou esta tarde que há muita incerteza sobre o rumo da investigação. “O que sabemos é que três vereadores foram notificados como testemunhas num processo, cujo número me parece que é o 02/2014”, afirmou o peemedebista.

Indagado se não há possibilidade de mais vereadores serem convocados para depor no Gaeco, Mario Cesar disse não ter a menor idéia sobre isso. “Não sei se haverá novas notificações, temos de aguardar os fatos”, respondeu. “Não sei qual o objetivo desse procedimento. Não tenho nenhuma informação”, acrescentou.
Já o líder do prefeito na Câmara, vereador João Rocha (PSDB), também disse que n ão tenho nem noção do que está na alça de mira do Gaeco. “A coisa está ficando extremamente ampla, já que o Gaeco está indo na Assembleia Legislativa, na Câmara e na Prefeitura”, apontou.

Para João Rocha, o importante é que se façam todas as averiguações que o Ministério Público julgar necessárias ao esclarecimento dos fatos. Questionado também se acredita que mais vereadores serão chamados a testemunhar, o líder do prefeito declarou: “Não tenho noção. A gente fica sem saber”.

Considerou, porém, “estranho” que apenas os vereadores do PT do B tenham sido chamados pelo Gaeco para dar testemunho. “E nem na intimação tem o motivo; só vem o número do processo investigatório”, asseverou.

Ao mesmo tempo que a convocação dos três vereadores como testemunhas apontam como foco principal da investigação o prefeito Gilmar Olarte e os membros da Câmara, a notificação de Ismael Faustino, ex-assessor do ex-deputado estadual Rinaldo Modesto (PSDB), complica ainda mais o quebra-cabeça que virou essa investigação sigilosa do Gaeco.

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