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Política

Ceinfs ficam desabastecidos de novo; Câmara promete investigar

Josemil Rocha e Edivaldo Bitencourt | 10/05/2013 16:30
Criança deixa Ceinf no Jardim dos Estados na tarde de hoje (Foto: Marcos Ermínio)
Criança deixa Ceinf no Jardim dos Estados na tarde de hoje (Foto: Marcos Ermínio)

Os Centros de Educação Infantil (Ceinfs) voltaram a sofrer problemas de desabastecimento e de qualidade e quantidade dos alimentos servidos às crianças em Campo Grande. As dificuldades já chegaram ao conhecimento do presidente da Comissão de Assuntos Sociais da Câmara da Capital, vereador Flavio Cesar (PT do B), que vai fazer novas diligências para verificar a situação.

A necessidade de “vaquinhas” ou gastos pessoais de diretores de Ceinfs e professores para suprir a alimentação das crianças continua vigorando em boa parte das unidades. É o caso dos Ceinfs dos bairros Taquarussu e Portal Caiobá.

“Os hortifrutis foram enviados um mês e já cortaram. Faz mais de 15 dias e já cortaram de novo”, explica uma professora do Ceinf Sandra Mara Gobbo, do Caiobá, que não preferiu não ser identificada para evitar punições.

Além da falta desses gêneros alimentícios, a quantidade também é bem menor do que chegava nos Ceinfs até o final do ano passado. “Mandam para passar um mês, o que era mandado antes para uma semana”, conta outra professora do Ceinf do bairro Taquarussu.

Há também problemas relativos à diversidade dos alimentos hortifruti. Até o ano passado, as crianças dos Ceinfs tinham acesso a frutas variadas, como maçã, melão, banana, abacaxi e laranja. “Esse ano só veio banana”, conta uma funcionária de Ceinf. “E quando chega a banana, é muito pouco”, acrescentou outra.

Faltam até mesmo ingredientes para temperar a comida, como cebola e tomate. “Mesmo para fazer um bolo temos de fazer vaquinha para comprar ovos, que até agora só mandaram uma vez. Vem trigo, fermento, mas não mandam ovos”, informou uma funcionária.

Itens de higiene pessoal também estão em falta em alguns Ceifns, como papel higiênico. “Imagina ter 200 crianaçs indo no banheiro todos os dias. É complicado ficar sem papel higiênico”, disse uma funcionária.

O presidente da Comissão de Assistência Social da Câmara confirmou que realmente tem havido deficiência de alimentos enviados aos Ceinfs. “A falta de diversidade de frutas a gente já tinha constatado. É só banana nanica de fruta”, disse Flavio Cesar.

Após as denuncias feitas pela comissão, segundo Flavio, a prefeitura se movimentou e o abastecimento tinha sido normalizado, quanto aos hortifrutis. O problema, segundo ele, tinha ocorrido em razão da interrupção no fornecimento.

A fornecedora MDR chegou a ficar seis meses sem receber pagamento do município desde janeiro, quando começou a gestão do prefeito Alcides Bernal (PP), e a dívida atingiu R$ 600 mil até o começo de abril. No caso do contrato referente á “carga seca”, que inclui produtos como arroz e feijão, a vigência estaria em curso pelo menos até junho.

Funcionários dos Ceinfs atribuem a crise no abastecimento alimentício à suspensão inadivertida de contratos. “Teve contrato cortado antes de substituir a empresa fornecedora. Tinha de procurar nova equipe para continuar antes de suspender”, afirmou uma professora.

Vereadores barrados – A falta de alimentos e material de higiene provocaram uma grave crise entre a Câmara de Campo Grande e o prefeito Alcides Bernal no dia 9 de abril deste ano. Os vereadores, que representam quatro comissões da Câmara Municipal, foram impedidos neste começo de entrar em um Centro de Educação Infantil (Ceinf) Regina Seden, no Conjunto Oscar Salazar. Uma funcionária barrou duas comissões do legislativo municipal que foram à creche fiscalizar a falta de merenda.

A secretária de Assistência Social, Thaís Helena, admitiu na ocasião que determinou maior rigor na entrada de pessoas estranhas nos Ceinfs. Também se reuniu com os vereadores e propôs agendamento de visitas, sem “surpresas”.

A Prefeitura de Campo Grande possui hoje 96 creches, atendendo a um público de 14,5 mil crianças. Teriam que ser servidas quatro refeições e lanches por dia.

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