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Política

Câmara não vota 5 projetos por debate sobre Palestina e Quinta Gospel

Kleber Clajus | 07/08/2014 14:07
(Foto: Kleber Clajus)
(Foto: Kleber Clajus)

Cinco projetos deixaram de ser votados, nesta quinta-feira (7), após debates sobre o conflito na Palestina e questionamentos sobre a contratação de artistas para a “Quinta Gospel”, em Campo Grande. Dentre as propostas passíveis de análise estão o fechamento de parte da rua 7 de setembro para ampliação do Mercadão, além de áreas destinadas para construção de casas populares.

Enviados pelo Executivo, entre junho e julho, aguardam aprovação projetos destinados a Emha (Empresa Municipal de Habitação) que desafetam 81 lotes no São Conrado e 53 terrenos no Panamá, pertencentes ao Residencial Búzios, além de áreas no Aero Rancho e Jardim Centenário para construção de 30 e 104 casas, respectivamente. Já terreno de mais de três mil metros quadrados, no Parque Iracy Coelho, também aguarda definição dos vereadores para ser doado ao Estado.

Contudo, o caso mais emblemático é relativo ao fechamento de trecho da Rua 7 de Setembro para ampliação do Mercado Municipal. De acordo com dados da própria Câmara Municipal, a proposta chegou no dia 3 de junho, mas só entrou em análise após realização de audiência pública ontem (6).

Para o vereador Eduardo Romero (PT do B), não há custo para que a medida seja implementada, contudo a mensagem do prefeito Gilmar Olarte (PP) cita dois convênios com o Ministério do Turismo para ampliar o espaço com instalação de praça de alimentação. Nesse sentido, faz-se necessário saber se os R$ 1,058 milhão, provenientes de emenda federal de 2012, ainda estão válidos ou será necessário recuperá-los.

Palestina e Quinta Gospel – Sem pedido de prolongamento, a sessão foi encerrada às 12h. Durante o período foram priorizados debates com representantes solidários ao povo palestino e bate-boca sobre a participação de artistas não-evangélicos na Quinta Gospel.

O secretário Municipal de Saúde, Jamal Mohamed Salem, foi um dos que criticou as ações do governo israelense, que realiza ofensivas na Faixa de Gaza. Descendente de palestinos, ele ressaltou que “enquanto não tiver a criação do estado palestino independente os movimentos de guerrilha vão existir. É uma defesa”.

Em contrapartida, o sheik egípcio Abd Alhamid Abd Alhalim Aljazar rechaçou a violência contra mulheres e crianças, ao defender “que todas as religiões exerçam seus atos com harmonia e paz, com intercâmbio fraternal entre elas”.

Infelizmente, os pedidos de harmonia não duraram nem mesmo na Casa de Leis. Isso porque Eduardo Romero causou furor ao questionar resposta negativa da diretora-presidente da Fundac (Fundação Municipal de Cultura), Juliana Zorzo, para contratação da cantora espírita Rita Ribeiro na programação da Quinta Gospel. “A administração pública não é para apenas um segmento. Gospel, no dicionário, quer dizer qualquer estilo com apelo ao divino”, pontuou.

Por sua vez, a bancada evangélica reagiu as críticas. Alceu Bueno (PSL) classificou a tentativa como se fosse “colocar um centro de macumba dentro de espaço evangélico”. Por sua vez, Elizeu Dionizio (SD) interpretou o pedido de explicações como “usurpação” de um espaço conquistado em 2012.

Não se descarta que o tema seja encaminhado para análise do MPE (Ministério Público Estadual).

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