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Política

Artista rasga homenagem na Câmara em protesto e ato causa polêmica

Kleber Clajus | 08/04/2015 14:13
Jorge de Barros decidiu rasgar homenagem em protesto a crise na cultura, chamando ainda vereadores de "hipócritas" (Foto: Anderson Pinotti / SBT MS)
Jorge de Barros decidiu rasgar homenagem em protesto a crise na cultura, chamando ainda vereadores de "hipócritas" (Foto: Anderson Pinotti / SBT MS)
Foi Thaís Helena (PT) quem concedeu a homenagem ao artista, mas se frustrou com o resultado (Foto: Anderson Pinotti / SBT MS)
Foi Thaís Helena (PT) quem concedeu a homenagem ao artista, mas se frustrou com o resultado (Foto: Anderson Pinotti / SBT MS)

Um poeta e artista de teatro despedaçou, nesta quarta-feira (8), diploma entregue pela Câmara Municipal de Campo Grande alusivo ao Dia do Artista Regional. Vereadores se dividiram em classificar a atitude como desrespeito e “expressão de indignidade” frente a crise no setor com o não pagamento de projetos aprovados em editais do Fmic (Fundo Municipal de Investimentos Culturais) e Fomteatro (Fundo Municipal de Teatro).

Jorge de Barros recebeu a homenagem da vereadora Thaís Helena (PT), tendo em mãos cartazes em referência ao movimento SOS Cultura. Na saída chamou os legisladores de “hipócritas” e, em seguida, rasgou o diploma que havia recebido minutos antes. “Esta foi uma atitude de repúdio a falta de diálogo da prefeitura com a classe”, justificou.

A petista, no entanto, questionou se o movimento tinha dúvidas sobre o apoio de vereadores as suas reivindicações. Dentre elas estão a exigência de cumprimento do investimento de 1% da receita líquida do município em ações da Fundac (Fundação Municipal de Cultura), além do pagamento de projetos do Fmic e Fomteatro pendentes desde o ano passado. “Foi uma falta de respeito, pois estão descarregando a indignação no lugar errado”, pontuou, relembrando que a oposição tem indicativo de não votar projetos do Executivo até a reabertura de diálogo com os artistas.

Luiza Ribeiro (PPS), que preside a Comissão Permantente de Cultura da Casa de Leis, defendeu a atitude considerada por ela como “maneira de demonstrar indignação e chamar atenção para a crise na cultura”. Já Chiquinho Telles (PSD) ressaltou que o descontentamento não deve ser com a Câmara, mas com a Prefeitura.

Como solução ao dilema o presidente da Casa de Leis, Mario Cesar (PMDB), voltou a cobrar que o prefeito Gilmar Olarte (PP) e a equipe esclareçam as reais prioridades do Executivo diante da redução de receitas do município. “Estamos chegando no limite. Precisamos saber a real situação financeira e quais as prioridades. Porém parece que não é prioridade do prefeito, neste momento, a cultura que vive uma sucessão de equívocos”.

Vanderlei Cabeludo (PMDB), proponente do evento, pontuou que o momento não era mesmo de comemorar diante da paralisação de ações culturais na Capital. Ele ainda aproveitou a ocasião para pedir aos artistas que “reclamem mesmo” para que o segmento possa retomar suas atividades.

Ainda que ofuscada pela manifestação, a sessão solene homenageou 57 artistas do teatro, dança, música e artesanato.

Para a cantora Delanira Pereira Gonçalves, a Delinha, a ação demonstra o reconhecimento dos talentos “desde os mais antigos até a gurizada que veio agora”. Ela, que já recebeu a homenagem anteriormente, disse ter ido mesmo para prestigiar os amigos.

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