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Política

Audiência define estratégias contra leilão da Cesp

Redação | 03/03/2008 15:08

Faltando menos de um mês para o leilão de privatização da Cesp (Companhia Energética de São Paulo), o assunto foi discutido em audiência pública hoje na Assembléia Legislativa de Mato Grosso do Sul.

A Cesp é a 3ª maior companhia do País, responsável pelas três principais usinas do rio Paraná: de Ilha Solteira, Jupiá e Sérgio Motta, e vende energia para a Enersul. A empresa pode ser vendida em leilão no dia 26 deste mês por R$ 6,5 bilhões. Para o deputado federal Vander Loubet (PT) até táticas de guerrilha são válidas para evitar a privatização.

A estratégia defendida por ele é a intensificação das ações judiciais individuais e movidas pelas prefeituras, além da mobilização da bancada federal de Mato Grosso do Sul. Um dos temores é a perda do controle das tarifas, já que privatizações em diferentes setores tiveram reajustes abusivos como principais efeitos negativos. Vander assumiu o compromisso de marcar reuniões com o Ibama e a Aneel para debater as compensações ambientais e sociais, e a venda da CESP.

Ações judiciais em massa também são defendidas pelo professor da área de planejamento energético, Hélvio Rech. Ele considera a Cesp uma máquina de fazer dinheiro e avalia que o vencedor do leilão terá retorno do investimento, em três anos.

O presidente do Sindicato Energético de Campinas (SP), Wilson Marques da Silva, foi um dos convidados para o debate e alertou para a queda da qualidade dos serviços, caso a privatização seja confirmada. Como em outros casos, a tendência é a terceirização da mão-de-obra. Segundo ele o problema já é realidade na Cesp, que tinha 37,5 mil trabalhadores em 2005 e hoje tem apenas 12 mil.

Trabalhadores da região de Brasilândia também reclamam da falta de obras de compensação que deveriam ter sido realizadas, após a implantação da Usina Sérgio Motta, mas até agora não foram feitas. A obra acabou, inclusive, com reservas de argila que sustentavam a principal atividade econômica da região: a fabricação de tijolos e telhas.

Entre os participantes da audiência hoje em Campo Grande o tom foi semelhante, a maioria diz não entender como o governo paulista pode pensar em se desfazer de uma empresa com lucro acumulado de R$ 40 bilhões em 10 anos, baixos custos operacionais, preço da energia em crescimento, baixa necessidade de investimentos de capital e baixa necessidade de capital de giro.

O maior ataque foi ao governador José Serra (PSDB), apontado como alguém que insiste numa política de privatização que já se mostrou ser inadequada, com reajustes abusivos em setores privatizados. (Com informações da assessoria de imprensa da AL)

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