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Política

Após ser preso, Delcídio diz que Lava Jato presta "serviço extraordinário"

Ricardo Campos Jr. | 14/11/2016 15:13
Delcídio durante entrevista à Rádio Joven Pan (Foto: reprodução)
Delcídio durante entrevista à Rádio Joven Pan (Foto: reprodução)

Mesmo depois de ser preso, ter o mandato no Senado cassado, ser expulso do PT e com a carreira política seriamente afetada pela Lava Jato, Delcídio do Amaral defendeu a operação em entrevista à Rádio Jovem Pan. O conteúdo foi ao ar nesta segunda-feira (14). Para ele, as investigações encabeçadas pelo MPF (Ministério Público Federal) e Polícia Federal podem mudar o país.

“Eu acho que sem dúvida nenhuma ela [Lava Jato] presta um serviço ao país extraordinário, um serviço que o Brasil vai reconhecer a sua importância ao longo da história”, disse ao jornalista Claudio Tognolli.

Delcídio acredita que a operação motivará novas leis, práticas políticas e maior profissionalização do governo. Tudo isso, para o ex-parlamentar, ajudará a sociedade a virar a página dos sucessivos escândalos políticos.

“Não estou dizendo que a corrupção vai acabar, não acabou em nenhum país no mundo, mas ela cria os mecanismos para você mitigar tudo isso que aconteceu no Brasil”, pontua.

Processo e perspectivas – O ex-parlamentar acredita que Lula esteja se fazendo de vítima ao acionar a Justiça contra ele por danos morais, alegando que a delação premiada que ajudou o MPF a embasar denúncia contra o ex-presidente contém mentiras.

“Nós já esperávamos esse tipo de atitude. Não é nenhuma novidade, só que as investigações estão muito avançadas em função da colaboração que eu prestei. Portanto, não alterou absolutamente nada”, disse Delcídio.

O país, segundo Delcídio, sofreu muito com a revelação dos escândalos de corrupção e deve “caminhar de lado” até 2018, segundo ele.

Erros – Questionado sobre o que mudaria se pudesse voltar ao passado, o ex-senador considera uma falha pessoal ter continuado no partido de Lula. “A despeito do aconselhamento que recebi de muitas pessoas e amigos, eu acho que politicamente eu poderia ter tomado uma decisão de mudar, de alterar meu rumo político e partidário. Eu saí de uma eleição que perdi porque estava no PT, mas mantive a posição”, revela.

Sobre a delação, o ex-senador nega ter sido pressionado e fala que tomou na decisão sozinho após ser preso. “Já reconheci o erro que cometi”.

“Quando eu vi aquele processo de desqualificação, eu mesmo disse: vou procurar os procuradores e os delegados da Polícia Federal. Se eu estou atrapalhando, vou tratar de 'desatrapalhar'. Assumi uma postura clara”, relata.

As informações que compartilhou com os investigadores, segundo ele, focaram naqueles que estavam por trás de todo o esquema.

“[Não quis] ficar atacando os outros que já estão sofrendo por causa disso e que fizeram muitas coisas até a mando daqueles que estavam posando de éticos, com aquele discurso hipócrita. Daqueles eu jamais falaria, porque acho que o objetivo para que a Lava Jato tenha efetivamente resultado é que, como a gente diz no Pantanal, que valha de mamando a caducando”, disse Delcídio.

Dilma - O ex-senador contou também que chegou a aconselhar Dilma Rouseff (PT) enquanto ela era presidente alertando para as consequências do esquema e que ela poderia ser prejudicada. “Mas, ela tinha alguns conselheiros palacianos que tinham uma tese contrária, tese de gente que não tem visão de estado, política”, lembra.

A ideia dos apoiadores da ex-presidente era que nada a poderia atingir e ela teria o Congresso “de joelhos” à disposição dela para votar o que fosse preciso para cravar a marca dela no governo.

Sobre a tentativa de alguns congressistas em desqualificar a Lava Jato, Delcídio acredita que a operação é irreversível.

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