Começa a valer hoje unificação de máquinas de cartão

Está valendo desde hoje a unificação das máquinas leitoras de cartão de crédito e de débito no comércio. Com a mudança, o lojista poderá alugar apenas uma máquina para operar as transações de cartões de bandeiras diferentes.

A mudança é resultado de um acordo entre as empresas Cielo e Visa intermediado pelo Ministério da Justiça. No entanto, não tem validade legal.

A unificação beneficia, principalmente, o pequeno comerciante, que paga entre R$ 80 e R$ 140 pelo aluguel mensal de cada terminal de operação. O sistema que vigorou até hoje exigia que o lojista a alugasse, no mínimo, duas máquinas de credenciadoras diferentes para receber pagamentos com os cartões da maioria dos consumidores.

Atualmente, existem no país 5 milhões de máquinas alugadas de credenciadoras em 1,5 milhão de estabelecimentos comerciais, segundo dados da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas.

De acordo com a entidade, o pagamento do aluguel de máquinas representa cerca de 23% da renda das principais credenciadoras.

A previsão é que, em até quatro meses as duas principais credenciadoras percam 50% da base de clientes, mas isso não significa perda de faturamento porque aceitando várias bandeiras em uma máquina, elas vão negociar entre si.

Além disso, devem passar a oferecer outros serviços que possam substituir essa receita, como recarga de celular e pagamento de contas feitos através das maquininhas de cartão.

Para a Confederação, a grande vantagem da mudança é promover o aumento da concorrência no setor, dominado pelas bandeiras Visa e Mastercard. Juntas, elas representam 96,65% do mercado.

A CNDL acredita que, com a competição, devem cair as taxas administrativas, o tempo que o lojista leva para receber da operadora, além do aluguel, cujo valor "deve chegar a zero.

Outra expectativa é de que o consumidor seja beneficiado pela criação de bandeiras, que devem oferecer facilidades, como redução de juros e de anuidade, para conquistar os clientes.