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Política

Contra CPI, Dagoberto é chamado de "frouxo" e "traidor"

Redação | 06/10/2009 15:17

Na manobra do governo para sepultar a CPI do MST, o deputado federal Dagoberto Nogueira (MS) foi acusado de trabalhar pelo convencimento de parlamentares para que retirassem assinaturas do pedido de investigação. A CPI acabou sendo arquivada pela falta de apenas três assinaturas. E a atitude irritou colegas como Abelardo Lupion (DEM-PR) que chamou o deputado sul-mato-grossense de "frouxo" e "traidor".

Ao falar ao Campo Grande News sobre uma nova tentativa de abrir a CPI, Abelardo disse que "dessa vez não vai ter covarde como o deputado aí do Mato Grosso do Sul que trabalhou contra e pediu para que os outros retirassem assinaturas". "Ele chegou como representante rural, tendo voto do produtor rural, mas na primeira oportunidade mostrou que é frouxo", afirmou.

Ao todo foram retiradas 45 assinaturas do requerimento de criação da CPI, incluindo a do sul-mato-grossense Geraldo Resende (PMDB-MS).

Na Câmara, a base ruralista irá se reunir amanhã para definir ser realmente irão apresentar um novo requerimento para a criação da CPI. O líder da bancada ruralista e presidente da Frente Parlamentar Agropecuário, deputado Valdir Colato (PMDB-SC), afirmou que essa é a decisão mais provável e que os deputados que retiraram a assinatura e que trabalharam contra CPI "vão ter que se explicar". "Agora tem que ser diferente. A pessoa que assine, que honre e não retire a assinatura", disse.

A CPI pretende investigar o uso e o suposto desvio de recursos públicos pelos movimentos dos trabalhadores sem-terra. Para a criação da CPI são necessários 171 assinaturas na Câmara dos Deputados e 27 no Senado.

Enquanto na Câmara há dificuldade para conseguir o apoio necessário para criar a CPI, no Senado a situação é mais tranquila para os ruralistas. Nesta terça-feira, a senadora Kátia Abreu (DEM-TO) retomou o movimento de colher assinaturas para que a comissão possa sair do papel.

Ela considera que será fácil reunir novas assinaturas para instalar a CPI. "A retirada nos pegou de surpresa, mas não vai difícil encontrar outros que queiram assinar e lutar contra essa baderna feita pelo MST", disse em entrevista coletiva, em Brasília (DF).

Outro lado - Dagoberto disse que nunca pediu para deputados retirarem assinaturas e que estranhou as declarações do "amigo" Abelardo Lupion. "O Lupion deve estar falando a mando de alguém, do Moka (deputado federal Waldemir Moka) ou de alguém do PMDB. Ele é meu amigo. Ele não faria isso. Não mandei tirar assinaturas e nunca faria isso", afirmou.

Dagoberto declarou ainda que não assinou o pedido de CPI e que é contra a investigação porque, na opinião dele, ela tem cunho eleitoral. "O PSDB e o DEM querem fazer palanque. Eu não vou ficar com o Serra (José Serra, virtual candidato tucano), por quê vou assinar a CPI?", indagou.

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