ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  16    CAMPO GRANDE 24º

Política

CCGU abre investigação contra Delta, que tem obras milionárias em MS

Aline dos Santos | 24/04/2012 09:10

No Estado, empresa de Carlos Cachoeira, que é alvo de CPI, está sob suspeita por conta de irregularidades apontadas em contratos com o Dnit.

Na mira da CGU, estão contratos com o Dnit. Em MS, foram apontadas irregularidades em obras de rodovias. (Foto: João Garrigó)
Na mira da CGU, estão contratos com o Dnit. Em MS, foram apontadas irregularidades em obras de rodovias. (Foto: João Garrigó)

A CGU (Controladoria-Geral da União) vai apurar irregularidades supostamente praticadas nas relações da Delta Construções S.A. com a administração pública federal, especialmente com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes).

De acordo com a portaria publicada na edição de hoje do Diário Oficial da União, o processo será conduzido pela Comissão de Processo Administrativo de Fornecedores da Controladoria-Geral da União. A empresa pode ser declarada inidônea para licitar e contratar com o poder público.

A Delta é suspeita de irrigar o esquema de jogo ilegal liderado por Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Ele foi preso no dia 29 de fevereiro, durante a pperação Monte Carlo, realizada pela PF (Polícia Federal).

Os contratos da Delta com o governo federal foram firmados entre 1º de janeiro de 2004 e 31 de março de 2012. Além disso, uma comissão parlamentar mista de inquérito vai investigar as relações de agentes públicos e privados com Carlinhos Cachoeira.

Em Mato Grosso do Sul, o tecnólogo e ex-funcionário da Delta, Pedro Batistoti Júnior, é suspeito de ser um dos “laranjas” do esquema. Atualmente, ele mora em Dourados. Conforme a Agência Estado, laudos da PF atestam que ele teria recebido R$ 300 mil. Pedro nega envolvimento no esquema.

Obras e problemas - Fiscalizações da CGU apontam uma série de irregularidades em obras de R$13,8 milhões realizadas pela Delta Construções S/A em rodovias federais de Mato Grosso do Sul.

No Estado, três contratos caíram na “malha fina” da Controladoria. O de maior valor foi firmado para manutenção de 126 quilômetros na BR-163. No contrato de R$ 9,5 milhões, a CGU encontrou três irregularidades: ponte com guarda-corpo danificado, pista de rolamento em condições inadequadas e preenchimento incompleto do Diário de Obras.

Já no contrato para conservação entre os quilômetros 556 e 601 da BR-262, o órgão considerou a fiscalização insatisfatória, pois o “preposto responsável por informar o andamento da obra para o engenheiro fiscal do Dnit mantém vínculo empregatício com a empresa executora”. O valor da obra de R$ 896 mil.

Também foi apontado irregularidade no contrato de conservação da BR-267, cujo valor foi de R$ 3,5 milhões. A CGU considerou que os serviços de conservação são insuficientes para manter o trecho contratado num nível satisfatório de trafegabilidade e segurança, sendo identificados diversos pontos com a incidência de defeito. Além de classificar a fiscalização realizada pelo Dnit como insatisfatória.

Os contratos entre 2007 e 2010 foram executados na gestão de Marcelo Miranda, que foi demitido em janeiro do comando da Superintendência do Dnit de Mato Grosso do Sul após denúncias de irregularidades.

Licitação - Em março deste ano, em meio à suspensão dos editais de licitação no Dnit de Mato Grosso do Sul, a Delta venceu o certame para recuperação de 108,3 km da BR-163. A empreiteira apresentou a terceira melhor proposta, no valor de R$ 30,9 milhões, mas as outras duas empresas foram desclassificadas por não atenderem critérios do edital.

Nos siga no Google Notícias