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Política

Conflito entre prefeito e vereadores não acaba nesta gestão, diz dom Dimas

Alberto Dias | 27/06/2016 12:35
Dom Dimas esta manhã (25) na primeira reunião de combate ao caixa 2 nas eleições. (Foto: Fernando Antunes)
Dom Dimas esta manhã (25) na primeira reunião de combate ao caixa 2 nas eleições. (Foto: Fernando Antunes)

Às vésperas de novas eleições para escolha de prefeito e vereadores, "Campo Grande passa por uma crise política e, acima de tudo, moral". Esta frase, dita na manhã desta segunda-feira (27), durante a primeira reunião do Comitê Contra o Caixa 2, traz como pano de fundo constantes entraves públicos entre parlamentares e o prefeito, Alcides Bernal (PP). Uma guerra que, para o arcebispo da Capital, dom Dimas Lara Barbosa, não deve acabar tão cedo.

"Essa situação de conflito, que é real, entre o Legislativo e Executivo em Campo Grande não deve se resolver na atual legislatura", avalia o religioso. Para Dimas, um dos principais motivos são rancores de ambos os lados, que geram "retaliações e cenas lamentáveis" reproduzidas diariamente pela imprensa.

"Como uma parte significativa da Câmara Municipal foi envolvida no processo de cassação do prefeito, me parece que as feridas estão ainda muito abertas para uma cicatrização", completou, lembrando que vários parlamentares são investigados por isso.

"Estou em Campo Grande há apenas quatro anos e já vi situações marcantes", revelou Dimas, presente na reunião promovida pela OAB- MS (Ordem dos Advogados do Brasil) para criar ferramentas efetivas de combate à corrupção. Ao Campo Grande News, o arcebispo lembrou que assim como existem candidatos que compram eleitores, também existe parcela da população que vende seu voto. "Tirar proveito durante as eleições é um problema de parte da sociedade", disse, considerando, porém, a questão combatível.

Embora vários pré-candidatos tenham nomes citados em investigações judiciais, Dimas defende que todos são inocentes até que se prove o contrário. "O princípio da ficha limpa é baseado nas pendências judiciais que o candidato possui, mas ele precisa ser réu de fato". Com esta brecha, segundo ele, caberá ao eleitor buscar o passado de cada candidato para um voto consciente, de modo a evitar que não aconteçam casos inusitados vistos também no interior.

"Eu morava em Dourados quando todos haviam sido cassados, tanto prefeito, quanto vereadores, e a cidade era governada por um juiz", relembrou, defendendo mudanças na legislação que culminem em novos mecanismos de democracia direta. "O maior exemplo é o que aconteceu no plano nacional, com a problemática do impeachment e o clamor de alguns setores por eleições já", finalizou o arcebispo.

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