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Política

Bernal se esquiva e diz que não sabe se PP votará em favor de Dilma

Antonio Marques | 11/04/2016 16:42
O prefeito Alcides Bernal disse estar focado na administração da Capital, mas acredita que somente o Poder Judiciário poderia decidir sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (Foto: Antonio Marques)
O prefeito Alcides Bernal disse estar focado na administração da Capital, mas acredita que somente o Poder Judiciário poderia decidir sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff (Foto: Antonio Marques)

O prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), disse não saber se toda a bancada do seu partido acompanhará resolução da Executiva Nacional de votar contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ele, que é vice presidente nacional da legenda, preferiu sair pela tangente e declarar estar focado na administração da Capital, onde sofreu processo parecido e ficou um ano e meio fora da Prefeitura depois de ser cassado pelo Poder Legislativo.

Durante evento de inauguração do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) III da Vila Margarida, ele declarou que somente o Poder Judiciário pode dirimir o conflito de interesses do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, em que até o vice-presidente Michel Temer estaria fazendo campanha contra a titular do cargo.

Ele disse que seu partido elaborou uma resolução de não apoiar a cassação da presidente Dilma Rousseff, mas revelou não saber se a bancada toda vai acompanhar a decisão. “Estou muito focado na administração de Campo Grande e em ter um bom relacionamento com o governo federal, pois dependemos muito de verbas da União e os recursos precisam chegar”, comentou.

No entanto, Bernal disse que é preciso respeitar o voto dos eleitores. “Acho que ninguém melhor que o Poder Judiciário para resolver esse problema. Você tirar a Dilma para colocar Michel Temer ou Eduardo Cunha. Não sei se o povo quer isso”, questionou ele.

Ao contrário do que acontece na relação com a Câmara Municipal, o prefeito defende que é necessário de “paz, harmonia e deixar o Poder Judiciário trabalhar nos processos que estão tramitando”. Segundo Bernal, só mesmo a Justiça para dirimir esse conflito de interesse, em que o próprio vice está fazendo campanha contra a presidenta.

Questionado se considerava o processo contra Dilma Rousseff parecido ao que ele sofreu na Capital, o prefeito respondeu que não, em razão de alguns fatos ocorridos em Brasília, que ele não quis detalhar. Mas foi incisivo em dizer que “a máfia da Coffee Break ofereceu dinheiro e a Polícia Federal e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) descobriram e falta tomarem providências”, lembrou.

“Todo mundo sabe o quem foi, quando foi, como foi, quanto custou e o prejuízo imenso para toda a sociedade”, declarou ele sobre a operação que investigou o envolvimento de vereadores, o ex-vice-prefeito afastado, Gilmar Olarte, e empresários da Capital que teriam montado uma trama para tirá-lo do cargo.

Para ele, é uma questão de tempo para o Ministério Público Estadual apresentar as denúncias, solicitar as prisões que devem pedir e o Poder Judiciário, segundo o prefeito, analisar com critério técnico e com base nas provas, decretar a prisão das pessoas que foram flagradas conversando. “Não é ninguém dizendo eu acho, eu vi. Aqui não precisa de delação premiada. É voz de quem praticou o crime”, afirmou Bernal.

Três dias depois de o presidente nacional do PP, senador Ciro Nogueira (PI), anunciar o apoio da legenda ao governo federal, o diretório do Paraná disse que não seguiria a resolução, considerando a presidente Dilma não teria mais apoio para governar.

De acordo com Ciro Nogueira, dos 57 parlamentares do partido, mais de 40 queriam permanecer no governo. 

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