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Política

Bancada de Bernal abandona plenário e fica fora de comissões

Josemil Rocha e Luciana Brazil | 19/02/2013 15:38
Vereadores discutindo; bancada de Bernal se rebela (Foto: Luciano Muta)
Vereadores discutindo; bancada de Bernal se rebela (Foto: Luciano Muta)

A “paz” anunciada pelo presidente da Câmara de Campo Grande, vereador Mário Cesar (PMDB), e o prefeito da Capital, Alcides Bernal, durante a sessão inaugural esta manhã, virou uma “guerra” pelas comissões da Casa de Leis, logo em seguida, na sessão ordinária, com todos os nove vereadores da bancada governista, do PT, PSDB, PP, PSB e PPS saindo do plenário como forma de protesto. Os reflexos da disputa eleitoral do ano passado, entre Bernal e Edson Giroto, acabaram resultando em mais um embate na Câmara.

Ficaram de fora de todas as comissões da Câmara os vereadores Ayrton de Araújo (PT), Derly dos Reis de Oliveira, o Cazuza (PP), João Rocha (PSDB), Gilmar Neri da Cruz (PSB), Zeca do PT, Luiza Ribeiro (PPS), Marcos Alex (PT), Waldecy Batista Nunes, o Chocolate (PP) e Rose Modesto (PSDB). São os mesmos nove vereadores que votaram em Rose na disputa pela presidência da Câmara, dia 1º de janeiro, vencida por Mário Cesar, que obteve 20 votos.

O protesto da bancada governista, que ainda é minoritária na Câmara, foi liderado pelo ex-governador Zeca do PT, por considerar que a estava acontecendo um “massacre” pela maioria da Câmara, fruto de acordo que garantiu a eleição de Mário Cesar para presidente. Segundo ele, foi “constrangedor” para a minoria a oferta de ficar com apenas uma das cinco vagas em todas as 14 comissões, o que foi rejeitado. O líder do prefeito Alcides Bernal na Câmara, Marcos Alex (PT), disse que seus colegas de bancada foram “tratorados”.

Representando os vereadores do grupo, o tucano João Rocha chegou a propor um acordo durante a sessão, para que fosse adiada a definição das indicações para as 14 comissões, mas isso de nada adiantou. Falando em nome da bancada majoritária, constituída por PMDB, DEM, PDT, PR, PRB, PSC, PSD, PSL, PTB e PT do B, o vereador Airton Saraiva defendeu que as comissões fossem formadas imediatamente, a fim de que fosse respeitado o entendimento selando quando da eleição da Mesa Diretora da Câmara. Por esse acordo, os vereadores da maioria ficariam com quatro dos cinco integrantes de cada uma das 14 comissões da Câmara da Capital, habilitando-os, desta forma, a escolher os presidentes de todas elas.

A minoria governista, então, se rebelou em plenário. Houve votação dos líderes partidários e, por 15 votos a sete, prevaleceu a vontade da maioria oposicionista. O presidente da Câmara, Mário Cesar, diante das indicações realizadas e dos pedidos de retirada de nomes dos governistas, acabou “homologando” a formação das comissões sem a presença de nenhum dos parlamentares que apoiam Bernal.

“Ontem, construindo comissões com lideranças, o presidente da Câmara foi bastante coerente, falando de espaço para todo mundo. Mas hoje já chegou a notícia que já votaria todas as comissões. Não tivemos tempo de conversar, pedimos que debate fosse feito na quinta-feira, mas perdemos. O presidente até estava indo nessa tendência, mas na reunião com os vereadores que elegerem ele o Saraiva exigiu que o acordo fosse cumprido e, com isso, as comissões já foram escolhidas”, explicou a vereadora Luiza Ribeiro, sintetizando os bastidores da discussão. “Então não tinha espaço para gente. Se fosse só algumas comissões, tudo bem, mas só poderíamos indicar um vereador para todas as comissões”, completou ela.

Indagada se as negociações de Bernal para ampliar a base de sustentação política na Câmara ainda não surtiram efeito, em vista dessa nova derrota no Legislativo Municipal, Luiza explicou que são situações diferentes, já que se trata de acordo entre vereadores na época da eleição para a Mesa Diretora. “Bernal está conversando com vários vereadores, mas isso que teve aqui foi fruto de acordo da eleição da Mesa”, revelou.

Pelo menos publicamente, o presidente da Câmara, Mário Cesar, não demonstra concordância com Luiza Ribeiro. À imprensa, Mário culpou a bancada governista pela confusão desta manhã na Câmara da Capital. ´”Tínhamos consenso de algumas comissões, houve uma intervenção da oposição que, na minha avaliação, não foi coerente. Poderia fazer isso conversando”, disse ele. “Todo mundo estava sendo contemplado nas comissões, de acordo com tamanho da bancada”, emendou.

Ao final, as comissões da Câmara de Campo Grande ficaram com a seguinte composição:

Comissão de Constituição, Justiça e Redação – Paulo Pedra, Otávio Trad, Elizeu Dionísio, Airton Saraiva e Edil Albuquerque.

Orçamento e Finanças – Carla Stefanini, Herculano Borges, Flávio Cesar, Grazielle Machado e Alceu Bueno.

Comissão de Educação – Coringa, Herculano Borges, Carla Stefanini, Grazielle Machado e Eduardo Romero.

Defesa do Consumidor – Otávio Trad, Coringa, Vanderley Cabeludo , Chiquinho Telles e Paulo Pedra.

Comissão de Eficácia Legislativa – Eduardo Romero, Vanderley Cabeludo, Grazielle Machado, Elizeu Dionísio e Carla Stefanini.

Obras e Serviços Públicos – Jamal Salém, Edson Shimabokuro, Carlão, Edil Albuquerque e Alceu Bueno.

Comissão de Cidadania – Otávio Trad, Paulo Pedra, Herculano Borges, Paulo Siufi e Elizeu Dionísio.

Indústria e Comércio – Vanderley Cabeludo, Edil Albuquerque, Paulo Siufi, Airton Saraiva e Paulo Pedra.

Saúde – Elizeu Dionísio, Jamal Salém, Paulo Siufi, Alceu Bueno e Coringa.

Transporte – Flávio Cesar, Carlão, Alceu Bueno, Vanderley Cabeludo e Edson Shimabokuro.

Segurança – Carlão, Chiquinho Telles, Airton Saraiva, Herculano Borges e Otávio Trad.

Assistência Social – Carla, Coringa, Edil Albuquerque, Flávio Cesar e Paulo Siufi

Cultura – Eduardo Romero, Chiquinho Telles, Grazielle Machado, Edson Shimabokuro e Vanderley Cabeludo.

Meio Ambiente – Flávio Cesar, Eduardo Romero, Edson Shimabokuro, Chiquinho Telles e Airton Saraiva.

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