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Política

Caso Palloci atrasa definição sobre o Incra e a Sudeco

Débora Diniz, de Brasília | 06/06/2011 16:25

Interlocutores afirmam que processos estão parados na Casa Civil, à espera dos rumos de seu titular

A crise provocada pelas denúncias a respeito da evolução do patrimônio do Ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, está atrasando a escolha de nomes para o segundo escalão do governo. Os reflexos para o Mato Grosso do Sul são diretos. Um exemplo é a demora na definição do novo superintendente do Incra no Estado.

Fontes de Brasília afirmam que a Casa Civil, a quem cabe a palavra final sobre as nomeações, está inteiramente mobilizada no resgate da imagem de seu titular. Na semana passada, em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, Palocci tentou explicar o faturamento de R$ 20 milhões de sua empresa de consultoria, a Projeto, em 2010.

Mas nem mesmo a base aliada parece convencida dos argumentos apresentados em rede nacional. PT e PMDB querem uma difinição pública sobre o caso ainda nesta semana e muitos analistas consideram a situação do ministro insustentável.

Diante da pressão, ficou para segundo plano a avaliação do indicado ao posto de superintendente do Incra em diversos estados, e não apenas em Mato Grosso do Sul. A maioria está atuando sob o comando de interinos, que não dispõem da mesma autonomia para implementar as medidas necessárias ao andamento da política agrária, como reconheceu o próprio presidente do órgão, Celso Lisboa Lacerda, em entrevista ao Campo Grande News em 12 de abril.

“Mato Grosso do Sul é prioritário justamente por estar sem superintendente, por estar apenas com uma espécie de interventor, que acaba não gozando de todas as prerrogativas que o cargo requer porque ele sabe que vai sair”, observou Lacerda, à época.

No mesmo dia, o presidente do Incra se reuniu com o Ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, para discutir as indicações ao cargo de superintendente em diversos estados, com a expectativa de que a escolha acontecesse no mesmo dia. A intenção era fazer um anúncio coletivo, com a publicação simultânea das nomeações para o maior número possível de estados.

O plano, porém, foi atropelado pela crise. Como os indicados precisam passar pelo crivo da Casa Civil, responsável pelo trâmite burocrático até a nomeação, o processo está parado.

Sudeco - Outro órgão diretamente ligado a Mato Grosso do Sul à espera de comando é a Superintendência Nacional do Centro-Oeste (Sudeco). Recriada pelo governo federal, a estrutura ainda não saiu do papel, por falta de definição quanto aos seus ocupantes.

Enquanto as nomeações permanecem emperradas, o jeito é driblar a ausência de titulares nos órgãos. Foi o que fez o governador André Puccinelli na semana passada, em encontro com o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho, para viabilizar recursos para as obras da MS-165 – a chamada Rodovia Sul-Fronteira.

O convênio para as obras da rodovia havia sido firmado com a Secretaria do Centro-Oeste, que foi extinta para dar lugar à Sudeco. André tentou, então, transferir a responsabilidade pelo repasse dos mais de R$ 45 milhões necessários para a conclusão da rodovia ao próprio ministro, que assumiu o compromisso de viabilizar o recurso.

Sobre a data para as nomeações, porém, nada concreto. O ministro disse apenas que há um corte de pessoal em curso e que o quadro existente será adequado para atender a Superintendência. A expectativa é que o ex-secretário de Desenvolvimento do Centro-Oeste, Marcelo Dourado, seja reconduzido pelo governo, como superintendente da Sudeco.

Desgaste - Na Câmara, o desgaste do governo também é grande. Palocci chegou a ser convocado pela Comissão de Agricultura na semana passada, mas foi “desconvocado” logo em seguida. Cogita-se, em Brasília, que o ministro pode pedir seu afastamento até que o caso seja esclarecido. Ou seja substituído por Dilma Rousseff

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