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Política

Assédio de Bernal a quatro partidos para ampliar a base já gera rejeição

Zemil Rocha | 17/07/2013 14:59
Integrante do PSL, assediado por Bernal, Elizeu já avisa: "Nunca vai acontecer" (Foto: Arquivo)
Integrante do PSL, assediado por Bernal, Elizeu já avisa: "Nunca vai acontecer" (Foto: Arquivo)

O prefeito Alcides Bernal elegeu quatro partidos, PTB, PDT, PSB e PSL, para cooptar apoio político através da oferta de participação em duas recém-criadas secretarias, a da Juventude e a da Mulher, mas deve ter dificuldade de conseguir adesões. Líder do prefeito na Câmara, o vereador Marcos Alex, deixou claro esta manhã que os quatro partidos interessam a Bernal para aumentar a base de apoio, hoje composta por apenas 10 dos 29 vereadores.

A adesão do PDT, contudo, na prática, já ocorreu, visto que o vereador Paulo Pedra, único integrante da legenda na Câmara, vem defendendo a administração de Alcides Bernal e já admitiu publicamente que passou a integrar a base. Como PTB, PSB e PSL têm, juntos, quatro vereadores, a possibilidade de adesão à bancada governista é de apenas três vereadores, isto porque pelo menos um integrante da legenda social liberal, Elizeu Dionízio, deixou claro hoje que não tem a menor chance de ser cooptado por Bernal.

Além de ser arquirrival de Alex, especialmente depois das acirradas discussões entre eles nesta semana, com ambos até evitando se falar, o vereador Elizeu Dionízio sempre foi um dos maiores opositores de Bernal na Câmara, tendo feito várias denuncias de irregularidades na administração municipal. “De minha parte isso nunca vai acontecer. Não posso falar pelo Alceu Bueno (outro integrante do PSL). Mas eu não quero vincular minha imagem com a de um administrador que não condiz com a realidade. Ele mentiu, é um grande mentiroso”, afirmou Elizeu.

A alegação de que Bernal faltou com a verdade refere-se à reportagem da TV Morena, exibida ontem, em que Bernal apresentou um extrato de pagamento de R$ 17 milhões para a Solurb, que se queixou de estar levando um calote que somava R$ 18 milhões, durante reunião da CPI do Calote, na última segunda-feira (15). “O prefeito apresentou documentos que não estão com a CPI do Calote”, afirmou Elizeu, que é relator da CPI.

Essa mesma tentativa de ampliar a base de Bernal tinha sido feita em meados de abril, seja diretamente através de Bernal ou por meio do líder Alex do PT. Nenhum novo integrante foi conquistado para a base.

Alceu Bueno observou, na época, que a demora é tanta que já fazia 60 dias que lhe foi proposta a integração à base de Bernal. “Tive uma conversa sobre isso há dois meses atrás, fizemos questionamentos, mas não houve respaldo. Enquanto ele (Bernal) estiver neste governo sozinho e continuar tratando a gente com serviçal, não vai ter acordo”, declarou Bueno em abril.

O único representante do PSB, Carlos Augusto, o Carlão (PSB), já foi chamado por Bernal outras vezes para conversar sobre uma possível participação em sua base de apoio. Carlão sempre saiu dessas reuniões considerando que até se poderia melhorar o relacionamento do prefeito com a Câmara, desde que houvesse objetividade nos entendimentos. “A conversa começou em fevereiro, sou independente, mas não tenho problema nenhum em votar a favor a projetos do prefeito que beneficiem a população. Até hoje não tem nada concreto. Não houve convite oficial e se houver não quer dizer que vamos aceitar, mas vamos avaliar”, explicou ele na mesma época.

O maior crítico da lentidão nas negociações com Bernal, na primeira tentativa, foi o vereador petebista Edson Shimabukuro. “Na verdade o Alex e o Cazuza tentaram, mas está vagaroso, está demorando muito para construir esse relacionamento. Queremos trabalhar por Campo Grande, precisamos que o prefeito nos acene com algo produtivo. Tô achando moroso, ele (Bernal) está precisando, mas a forma de agir dele deixa a gente inseguro. Desde o começo ele poderia ter feito a base dele, mas está mostrando dificuldade em definir”, afirmou o petebista.

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