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Política

Câmara aprova R$ 9,04 milhões, mas acusa Bernal de “iludir” Cidade de Deus

Zemil Rocha e Kleber Clajus | 26/09/2013 15:22
Mario Cesar vê tentativa da prefeitura de jogar moradores contra a Câmara (Fotos: Cleber Gellio)
Mario Cesar vê tentativa da prefeitura de jogar moradores contra a Câmara (Fotos: Cleber Gellio)
Moradores deixando a Câmara após protesto pela aprovação da verba para casas populares
Moradores deixando a Câmara após protesto pela aprovação da verba para casas populares

Por unanimidade, os 25 vereadores presentes à sessão da Câmara de Campo Grande, nesta quinta-feira, aprovaram o projeto de suplementação de R$ 9,04 milhões para construção de casas populares, enviado pelo prefeito Alcides Bernal (PP). Houve novamente muita discussão em torno do projeto, apesar do consenso na aprovação, em razão da presença de cerca de 300 moradores, boa parte deles do bairro Cidade de Deus, que não são beneficiados.

Na tribuna da Câmara, o vereador Eduardo Romero leu a resposta do presidente da Agência Municipal de Habitação (EMHA), Amilton Cândido de Oliveira, a seu requerimento, informando que a suplementação se refere à construção de 1001 casas, sendo 313 no Ari Abussafi e Gregório Correa, que estariam exclusivamente destinados ao reassentamento populacional da Portelinha, e o Celina Jallad I a IV, com 688 unidades.

Presidente da Câmara, o vereador Mario Cesar (PMDB) foi um dos que demonstrou maior revolta com a situação criada. “Não está certo encher a Câmara iludindo as pessoas”, protestou o peemedebista. “A situação hoje é de desorganização e falta de diálogo entre as próprias secretarias municipais, que apresentam dados divergentes, e de se tentar jogar os moradores contra a Câmara”, emendou.

O vereador Airton Saraiva (DEM) era um dos mais indignados com o fato de moradores de Cidade de Deus não estar sendo contemplados e sendo usados como massa de manobra. “Alguém vendeu essa idéia e prometeu essas casas. Quem prometeu não foi a Câmara, que só está votando o que o Executivo mandou. A responsabilidade é do Executivo”, avisou o democrata.

No mesmo tom, Edil Albuquerque afirmou que tem pessoas que não tem nada a ver com esse projeto de suplementação de R$ 9,04 milhões vindo pressionar a Câmara. Mesma posição também foi sustentada até mesmo por vereadores que integram a base de apoio do prefeito Alcides Bernal, como Ayrton Araujo (PT).

A presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, Grazielle Machado (PR), que encaminhou parecer favorável ao projeto, disse que se sentiu na “corda bamba” quanto à suplementação em razão da “omissão de informações” sobre os beneficiários. “Me assusta que seja só 1.001 casas serão construídas. Ouvi que seriam construídas 6.000 casas”, disse ela.

Respondendo a ela, o líder do prefeito na Casa, Marcos Alex (PT), explicou que “são seis mil casas que estão sendo construídas para serem entregues até o final do ano”.

O vereador Carlos Augusto, o Carlão (PSB), lamentou que moradores da Cidade de Deus não serão atendidos por essa suplementação. “Tem de arrumar um meio. A prefeitura de atender essas pessoas”, defendeu. Zeca do PT também cobrou do Executivo que busque mais recursos para atender essas famílias. Chiquinho Telles (DEM) cobrou comprometimento.

Mesmo o líder do prefeito, Marcos Alex, admitiu que de certa forma se criou expectativa falsa para essas pessoas, mas garantiu que a prefeitura já analisa com a Caixa Econômica Federal outros projetos habitacionais e as pessoas do Cidade de Deus poderão ser contempladas.

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